capítulo 3.5 - tormentum - passado

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dez anos antes de 0

TORMENTUM conseguia ouvir os ecos enraivecidos da discussão que estava sendo travada numa língua que já não era mais falada. A discussão intensa e acalorada já ultrapassava uma hora ininterrupta. Felizmente, ele havia sido treinado desde a infância no latim, o que permitia que compreendesse com clareza cada palavra que era dita.

Você é um irresponsável! Como poderia permitir que algo assim acontecesse?! Era uma tarefa simples, e mesmo essa você foi incapaz de cumprir! — reconheceu a voz irada de seu pai, que mesmo abafada pela máscara, ainda ecoava com clareza por toda aquela metade da casa.

—Por favor, meu lorde, peço que se acalme... — essa voz para ele era desconhecida.

—Me acalmar? Me acalmar?! Weasley, nosso ritual foi interrompido de maneira abrupta. Mudamos coisas que não deveríamos, isso não pode resultar em algo bom. Estamos em uma situação insustentável, é certo que estamos condenados!

—No entanto, eu não sou o único culpado! Havia outros envolvidos, não fui eu quem não ouviu as crianças.

—Mas você era o líder lorde, era você quem deveria prestar atenção, quem deveria ter cautela.

—Mas, meu lorde, como poderíamos prever que haveria pessoas tão profundamente na floresta?? Isso não estava em nossos planos, não fomos previamente avisados de que isso poderia acontecer

—De qualquer maneira que tenha ocorrido, não faz a menor diferença para mim! Você, e apenas você, era o encarregado de assegurar que nenhum imprevisto acontecesse. Mas agora? Agora os espíritos estão em desalinho, as energias soltas e descontroladas, PRATICAMENTE TODA a nossa comunidade dúvida da liderança, dos nossos rituais, de nossos propósitos, muitos se rebelam e levantam a voz contra nós, e o que você, Weasley, fez? Absolutamente nada!

Wesley, na sua tentativa de permanecer sereno frente à explosiva fúria do seu senhor, respondeu com convicção: — Eu irei remediar esta situação, meu senhor. Farei todo o possível e necessário para trazer tudo de volta à normalidade.

O lorde, fechando seus punhos com força, encarou Wesley com uma expressão capaz de penetrar a alma: — É bom mesmo que o faça, Wesley. Caso contrário, as consequências irão afetar a todos nós, vai recair sobre a nossa estirpe. E eu não posso, e nem vou permitir que algo do gênero ocorra.

A discussão se prolongou, mas Tormentum sentiu uma pressão suave no ombro. Deu um pulo, quase chamando a atenção dos homens reunidos na sala. Olhou assustado para o lado, porém era somente sua mãe.

— Tormentum, vá para a cama, não deveria estar acordado a essa hora. — ela murmurou suavemente, colocando suas mãos carinhosamente sob os ombros do filho, o guiando para o próprio quarto. a criança ainda olha para trás instintivamente, querendo ficar, mas acaba por não contradizer a mãe.

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Salutant te omnes imperialem maiestatem.

Às sombras da seita 11.37Onde histórias criam vida. Descubra agora