Não Há Morte

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Seguro a areia em minhas mãos
E os dentes de Gaia me dilaceram
Fazendo vazar água das feridas
E rugidos animalescos da boca.

Meus pés tropeçam um no outro
Enquanto desbravam os caminhos
Que nunca levam a lugar nenhum,
Mas apenas guiam de volta ao fim.

Minha cabeça parece se tornar oca
Quando o vento toca suas rachaduras
E forma um cântico saudoso ao deus
Desintegrando-se no meu estômago.

Meus pulmões se contorcem de dor
Desejando a respiração do monóxido
E o meu intestino vibra pela presença
Do verme que se enrola em si mesmo.

Meu coração pulsa violento e nervoso,
Como um punho socando o meu interior,
E sinto os insetos percorrendo meu corpo
Enquanto gozo um prazer inalcançável.









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⏰ Última atualização: Nov 15 ⏰

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