O beijo
Ao sair da sorveteria, fomos caminhando lado a lado, um silêncio se aprofundava entre nós. Até que Felipe para de repente e acompanho seu movimento ao virar meu corpo para ele.
— Mari, você não precisa me responder nada sobre o que eu acabei de falar, mas por favor, não fica estranha ou surte — diz ele, apreensivo.
Olhei para cima como se procurasse as palavras certas.
— Lipe, eu não estranha, mas, sim, eu tô meio que surtando — falei, finalmente.
— Podemos esquecer toda aquela conversa? — Ele falou com a voz embargada como se tivesse feito a coisa errada.
Levei as minhas duas mãos até o rosto do meu melhor amigo e fixei meus olhos nos dele.
— Apesar do choque da revelação, o que me faz surtar é que tudo tá fazendo sentido...
— Sentido como, Mari? — Felipe ergue a sobrancelha.
— Que as coisas mudaram em relação a você... em relação a nós, desde aquele dia quando me levou em casa e eu não sabia explicar o que era aquilo e porque seria errado, mas você apaixonado por mim, talvez mude tudo... — Não termino de falar abaixando a cabeça sem graça.
Lipe leva sua mão até meu queixo o erguendo.
— Hey, Mariana. — Olho para ele com um meio sorriso. — Acho que foi a coisa mais bonita que alguém disse. — Eu dei uma risada com o comentário, sem ter percebido que ainda estava segurando o rosto dele.
Ficamos nos entreolhando em silêncio, fui ficando nas pontas dos pés para ficar na altura dele, as suas mãos passaram para minha cintura que nos aproximavam mais, e sentindo nossos lábios tão perto podendo sentir o gosto do sorvete de pistache. Fechei os olhos me deixando levar, ao toque da boca de Felipe na minha em um beijo calmo e delicado.
Deslizo as mãos até os cabelos pretos de Lipe, aproveitando cada segundo, de um momento mais inesperado da minha vida, quem diria que depois de um término pudesse encontrar no meu melhor amigo o amor. O amor mais puro e saudável.
Felipe afasta um pouco de mim e começa a rir. Olho para ele tentando achar graça.
— Isso foi alguma piada?
— Não, Mari... é que...
— Então qual é Felipe? — Cruzo os braços e ele para de rir me olhando e parando na minha frente.
— É que isso parece um sonho, e comecei a rir porque achei que fosse acordar mais uma vez.
Dei um tapa na cabeça de leve.
— É um sonho? — Ele faz uma careta.
— Não...doeu ok?
— Você não queria ver se estava sonhando, não queria? — Digo dando de ombros.
Ele olha pra mim, se aproximando lentamente ao ver minha cara de brava, e me pega no colo correndo comigo nos braços.
— Felipe Albuquerque, me coloca no chão!!
Acabo rindo do jeito dele, e pensando de como tinha me apaixonado por esse bobo do meu melhor amigo.
Seguimos até um bom caminho assim, até que ele me coloca no chão quando nos aproximando da minha casa.
— Obrigada pelo dia, mesmo que tenha tentado me deixar irritada. — Rio.
— Você é o meu melhor presente, Mariana Bueno! — Ele declara chegando mais perto de novo, me erguendo do chão e colando seus lábios nos meus. — Obrigado por me dar uma chance de te amar como você merece.
Coloco meus braços em volta do seu pescoço dando uma risada breve.
— Obrigada você por me mostrar o que é amar de verdade, pelo tempo que perdi achando eu sabia o que era, mas o amor com você não machuca me faz ter encontrado a paz.
Os lábios dele se formando em um largo sorriso enquanto me girava de um lado para o outro.
— Você quer ir comigo no baile de primavera da escola?
Inclinei a cabeça para trás com uma risada de felicidade e falei em um tom mais alto.
— Quero!
Ele me colocou no chão segurando meu rosto ao selar nossos lábios.
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Me concede a última dança?
Historia CortaMariana estava arrasada com o término do seu namoro com Bernardo. Ela só conseguia contar com o apoio do seu melhor amigo Felipe, que estava sempre ao seu lado. Ele fazia de tudo para animá-la e distraí-la. Aos poucos, Mariana foi percebendo que sen...