Doce Clichê de Natal

Seis

A praça central estava transformada em um cenário mágico para a apresentação de Natal. O sol já havia se posto, deixando o céu tingido de tons avermelhados e dourados, criando um cenário deslumbrante enquanto a noite começava a cair. A praça central estava toda iluminada por uma infinidade de luzes de Natal, que pendiam das árvores e contornavam os prédios ao redor. Era como se estivéssemos entrando em um conto de fadas.

Os aromas natalinos pairavam no ar, misturando-se com risos e conversas animadas das pessoas que se reuniam na praça. Grupos de crianças corriam de um lado para o outro, suas gargalhadas enchendo o ar. Famílias se aconchegavam em bancos, envoltas em cobertores para enfrentar o frio da noite. O brilho das luzes natalinas parecia refletir em nossos olhares, cada troca de sorrisos e toques sutis carregados de uma eletricidade emocionante. Parecia que o ambiente havia amplificado a conexão entre nós, tornando cada momento ainda mais especial.

Enquanto caminhávamos pelo local, Antônio e eu não conseguíamos evitar a troca de olhares e toques sutis. Nossos dedos se entrelaçavam de forma quase automática, como se nossas mãos tivessem uma atração própria. Cada toque, cada olhar, era carregado de uma eletricidade emocionante. Parecia que o ambiente natalino havia amplificado a conexão entre nós, tornando cada momento ainda mais especial.

Antônio parou por um momento e me olhou nos olhos, um sorriso tímido brincando em seus lábios. Seus olhos transmitiam um sentimento profundo, e eu podia sentir meu coração batendo mais forte. Era como se o mundo em volta de nós desaparecesse, e só restasse o momento que compartilhávamos ali. No meio da apresentação, quando as luzes do palco suavizaram e um coral infantil entrou para cantar "Noite Feliz", Antônio suspirou e seus olhos se desviaram para o palco, parecendo transportá-lo a um lugar distante. Percebi a expressão sombria em seu rosto e soube que havia algo mais em seu coração.

- Marina, esta noite está sendo incrível! Estou feliz por ter te encontrado! - Sua voz era suave e carinhosa.

Sorri e apertei sua mão, sentindo-me completamente à vontade com ele.

- Eu também estou feliz por ter te encontrado.

E eu realmente estava, acho que desde o primeiro momento. Não sei se eram pelas luzes, ou pela sensação de acolhida que senti aquela noite, mas era diferente. Era tudo inusitado, quais eram as chances de nos conhecermos? Mas as melhores coisas são assim né. Senti vontade de eternizar tudo em um desenho.

As luzes cintilavam, criando um cenário deslumbrante, enquanto uma multidão se reunia para assistir à apresentação de Natal. Era como se todos na cidade estivessem ali, ansiosos para celebrar juntos.

Pipocas estouravam nos carrinhos de pipoqueiros, enchendo o ar com um aroma irresistível. As crianças corriam com entusiasmo, segurando bexigas coloridas e algodão-doce, com sorrisos brilhantes nos rostos. Os vendedores ambulantes vendiam enormes balões de todos os personagens infantis que eu me lembrava, sopradores de bolinhas de sabão e toucas de Papai Noel.

No centro da praça, um grande palco tinha sido montado, decorado com guirlandas, luzes piscantes e um imenso boneco de neve que saudava a todos com um aceno amigável. O palco estava iluminado, e a expectativa da plateia era palpável. As famílias se acomodavam em suas cadeiras dobráveis e cobertores, compartilhando alegria e calor humano.

Antônio e eu encontramos um lugar privilegiado, com vista para o palco. Ele me puxou gentilmente para mais perto, e nossos ombros se tocaram de forma sutil, enviando arrepios de eletricidade. Trocamos sorrisos cúmplices, cientes de que estávamos prestes a testemunhar algo mágico.

A música começou a preencher o ar, e a companhia de teatro local subiu ao palco com trajes brilhantes e coloridos. Cantores e dançarinos executavam movimentos coreografados com graça e entusiasmo, enquanto a plateia se deixava levar pelas canções de Natal conhecidas.