Capítulo 2

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Por Dalva 

Escutar aquela conversa me destruiu e uma forma inexplicável. Não sei se foi o medo de perder a minha futura assistente pessoal ou o fato de ela sofrer violência doméstica em sigilo.

Sou uma das donas (filha da dona majoritária) e Presidente de uma firma de advocacia, ela é minha secretária e creio que ela tenha plena consciência de que não precisa passar por essa situação. Nem ela nem ninguém. 

Ok. Confesso que não sou de meter na vida dos meus funcionários. Aliás, não me preocupo com a vida pessoal de nenhum deles. Minha preocupação é  meu império e, o que eu desejo deles, eu possuo que é o profissionalismo deles. Pago seus salários para me proporcionarem profissionalismo e isso não pode negar que eles me proporcionam com excelência.

Eu sei que faz um bom tempo que a Senhorita Belfray vem trabalhando pra mim, só não esperava que já tivesse se passado seis meses a descoberta de que minha ex fiel assistente tinha caso com o meu ex marido. O que eu devo confessar que fora o melhor erro dele, me deu menos trabalho do que coloca-lo pra fora.

Claro que a Maria era uma excelente profissional, não tenho nada a reclamar, nem mesmo o fato dela hoje ser a noiva do meu ex. Uma estudante de direito, com uma corpo maravilhoso, uma beleza admirável. E como eu não sou hipócrita, somente o fato dela ter tirado aquele traste da minha vida, me proporcionando a vitória de ganhar todos o bens que adquirimos juntos e três belíssimas pensões (Minha, da Clara e da Dayana, nossas filhas), eu desejo que ela não desista dos seus sonhos, que ela conclua a faculdade se forme, cresça e conquiste todos os seus objetivos. Principalmente que ela seje muito feliz. Mas é claro que, ela não precisa saber o quão grata eu sou e o quanto eu desejo sua felicidade. Prefiro que ela continue a pensar que eu a odeio.

Sou tirada de meus pensamentos com a chegada de Mãe e filha.

- Estamos a muito tempo aqui né? - pergunto às observando, ambas com os rostos vermelhos devido ao choro recente.

- Desculpe-me a demora, eu estava resolvendo um probleminha.  

- Então vamos antes que fique muito tarde.. - digo me levantando.

- Sim senhora..

Recolho meus pertences e as encontro ja e frente ao elevador, posso visualizar a mochila que Belfray levava nas costas e só então tive a certeza de que talvez não fora tão errado tê-la tirado de casa, ja que a mesma ainda usava o uniforme e havaianas nos pés.

Creio que eu tenha a observado demais ja que quando a encaro a mesmo aparentava estar desconfortável.

- Vamos? - sussurra Belfray e eu me recomponho adentrando no elevador e as duas entram logo atrás.

Assim que chegamos no estacionamento percebo que só havia meu carro.

- Boa Noite Senhora Madder, caso precisar é só ligar. - diz Victória de mãos dadas a filha.

- Nada disso, eu irei levá-las.

- Mas senhora..

- Vamos senhorita Belfray eu não tenho a intenção de encerrar a noite discutindo sobre algo que eu tenho certeza que acontecerá! - digo abrindo a porta do carona e a de trás e Belfray me encara. - Venha pequena, aqui tem o assento para sua segurança. - digo sorrindo e a pequena encara a mãe que confirma com a cabeça.

Entro no carro e dou partida em silêncio, assim como as duas e depois de longos minutos dirigindo, observei a pequena no banco de trás.

- Adormeceu.. - sussurro olhando para Victória que se vira para confirmar.

Mais que uma secretária..Onde histórias criam vida. Descubra agora