O táxi parou na frente do antigo portão de madeira. Os muros que cercavam a propriedade contornavam o quarteirão. Na pequena placa ao lado da entrada era possível ler os dois kanjis que formavam o sobrenome 'Kujo'.
Estava nevando e toda a vegetação ao redor da propriedade, que em outras estações do ano tinha tons vibrantes de verde, estava marrom e coberta de gelo.
"Nem acredito que, finalmente, chegamos." Jotaro suspirou e sorriu para o marido, enquanto pagava o motorista. Noriaki sorriu de volta e saiu do carro com cuidado, tentando não acordar o bebê, que dormia profundamente em seus braços.
Já na calçada em frente ao portão, o violoncelista olhou para o filho, que repousava a cabeça no ombro de Noriaki. Mal dava para ver o rostinho dele, pois a criança estava toda agasalhada, vestindo um macacão felpudo com um capuz de ursinho, que cobria toda sua cabeça.
O casal preferiu poupá-lo ao máximo do estresse de uma viagem longa de avião, por isso nos últimos anos, Holly havia visitado a pequena família na Flórida com frequência. Agora que a criança estava um pouco maior, eles decidiram se arriscar e passar, pela primeira vez, as festas de fim de ano e aniversário do bebê na mansão dos Kujo.
O músico estava orgulhoso do filho. Ele tinha apenas 2 anos, mas enfrentou a longuíssima viagem melhor que muitos adultos que Jotaro conhecia. Não reclamou e nem chorou muito, apenas ficou mais agarrado em Noriaki que o normal.
***
"Tadaima." Jotaro abriu a porta de correr, entrando no genkan e arrastando três malas consigo. Colocou-as no canto para não atrapalhar a passagem e tirou os sapatos, em seguida subiu o pequeno degrau para o hall que levava até a sala. Noriaki, veio logo em seguida, fechando a porta atrás de si. Entregou o filho para o marido e tirou os próprios sapatos. Se abaixou para organizar os pares, um ao lado do outro.
Holly veio correndo para recebê-los.
"Aaaaaah meu amores, que saudade!" E abraçou Jotaro de lado para não perturbar o bebê, que começava a acordar, coçando os olhos e bocejando.
O violoncelista retribuiu o abraço, sorrindo encabulado quando a mãe beijou seu rosto.
"Eu também senti sua falta." Ele sussurrou.
"Nori-kun," Holly soltou o filho e rapidamente abraçou o genro. "Fizeram uma boa viagem?"
"Sim, foi melhor que nós imaginávamos! Muito obrigado por nos receber esse ano." Noriaki sorriu, abraçando a sogra com muito carinho.
Desde a primeira vez que se conheceram, Holly foi extremamente receptiva, era uma mulher forte e amável, que com pequenas atitudes mostrou para o jovem ruivo como era gentil o amor de uma mãe que apoiava o filho integralmente.
"Bachan! Bachan!" O bebê tinha despertado por completo e se contorcia no colo de Jotaro para ir para abraçar a avó. O pai colocou o filho no chão e a criança foi correndo para Holly.
"Jouta-chan, como você cresceu!" A mãe de Jotaro o abraçou com força. Já tinham seis meses desde a última visita de Holly na Flórida. "Deixa eu ver sua carinha!" E tirou o capuz que cobria o menino.
Ela olhou para o rostinho gorducho da criança com um sorriso saudoso. Jouta era a cópia perfeita de Jotaro, exceto pelos olhos violeta, que herdara de Noriaki, e o tom castanho avermelhado nos cabelos.
"Você está com fome? A bachan preparou todas as comidas que você gosta! Tem onigiri, karage, tempura..." Holly enumerou mais uma lista de pratos enquanto levava Jouta no colo para a sala de jantar.
Jotaro olhou para Noriaki, que estava tirando o sobretudo e o cachecol, e pendurando as peças de roupa no cabide próximo a ele. Sete anos haviam se passado desde aquela primeira temporada de outono e inverno dedicada a Brahms, o casal continuava trabalhando junto na orquestra. Apesar de muitas coisas terem mudado na vida dos dois, o amor e parceria do casal parecia ter triplicado.
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Bitter Sweet Symphony
FanficUm convite feito pelo maestro Dio Brando, acidentalmente bagunçou a harmonia de sua orquestra. Alguns de seus músicos perceberam que precisavam afinar algumas notas de suas vidas pessoais.