Letter's and you - Cartas e você. 〔 Minsung 〕

𝟢 . 𝟩 - 𝖲𝖼𝖺𝗋𝖾𝖽𝗒 𝖼𝖺𝗍.

Hortênsia, lisianto e frésia.

Hortênsia, lisianto e frésia.

Hortênsia, lisianto e frésia.

Que droga!

Como fui capaz de ser tão idiota ao ponto de não perceber que aquele não era o número dele? Quem em sã consciência daria o número de telefone para uma pessoa desconhecida tão facilmente como ele fez?

Hoje faz precisamente uma semana desde que conheci Lee Minho, o responsável pelas pinturas que encontrei em alguns veículos na estação desligada em Apgujeong-dong, e conjuntamente faz uma semana que venho tentando lhe contactar.

Todavia para minha frustração não pude entrar em contato com ele desde então, por um motivo demasiadamente específico e frustrante, e esse motivo me fez desejar tirar a vida de alguém pela primeira vez em minha vida e enterrá-la no meio de um floresta inacessível unicamente pela vergonha que senti quando decidi finalmente ligar após várias mensagens não respondidas. Afinal, Minho havia me passado o número de uma casa noturna e não o seu.

─ Hannie, o que está fazendo? Errou outra vez!

Contando com essa é quarta vez seguida em que erro a ordem das flores no buquê que fui coagido a arrumar por Celestine, não consigo me concentrar no que estou fazendo de maneira alguma e isso é culpa daquele maldito pintor desnecessariamente bonito.

─ No que está pensando? Se continuar assim irei demitir você.

Eu deveria ir até aquela estação novamente depois do plantão do final de semana? Estou seriamente cogitando a ideia de persegui-lo até que ele me dê o seu real número de telefone.

─ Han Jisung!

Voltando para a minha realidade após ser chamado a atenção pela ruiva, pisquei repetidamente algumas vezes e levei o meu olhar para a garota de braços cruzados e pouca paciência em minha frente. Se pudesse, ela certamente acertaria a minha cabeça com um pedaço de madeira nesse exato momento.

─ Eu estava escutando Stine, você não pode me demitir quando a loja nem é sua.

Proferi pondo o borrifador que estava em minhas mãos sobre a mesa cheia de sépalas e raízes das flores que havia utilizado na montagem do buquê, passando uma de minhas mãos pelos meus fios delicadamente.

─ No que você tanto pensa?

É uma boa pergunta, por que estou tão frustrado por ter sido enganado por um estranho quando sua ação é completamente justificável?

─ Em nada, não se preocupe. Estou indo agora, até mais!

Avisei suspirando pesadamente, pegando minha mochila desgastada que se encontrava jogada sobre o piso laminado da loja conforme me dirigia em direção a porta. Mas que dor de cabeça.

01:30, Apgujeong-dong, South Korea.

Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura.

Ouvi em algum lugar uma vez que a esperança é a última a morrer, e por isso aqui estou eu; escondido nos trilhos da estação abandonada à espera do pintor Lee, que me despertou curiosidade com suas obras. Não tenho certeza de que ele virá para a estação esta noite, mas não lhe deixarei escapar sem me dar o seu número real.