Ciúmes? Nunca...

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Com mais uns dias no inferno, Kim estava a ponto de perder seu lindo cabelo sedoso para o estresse. Nem quando fazia faculdade ele tinha visto tanto papel e letras miúdas, parecia que nunca iria acabar.

— Se eu ficar careca por causa dessa loucura, vou gastar o réu primário do Kimerdinha. Eu juro! — O pior de tudo nem era isso, como um comunicador que falava pelos cotovelos, Kim tinha necessidade de conversar com alguém. Ele precisava ser narcisista e falar mal de alguém, mas nem a secretária que deveria fazer tudo o que ele pedia queria escutá-lo.

Estava sendo uma experiência horrorosa. A cada meia hora ele pensava em jogar tudo para o alto e fazer lives comendo e assistindo igual Porschay. 

— É muito alto aqui? — A secretária que estava apenas fazendo o trabalho dela, ficou estática ao ouvir a pergunta que Kim fez. — Se eu pular daqui eu morro ou só quebro uns ossos? — olhando para o vice diretor, a mulher não sabia o que deveria responder.

— Quebraria alguns ossos. — Ela juntou os papéis espalhados na mesa desviando o olhar do outro tentando dar a informação que ele queria e ir embora logo. — E morreria. — batendo os papéis na mesa para que todos ficassem arrumados, ela voltou a atenção para o Kim. — Lentamente, engasgando com seu próprio sangue, enquanto sente muita dor.

— Por que você é tão fria comigo? Eu praticamente disse que estava cogitando a ideia de me matar e você nem para me dizer que eu não deveria fazer isso... — fazendo um drama que o Kimerdinha nunca faria, Kim deixou a secretária ainda mais confusa. Parecia que o windows dela tinha parado de funcionar e tudo que passava em sua cabeça era "error 404", ela nunca tinha visto o chefe tentar ser fofo e dramático ao mesmo tempo.

Sinceramente, queria nunca ter presenciado tal cena, o salário era bom, mas se todo o dinheiro fosse para a terapia, como iria conseguir pagar o aluguel no fim do mês? 

— Becky?

— Me desculpe, senhor, mas eu tenho que entregar esses documentos para o presidente. — Com a mesma cara de paisagem que entrou no escritório do Kim, ela saiu.

Sentido que foi rejeitado e com a carência batendo na porta, pensou que talvez esse drama todo fosse a falta que tinha de ver gnomos e dar PT em algum beco sujo, e no momento em que pensava onde ele poderia fazer esse tipo de coisa, foi tirado do mundo ilícito dele pelo celular tocando. 

— Tenho que mudar esse toque sem graça e genérico. — Estava pensando em colocar Jewels and Drugs como toque de chamada, mas talvez ficasse melhor como despertador, Kim ainda não tinha certeza. — O que é? 

"Phi, sou eu o Bas." revirando os olhos, Kim se segurou para não dar uma patada nele via chamada de voz. "Faz um tempo que não nos vemos. Que tal tomarmos um drinque hoje a noite?" Não precisava de muito para convencer Kim a sair daquele muquifo de escritório, principalmente quando a palavra chave foi adicionada na pergunta.

Uma bebida com procedência duvidosa de uma pessoa que ele mal conhecia, era tudo o que desejava. — Bora.

"Porque não convence Porschay a vir também? Faz muito tempo que não o vemos." Kim quis negar e dizer que Porschay não poderia beber e iria lhe dar um enorme NÃO como resposta. 

Na verdade, Kim nunca tinha o visto sair do apartamento em todo aquele mês que esteve neste mundo. Na verdade, ele começou a reparar no Porschay há pouquíssimo tempo, antes, Kim gostava de fingir que o nanico não existia.

— Vou ver o que eu faço, mas não garanto nada. — finalizando a ligação depois de mais algumas palavras trocadas sobre onde eles iriam se encontrar e que deveria ser um lugar com pessoas jovens, enfatizou o "jovens" por estar cansado de ver os velhos do clube de golf. Kim estava sentindo o coração bater forte e rápido.

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