5 - Van Gogh.

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" Eu te amo, como Van Gogh amou as estrelas"

⚠️ SE VOCÊ E SENSÍVEL NÃO LEIA ESTE CAPÍTULO ⚠️


ALLYSSA


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Meus pensamentos estão em Neitan, e de como foi bom a horas atrás. Depois de assistirmos ao pôr do sol juntos, viemos embora e concordamos que ninguém deveria saber de nós dois por enquanto.

Me levanto da cama devagar para escutar os cochichos que estão vindo lá de fora. Acordei há pouco tempo, ando descalça pelo quarto até achar o pequeno relógio que fica em cima da cômoda.

Ainda são 3:26, meu aniversário já passou. Finalmente essa tortura acabou.

Ouço um disparo e em seguida um corpo caindo, meu coração acelera imaginando que a conclave pode ter nos achado, e como eu queria estar errada.

Vou até a janela e espio, o sentinela que era para estar vigiando a nossa segurança está morto, seu sangue está escorrendo da testa e sujando a escada com sua neve branca, sua cabeça está pendida. E como se fosse uma torneira humana, seu sangue jorra como se estivesse enchendo um copo de água.

A porta do quarto é aberta em um baque, me assustando e acordando Maya, Neitan passa por ela com uma expressão que não consigo identificar, medo, raiva, talvez insegurança.

Tiana chega logo atrás dele, suas mãos tremem e seus olhos estão arregalados, ela parece estar em choque, sem perder muito tempo já me adianto.

— O que está acontecendo? — Naitan me olha com uma cara nada boa, ele fecha a porta atrás de si e coloca as mãos na cabeça. Ele parece que está suando frio.

— Dá pra alguém falar alguma coisa? Porque o sentinela está morto? — Maya se levanta da cama correndo e vem até mim, antes de chegar até a janela entro na sua frente — Tem certeza?

— Tenho, me deixe ver — Observo a sua expressão, ela leva as mãos até a boca e uma fina camada de água cobre a sua íris esverdeada.

— Eles estão aqui — balanço a cabeça negativamente, e é impossível eles terem entrado aqui, só há uma rua, e veriamos eles a quilômetros de distância. A não ser... Porra.

— Mas como? Por onde? — Puxo Maya para o chão assim que uma enorme explosão vem de fora. Tiana se aproxima da janela.

— Eles explodiram a passagem — Em instantes balas são disparadas por todo lugar.

Os gritos, me trazem flashbacks que eu queria esquecer.

A rua escura e fria, os pedidos de socorro que não foram atendidos.
O carro capotando e explodindo perto do poste.

— Allyssa — Neitan me chama — Se controla.

Como ele sabia? Fecho os meus olhos com força tentando desarpar as lembranças. Uma bala entra e se aloja na porta do banheiro.

— NÃO ESTAMOS SEGUROS AQUI — Tiana grita por conta do barulho dos disparos.

Os tiros cessaram, ouço a voz de um deles mandando todos saírem de suas casas.

Neitan se levanta devagar e passa por mim e por Maya, indo até a janela
— Vamos subir para o terraço — me agacho e ajudo Maya a levantar devagar, Tiana vai até a porta e espia, só agora percebi que havia uma arma em suas mãos. Faz um sinal com os dedos indicando para subirmos.

Tabuleiro Negro | Black bloodOnde histórias criam vida. Descubra agora