3 - "learning to live "

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" Você se perdeu e nunca mais se encontrou, onde anda aquela menininha tão doce?"

⚠️ Nesse capítulo contém: violência, sangue, assassinato, vandalismo, cenas de gatilhos e chantagens ⚠️


ALLYSSA

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6 anos atrás


Pulei um muro de 3 metros de altura, o impacto veio rápido e indolor. Um tiro passa de raspão pela minha cabeça, olho para trás e vejo que tem um pequeno buraco na parede de 5 milímetros.

Corro pela grama velha e os matos altos.

Adentro na casa de um antigo Cooper, tudo está empoeirado e caindo aos pedaços. Ando pelo pequeno corredor onde há quadros com rostos familiares. Owen.

Um garoto pelo qual eu já tive uma paixonite de infância. Seu cabelo era um loiro amarelado, se parecia com uma folha de ouro. Como se estivesse em uma floresta de outono com folhas marrons e amarelas, uma brisa fresca e suave, assim eu via os olhos dele.

Mas a pequena ilusão acabou quando ele e Clara zombaram de mim no refeitório. Estavam todos ali, todos viram quando uma das serpentes dela colocou o pé para eu cair e jogar comida em mim.

Foi a primeira vez que eu senti que ali não era o meu lugar.

Saio do transe quando escuto outro disparo, me apresso em subir a primeira escada que eu vejo. Tento abrir a primeira porta mas está trancada, passo pelas outras três e está na mesma condição.

Viro à esquerda e vejo que só tem uma porta. Vou até ela e toco na maçaneta, a giro e um ruído vem da dobradura enferrujada.

Um quarto simples e infantil.

Uma cama está no canto da janela, os forros estão manchados e aos pedaços, a madeira está sendo consumida por cupim.

Mas não é isso que me chama a atenção.

E a moça que está sentada no chão com um pano nos braços. Seus ossos estão encolhidos, como se ela estivesse tentando proteger algo.

Olho para o seu crânio e tem um buraco no mesmo, a parede onde ela estava estava suja ao redor de si mesma.

Me aproximo e tiro o seu braço de cima do pano sujo, desenrolo o pequeno manto e vejo pequenos ossos fragilizados. Tudo está corroído e esfarelando. Georgia e Elisa, mãe e irmã de Owen.

Saio do quarto às pressas não querendo mais ver aquela cena, me aproximo da escada e espio para ver se tem alguém subindo. Corro sem fazer muito barulho para o outro lado, espio novamente e vejo uma sombra agachada.

Sem perder muito tempo, abro o próximo quarto e entro, dessa vez trancando a porta. É muito grande, esse deve ser onde eles dormiam.

As paredes são pintadas de bege e azul claro, uma cama ficava no centro de frente para a televisão.

Olho para a janela e abro a mesma, por sorte tem uma galha de árvore forte o bastante para suportar alguém.

Parece que a pessoa gostava de sair às escondidas.

Subo na madeira refinada da janela e arrumo a bolsa que está em minha costas, estou pronta para me agarrar no galho, quando sinto uma mão segurar na minha perna e me puxar para trás.

Meu corpo bater contra o chão feito de madeira polida, uma dor aguda desce pela minha espinha. Me levantei rapidamente e olhei para o indivíduo que fez isso.

Tabuleiro Negro | Black bloodOnde histórias criam vida. Descubra agora