QUATRO

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Serena

– Uau! Você está deslumbrante.

Farid beijou gentilmente minha mão em cumprimento. Seus olhos percorreram por cada centímetro do meu corpo, deixando claro que ele não tinha pressa na sua análise corporal. O recorte do seu smoking estava alinhado perfeitamente ao seu corpo. Impecável. Seu perfume amadeirado deixava claro seu caráter elegante e sedutor. Seu olhar não me deixou pensar ao contrário quando encontrei eles estacionados sobre os meus. Seu sorriso se abriu e sua mão logo descansou sobre a minha cintura, direcionando nosso corpo para dentro do enorme saguão.

Logo ao centro havia uma enorme mesa de poker, revelando de uma vez o assunto que aquela noite reservava. Homens bem vestidos estavam por todo canto rodeados por mulheres, que lhe serviam mais como um acessório muito caro e poderoso do que como uma boa companhia para um evento chato.

Ah, homens.

Farid me levava junto a ele enquanto cruzávamos o saguão. Sua mão desceu um pouco abaixo da cintura, estacionando-se sobre minha bunda.

– Comporte-se, cavalheiro. – retirei sua mão da onde ela estava e alisei seu rosto em agradecimento.

Ele sorriu, conformado.

Seu corpo nos guiou para uma grande mesa redonda, onde havia outras pessoas. E uma delas era Tina, minha amiga, que estava sentada no colo do homem que havia enfiado notas de dinheiros na tira da minha calcinha em um dos eventos da Utopia e que agora tinha se tornado seu cliente fixo.

Seu cliente frouxo.

Maricruz sempre foi muito cuidadosa com tudo que era relacionado a utopia e a criação de pseudônimos foi mais um dos seus cuidados. Algumas garotas aderiram ao terno e eu era uma delas enquanto outras não, como era o caso de Tina. E manter o nome e o pseudônimo seguro era outro cuidado que Maricruz havia nos ensinado.

Eu manteria a identidade de Tina e ela manteria a minha como se nós nunca tivéssemos encontrado na vida.

– Finalmente o melhor e mais cobiçado da festa chegou. – Farid se anunciou fazendo os olhares das pessoas na mesa caírem sobre nós.

Tina sorriu surpresa para mim. O homem que a tinha sobre seu colo me olhou curioso. Era obvio que ele me reconhecia do hospital, mas pelo seu semblante não era apenas isso. Talvez fosse minha roupa, talvez fosse minhas joias, ou talvez fosse eu.

– Bela mulher, Farid. – o cliente de Tina elogiou, tirando-a do seu colo e caminhando em nossa direção. Em cumprimento, beijou o topo da minha mão. – Encantado.

Era o cara dos "problemas" que estava na minha frente.

Outra vez...

Meu sorriso curto não disfarçou meu incomodo.

Farid pareceu notar, assim como todos ali. Sua mão esperta apertou meu corpo ao seu, colocando meu rosto de frente ao seu. Seu dedo contornou meu lábio e sua boca aproximou-se do meu ouvido.

– Quer beber alguma coisa? Parece não estar à vontade....

– Estou bem.

Farid ergueu os dedos para o alto e em segundos os garçons rodearam seu corpo. Sua mão fisgou logo uma dose de uísque.

– Vamos nos sentar. – convidou.

Segui Farid e me sentei ao seu lado. Os olhos do cliente fixo e frouxo de Tina não paravam de me fitar. Foi então que cruzei uma das pernas sobre as pernas do meu cliente e em resposta rápida recebi sua mão sobre minha coxa. Seu nariz escorregou pelo meu pescoço e sua boca tentou domar a minha, só tentou porque era que ditava ordem no meu serviço.

Privacy | Karim BenzemaOnde histórias criam vida. Descubra agora