It's a bitter sweet symphony this life

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‼️🚨 TRANSFOBIA 🚨‼️

O relógio da mesa de cabeceira marcava 05:27. A Marina suspirou, esfregou os olhos e se levantou lentamente, não queria acordar Jotaro, essa era uma das poucas coisas que o casal ainda fazia um pelo outro. Ambos sabiam que dormir era essencial para suas carreiras. Como iriam se concentrar nos ensaios se estivessem sonolentos?

A spalla se vestiu, calçou suas pantufas brancas e saiu do quarto indo em direção a cozinha. Pensou em fazer o café da manhã para o namorado, já que era ele quem sempre o fazia.

Resolveu fazer um café da manhã típico japonês, mas não se lembrava de todos os passos para fazê-lo. A spalla viu o laptop do namorado em cima da mesa de jantar, perto da grande janela, onde ele se sentava todos os dias.

Rapidamente, ela abriu o laptop, digitou a senha e a página que apareceu a deixou confusa e um tanto chocada.

Era um vídeo de uma moça alta, de cabelos ruivos longos, que batiam em sua cintura, mas que estavam presos em um rabo de cavalo, vestido verde e olhos violetas. A garota parecia muito familiar, mas o que despertou Marina foi o grande cacho caído no lado direito do rosto e o violino verde. Não era possível. Será que era quem ela estava pensando?

O nome do vídeo era "Der Erlkönig - Ernest / Tenmei Kakyoin - Moriō-Chō Spring Festival". Marina não podia acreditar no que estava vendo, o sobrenome era o mesmo. Mas... algo estava diferente, aquela era a mesma música que o prodígio havia tocado duas semanas antes, no bar.

Seriam os dois... irmãos? Marina pensou nessa possibilidade por alguns segundos, até um estalo lhe ocorrer. Não eram irmãos e sim a mesma pessoa. A spalla ficou sem reação por um instante, a raiva tomava conta de seus pensamentos.

"Como ele, quer dizer, ELA tem a cara de pau de tentar seduzir o MEU namorado? E o idiota do Jotaro está caindo no joguinho dela!"

A spalla fechou o laptop com força, se levantou da cadeira num movimento brusco, voltou até o quarto, se trocou e parou na porta do cômodo. Jotaro ainda dormia de bruços na cama, abraçando um travesseiro.

Marina ficou parada alguns minutos, ainda observando o rapaz. As costas do violoncelista estavam descobertas, o edredom cobria apenas da cintura para baixo. A marca de nascença em forma de estrela no ombro esquerdo dele, continuava sendo uma coisa muito curiosa para a spalla. Ela admirou os músculos definidos da omoplata e dos braços do namorado. Que homem sexy.

Mesmo adormecido, suas sobrancelhas continuavam um pouco cerradas, deixando-o com um aspecto bravo enquanto dormia, mas os lábios relaxados, que faziam um biquinho, indicavam que o rapaz estava totalmente tranquilo.

Por um instante, a spalla se pegou pensando em quando a relação deles começou a ficar ruim. A lembrança que veio foi a de uma ex-integrante da orquestra, flautista, que vivia puxando assunto com Jotaro, que apenas sorria confuso para a garota.

Marina chegou a pedir a Dio que mandasse a moça para outro grupo, mas o pedido foi negado no momento. E depois de várias brigas do casal, no meio dos ensaios, o maestro, finalmente, a mandou para outra companhia. A partir daquele dia, a spalla passou a vigiar o namorado, ficou grudada com ele e exigiu que o rapaz lhe passasse as senhas do celular e do laptop.

O violoncelista sempre foi muito centrado em seu trabalho, então qualquer coisa desnecessária, era completamente ignorada. Mas queria a todo custo, evitar mais discussões com a namorada. Jotaro não tinha coragem e nem energia para sentar e conversar com a spalla. Sua personalidade muito introvertida, às vezes, era um grande problema.

A spalla voltou a si após alguns minutos, o vídeo que assistira ainda rodava em looping em sua mente. Mais uma vez ela foi tomada pela raiva. A paranoia de estar sendo traída pelo violoncelista era tão grande, que Marina sentiu suas bochechas ficarem quentes.

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