Capítulo VII

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Um ano depois...

Um ano havia se passado, Jingyi tinha altos e baixos, mas estava definhando com o passar do tempo, principalmente devido a morte de Qi Xiong, isso o fez se abalar ainda mais, acabando totalmente com qualquer animação que ele poderia vir a sentir, mesmo tendo se passado um ano a dor permanecia e latejava igual um espada no peito, era doloroso.

Ele nem se esforçava mais para manter um sorriso constante, para acalmar os outros e mostrar que está tudo bem, pois não estava tudo bem, nunca mais ficaria tudo bem, ele estava destruído em todos os sentidos.

Muitas pessoas vinham e tentavam o fazer se animar, se alimentar, fazer o mínimo de tudo, mas ele não conseguia ter disposição ou animação para absolutamente nada. A pessoa da vez era Lan Shizui que estava sentado a beira da cama tentando falar com Jingyi.

— Jingyi, não adianta ficar desse jeito, você precisa cuidar de si mesmo: Sizhui coloca a mão no ombro do amigo que estava deitado de costas para ele

— Me deixa em paz, eu quero ficar aqui deitado, quieto...: Jingyi responde em desânimo

— É por causa de Qi Xiong ainda? Jingyi... Já faz um ano, está na hora de superar, por mais que doa...

— Você não sabe de nada, Sizhui, não, não vai curar, nunca vai curar, certo? Ele era meu irmão...: Jingyi falou com certa irritação

— Você pode me chamar de irmão se quiser...

Jingyi se virou abruptamente para Sizhui finalmente transparecendo a irritação

— Não, não, certo? Eu não quero me de essa "liberdade" por pena, afinal você mesmo disse que a gente não era próximo o suficiente para se denominar irmãos, então não ouse querer pegar o termo que eu direcionei especialmente para Qi Xiong, por... pena...

Jingyi bufou irritado, e Sizhui também parecia se irritar com a fala do outro.

— Eu não quero pegar o lugar de Qi Xiong, apenas quero evitar que o próximo a estar dentro de um buraco seja você

— E você se importa afinal de contas? Você se importa com "Yanluo"? Com a "personificação do azar"? Se importa? Se sim, obrigado, me sinto lisonjeado: Ele fala de forma sarcástica com irritação

— Você precisa parar de ser infantil, tenha mentalidade você já tem dezessete anos, de-zes-sete anos e não cinco, haja de acordo com sua idade e pare de falar como se eu não me importasse com você, pois eu me importo e muito, certo?

— Oh, claro, claro: Jingyi solta mais uma frase com sarcasmo — Sua fala cheia de falaciloquência me deixar completamente tocado, sabia?

Sizhui se levantou da cama bufando de raiva, ele sabia que não tinha sido o melhor amigo do mundo, mas não poderia ter sido tão ruim assim, né?

— Eu estou sendo sincero, Jingyi, você está me colocando como o vilão da história, como se eu fosse um monstro, mas eu não sou!

— Eu nunca disse que você é isso, nunca, lhe agradeço por ter se importado, o jeito ao qual você se mostra preocupado é quase invejável, sabia? Você quer o que? Huh? Passou a se importar com medo de eu vir a morrer hoje, amanhã, na próxima semana e não quer carregar a culpa para si? É isso?

Sizhui bufou irritado com a fala de Jingyi, ele não sabia o que dizer, mesmo que soubesse que ele estava certo em partes. Apenas virou as costas e saiu do quarto saindo do ambiente e deixando Jingyi sozinho.

Com o silêncio profundo e ensurdecedor do quarto vazio e melancólico, fez com que ele se deitar novamente encarando o teto com os olhos marejados, ele estava carregando tanta dor dentro de si, não apenas da morte de Qi Xiong, não apenas da sua enfermidade e sim de tudo, tudo isso estava o destruindo em tantos níveis, de tantas e tantas formas, e agora ele não tinha ninguém com quem contar, ninguém a não ser o travesseiro que era portador de suas lágrimas, as paredes que eram ouvintes de seus soluços e as estrelas que eram vigias das suas dores, afinal em uma daquelas estrelas, ele sabia que estava Qi Xiong.

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