Capítulo Um

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 O término

— Mari, precisamos conversar. — Diz ele, em um tom sério.

Fico ansiosa, porque sabemos que nada pode terminar bem quando a primeira frase é essa.

— Pode falar — olho para Bernardo, sentindo minhas mãos suarem.

— Eu quero dizer que você é...Mari...

Não aguentando mais ele enrolando, me intrometo no meio do pensamento dele.

— Pode parar, se vai dizer que eu sou incrível para depois terminar comigo Bernardo. — Respiro fundo sentindo meus olhos lacrimejarem. — Seja direto e puxe o band-aid logo.

— Ok, eu acho que é melhor cada um seguir seu caminho, estamos em outro momento, e não tá dando mais certo. — Confirmando as suspeitas.

Solto uma risada e ele franze a sobrancelha.

— Viu? Foi melhor assim. — Afirmo.

— Desculpe, Mariana.

— Por que? Por terminar comigo? Tá tudo bem. — Engolindo o choro na frente dele.

Viro de costas para ele, sem dizer mais nada, e o ouço chamar.

— Mari?

Ergo a mão ainda seguindo em frente, como dizendo assunto encerrado.

O caminho todo seguro as lágrimas, ao chegar em casa corro para meu quarto, sem olhar para o lado escuto minha mãe me chamando, mas não dou qualquer atenção, passando direto.

— Mariana? Você tá bem?

Adentro no meu quarto e me jogando na cama para chorar a noite toda.

Alguns minutos depois alguém bate na porta. Me reviro na cama passando a mão pelo rosto.

— Que é? — Grito.

— Tá tudo bem, filha?

Suspiro devagar.

— Sim, mãe — Falo, mesmo não estando.

— Tem comida no forno, só esquentar, tá bem?

— Pode deixar, mas não tô com fome, eu comi lá no shopping. — Minto.

— Então, tá, mas se sentir fome, só pegar. — Ressalta minha mãe que estava visivelmente preocupada.

— Tá, ok. Não se preocupa, já vou dormir, eu tô cansada.

— Boa noite, minha filha.

Escuto os passos se afastando da porta e volto a derramar mais lágrimas.

Em seguida sinto o colchão tremer e me viro com uma notificação de Felipe, meu melhor amigo.

"Mari, tu tá bem? Eu vi o Bernardo chegando em casa com a Carla."

O quê? Sento na cama imediatamente digitando a mensagem.

"Como é que é? Ele terminou comigo há menos de uma hora."

"Sinto muito, Mari. Se precisar eu vou aí agora"

Sorrio de como Felipe era fofo.

"Não precisa, eu quero ficar sozinha e amanhã falamos na escola, tá?"

Largo o celular de lado. Deitando de novo para chorar até dormir de cansaço. 

Me concede a última dança?Onde histórias criam vida. Descubra agora