NOVE

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Florence

– Cristina? Cristina?

Meus ouvidos não conseguiam ouvir mais o tom da sua voz e o som do seu choro doído.

Por alguma ou várias razões das quais já transbordava pelo meu cérebro, Cristina tinha desligado o aparelho. Me deixando ali, com todo aquele peso que momentos atrás parecia ter ido embora.

Mas estavam ali: na minha consciência.

Tentei sair do colo de Oton, porém, ele pareceu prever minha ação logo quando suas mãos seguraram firme minha cintura sobre seu corpo. Seu olhar me observou firme como se ele tentasse ditar algum comando sobre ficar ali, com ele. Com a gente. Havia um brilho em especial no seus olhos que lhe entregava nitidamente que ele já sabia o que eu estava preste a fazer.

– Preciso ir. – alisei seu rosto com as pontas dos meus dedos.

Seu corpo soltou o meu e logo me pus de pé.

Meus olhos buscaram por algo que cobrisse meu corpo enquanto meu vestido estava rasgado no chão. Xinguei baixo tentando pensar em algo e quase de imediato senti Oton em pé, abrindo o guarda roupa.

– Isso deve te servir. – disse, me oferecendo um vestido simples azul. – Era da Summer.

Me troquei ali mesmo, tentando ser o mais rápido que eu poderia ser e antes que eu pudesse deixar a casa, Oton, nos prendeu em um abraço.

– Vou te esperar. – beijou meu pescoço com carinho. – Não demore, Florence. – sorriu. – Ah, você sabe onde está a chave do carro. – suspirou, deslizando sua boca sobre minha pele. – Pode usar ele.

Eu não poderia recusar.

Cristina precisava de mim.

Urgentemente.

Beijei sútil seus lábios e Oton finalmente entendeu que eu precisava ir.

– Estou lhe esperando.

Sorri com seu lembrete, mas não sei se eu estava feliz.

...

Enxerguei seu corpo assim que atravessei o marco da porta. Eleonora estava alisando seus cabelos enquanto Cristina chorava sobre seu colo. Verônica me olhou assustada, assim como as demais meninas que estavam no quarto.

– Ela não podia fazer isso comigo. Logo eu? – sua voz estava sendo esmagada pelo choro.

Eleonora me observou como se tivesse vencido algo e aquilo começou a me incomodar. Era a única que não tinha os olhos assustados a me fitar. Mas não me incomodou mais do que estar amparando Cristina, minha melhor amiga.

Verônica ajoelhou-se perto da Cristina e pareceu falar algo em seus ouvidos, porque quase de imediato seus olhos encontraram com os meus. Havia muita tristeza neles, mas havia algo a mais que fez meu corpo todo se comprimir.

Eu nunca a tinha visto daquela forma.

Queria confortar ela.

Queria explicar tudo.

Mas de repente ela gritou quando tentei aproximar.

– NÃO SE APROXIME. VOCÊ NÃO PODERIA TER FEITO ISSO.

– Do que está falando, Tina?

– Eu avisei que ela iria se fazer de desentendida... – Eleonora lançou seu veneno.

– Cristina, a gente precisa conversar. Não sei o que você está pensando ou o que te falaram. – fitei firme os olhos da cobra venenosa.

– ME DIZER O QUE EU JÁ SEI? QUE BEIJOU KARIM? QUE FEZ A CABEÇA DELE? – o choro parecia engolir Tina. – CONVERSAR O QUE EU JÁ SEI?

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⏰ Última atualização: Nov 19, 2023 ⏰

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