No change, i can change, i can change

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O grande dia, finalmente, havia chegado. Foram semanas de ensaios, repetições, finais de semana sendo usados para praticar trechos difíceis, muitos ajustes e, também, copos de café. Todo o esforço do grupo, enfim, seria recompensado.

Noriaki e Jotaro trabalharam duro, para que seu dueto ficasse impecável. O violoncelista queria mostrar para o prodígio, que estava no mesmo nível dele. A dupla ensaiou sozinha durante vários finais de semana. Desde manhã até altas horas da noite.

Como o combinado, continuaram mantendo a cordialidade com a spalla. Ela também manteve a compostura e os ensaios eram todos perfeitos. Dio, estava muito feliz e satisfeito.

No camarim, Jotaro e Noriaki se arrumavam para o grande concerto, o primeiro e mais importante da temporada. A dupla principal preferiu dividir um camarim, assim poderiam acertar os últimos detalhes de como entrariam no palco.

Noriaki estava na frente do espelho, ajeitando, com um babyliss, seu longo e amado cacho ruivo, que batia na altura do queixo. Jotaro estava no banheiro, terminando de se vestir, mas não demorou muito para sair.

"E aí, Nori, terminou de arrumar o cabelo?"

Assim que viu Jotaro, o coração do violinista deu um salto e quase saiu pela boca. O violoncelista estava lindo, o caimento do smoking abraçava seu corpo com perfeição, nem muito justo e nem muito largo. Apenas o corte perfeito.

O prodígio não sabia muito bem o que dizer, seus olhos não conseguiam parar de olhar aquele homem. Suas mãos suavam, quase derrubou o aparelho que estava em sua mão.

"Está igualzinho ao James Bond" o violinista soltou uma risada travessa. "Kujo, Jotaro Kujo"

O violoncelista sentia seu rosto arder de vergonha, ainda não sabia lidar com os elogios vindo do prodígio. Ele apenas soltou uma risada nervosa.

"Vou te arranjar um par de óculos"

Noriaki gargalhou, era ótimo fazer o amigo ficar vermelho. A dupla agora estava mais íntima e já tinham a liberdade de fazer esse tipo de brincadeira um com o outro.

"Você gosta do seu suco de maçã batido e não mexido?" O prodígio pegou a pequena caixa de suco, a qual Jotaro bebia antes de ir se vestir, que estava em cima da mesa ao lado da penteadeira.

Jotaro ficou sem reação por alguns segundos, enquanto Noriaki gargalhava alto. Mas o violoncelista não deixava as piadas passarem batidas. Ele se aproximou do violinista e suavemente o prensou na parede do espelho, sussurrando no ouvido do ruivo.

"Se eu sou o James Bond, você é o Bond Boy"

Noriaki sentiu as pernas ficarem bambas, seu corpo pegar fogo e a respiração ficar ofegante. Sua cara de surpresa fez Jotaro rir, o violoncelista deu alguns passos para trás, ainda com um sorriso travesso nos lábios.

A dupla se encarou sorrindo por alguns segundos, mas foram interrompidos por algumas batidas na porta do camarim. Era Dio, que veio avisar que faltavam poucos minutos para subirem ao palco.

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O momento mais aguardado pelo grupo, estava prestes a acontecer. Na coxia, Dio, Jotaro e Noriaki se preparavam para subir ao palco. A dupla entrou seguida pelo maestro, toda a orquestra se levantou e a plateia aplaudia os músicos. Os três atravessaram o palco indo em direção a spalla para cumprimentá-la. Antes de se dispersarem para seus respectivos lugares, o público também foi cumprimentado.

Jotaro se posicionou em seu tablado, ao lado esquerdo do podium do maestro. Noriaki estava a sua direita, a alguns centímetros de distância, o suficiente para dar visibilidade a Marina, que ocupava o primeiro assento da primeira fileira de violinos. Dio seguiu para o seu lugar e logo deu início a apresentação.

Bitter Sweet SymphonyOnde histórias criam vida. Descubra agora