Re-Ignição - Capítulo I

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--Dia 21/7/2077-- 22:35 IN "Holo Haven"

Todos nós temos a nossa história, e eu, não sou diferente dos demais. Falamos de uma miúda crescida numa casa conturbada e até mesmo, disfuncional de todo. Não entendo este novo mundo e recuso-me a entender parte dele no qual habito, mas, quase se estás nos escombros e assoberbados pensamentos, aí é que damos valor a algumas coisas.

Prazer, nas sombras sai uma criatura de seu nome Nimona, ou seja, eu. Uma rapariga de cabelo preta comprido, com uma suave franja quase como que a tapar os seus olhos vermelhos-rubi. Acompanhada dos seus brincos de argolas grandes, uma camisola curta vermelha mas com o fim da mesma em preto, acompanhada de alguns detalhes na zona dos braços. Tenho umas calças cargo pretas com uma pequena corrente na mesma e uns ténis com a sola em branco, os atacadores em branco e todos os ténis em vermelho.

Pode-se dizer que sou rebelde, ou que apenas tendo a brutalizar e a fazer as coisas á minha maneira, digam como o quiserem, eu considero-me uma força da natureza por completo. Todos nesta santa vida temos uma causa pela qual lutamos e acima de tudo vivemos, seja ela qual for. E eu, ao crescer nesta maldita prisão cibernética, não tive eu outra escolha senão lutar pelo que todos os marginais lutam: por um futuro melhor.

Soa cliché, eu sei, mas as pessoas merecem saber o que é provar um gostinho do que é vivência e não sobrevivência pois sobreviver, não é de todo viver, há que fazer a diferença de tal.

Explicando um pouco da cidade, para não caírem aqui nesta prisão cibernética de paraquedas, se cresces nos subúrbios, és tratado como um marginal e acima de tudo ligado como um ponto a uma coisa comum denominada violência gratuita de gangues, como os média os pinta. 

Na realidade, eu, vejo as coisas com os meus olhos, um pouco mais claras pois estes tipos não são violentos para com as demais pessoas dos subúrbios. Dou pelo meu caso, eles tratam-se acima de tudo bem e com respeito, com a agravante de que eu também nunca tentei passar a linha para tal.

Mas... à medida que os dias foram passando e eu perdi o meu emprego como estafeta, tornei-me uma mercenário free-lancer, ou "Solo", como as pessoas o dizem, uma autêntica nova linha de trabalho.

Eu costumava passar as minhas noites num bar chamado "Holo Haven", conversando com o bartender, de seu nome Hector que acabou por virar um irmão para mim no meio de todo aquele caos, então, digamos que fui criada por amigos de copo vistos ter fugido de casa ainda com uma tenra idade.

Certa noite, regressei ao bar após uma briga por um tipo que me tentou roubar, partindo-me a cana do meu nariz que nem um selvagem brutal, pedi uma cerveja e vi Hector preocupado com algo, era nítido que algo o estava a incomodar, ao que eu tentei puxar de imediato assunto com ele para o tentar ou libertar um pouco.

A dor na cana do meu nariz era tanta, mas, após tomar um sedativo atípico como uma bebida alcóolica forte demais. Logo após ter endireitado a cana do meu nariz com as minhas próprias mãos num movimento violento, rápido e doloroso a ponto de quase chorar e até mesmo de deitar algum sangue para cima da mesa de madeira do bar, finalmente consegui falar com ele, perguntando-lhe o que se passava, ainda meio chorosa com toda a situação:

-Hey, que te pasa? Pareces mais preocupado que nunca, sabes?

Foi então, que, enquanto ele lavava um copo, se inclinou no balcão, olhou para mim e disse:

-Deverias preocupar-te contigo e não comigo, mas ok, já que queres saber e eu não estou para ser desagradável, digamos que o meu irmão mais novo, Thomas, se colocou num problema, dos grandes. Ou é preso, ou é morto. Conheces o tipo de situação, certo?

Eu acenei, esperando que ele continuasse a fala e bebi mais um pouco da minha cerveja.

Foi então, que ele continuou a dialogar, dizendo o seguinte:

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