O outro Universo

Um suga baby diferenciado

Muito preocupado com a atual situação em que se encontrava, Kim começou por sua incansável busca por qualquer conhecimento que o tirasse desse mundo estranho e peculiar.

Por meia hora, o que já era muita coisa.

Bom, ele tentou...  Foi o tempo mais bem gasto de toda sua vida serelepe.

Ao menos, Porschay estava empenhado em achar respostas. Procurou por incontáveis horas, assistindo documentários sobre viagens no tempo, mundos paralelos, paradoxos temporais, efeito borboleta e entre outros. Já estava ficando vesgo de tanta informação e nenhuma delas parecia explicar o que exatamente estava acontecendo e como desfazer aquilo.

Ele até tentou fazer mais perguntas para Kim, talvez ele pudesse lhe dar uma resposta que fizesse sua mente clarear um pouco, mas o lindão estava muito concentrado em jogar Stardew Valley, ele tinha uma fazenda para cuidar e precisava casar com o Sebastian antes do segundo ano, no inverno não seria viável comprar o colar para o pedido de casamento, então ele teria que ganhar o coração emo gótico das trevas do outro ainda na metade do outono.

Era questão de honra.

— Talvez... — A voz de Porschay veio baixinha de repente, assustando Kim, que quase colocou os bofes para fora. — Talvez se você for dormir consiga voltar para seu mundo original e trazer meu marido de volta. 

Mas Kim não já tinha dormido? 

— TaLveZ Se vOcÊ FOr dOrMiR... — comportando-se como uma criança insuportável, Kim imitou Porschay e revirou os olhos ao terminar sua imitação.

Estava fazendo muito isso nas últimas horas, o gatilho vinha quando o pequeno polegar chamava pelo dito cujo do marido sebosinho dele. 

— Sei lá, cara. Pode ser que funcione. — resolveu, por fim, dar uma colher de chá e fazer o que outro sugeriu. Normalmente, ele seria um cuzão e diria que não ia fazer o que Porschay estava propondo, só por ser um babaca idiota.

Mas também não queria aceitar tão facilmente o que Porschay sugeriu. 

— Tive uma ideia muito melhor, e muito mais elaborada que essa tua meia boca aí, — Nojentinho como habitual, Kim salvou o jogo resolvendo direcionar toda a sua atenção no hobbit. — Que tal eu fazer exatamente o que eu fiz antes de vir parar aqui? Tipo, ficar muito chapado e ir dormir sem tomar banho.

— Você dorme sem tomar banho? — O que era aquilo no rosto bonitinho do MC De Menor? Nojo? Mas que afronta! Kim ficou ofendidíssimo com aquilo.

— Agora você está me julgando, coisinha? —  Kim perguntou indignado, mesmo que já soubesse a resposta.

Silêncio.

— Cadê meu celular? — Porschay ficou o encarando com um "Não é o SEU celular, é o celular do MEU marido" estampado no meio da cara, Kim a qualquer momento iria ficar com os olhos revirados para sempre se não parasse de os rolar para trás toda vez que Porschay trazia o falecido à tona. — O celular do coiso, cadê? — esticou a mão já impaciente, seu tempo era precioso, Porschay deveria agradecer de joelhos por Kim estar gastando com ele.

— Para quê você quer? — Os dois se encararam por alguns segundos, Kim queria mandar um "Não é da tua conta, cotoco!", mas resolveu não gastar o estoque de frases da quinta série que guardava com tanto amor e dedicação em seu cérebro com apenas um neurônio funcionando.

— Quero ligar para o Arm, ele talvez possa me ajudar. 

Porschay queria perguntar por qual motivo esse tal de Arm iria ajudar na atual situação deles, mas, suspirando, desistiu de agir de maneira infantil e foi pegar o celular do marido.