Capítulo Cinco

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O encontro, afinal

Seguindo pelo caminho pelos arredores da escola, fui até o campo de futebol onde acontecem os treinos do time que Felipe participava.

Ao visualizar ele conversando com o pessoal, observei que já havia terminado. Fiquei parada um tempo sentindo uma pontada no peito. Mas coloquei na cabeça que era apenas seu amigo ali, o melhor amigo, não tinha por que ficar assim.

Me aproximando de todos, um dos jogadores gritou pelo meu nome.

— Oi, Mari, o que tá fazendo aqui?

Nesse instante meu ex se virou olhando para mim, com um sorriso, tendo a certeza que eu estava ali por ele, olhei para ele e gritei em resposta ao outro.

— Vim encontrar o Felipe. — E girei o corpo na direção do meu amigo.

Eu não tinha intenção de fazer ciúme, mas aquela sensação era boa demais.

Chegando mais perto dos rapazes, inclusive de Felipe, o garoto coloca o braço em volta dos meus ombros, sorrindo para mim.

— Pronta? — Pergunta ele.

— Sempre.

Ele ri. Nos despedimos de todos e fomos embora.

— Onde estamos indo, afinal? — Enquanto caminhávamos pela saída da escola.

— Pensei em tomar um sorvete, quer?

— Eu acabei de tomar com minha mãe. — Dou uma risada.

Felipe faz uma careta.

— Mas pode ser um sorvete de pistache. — Digo.

— Obviamente o sorvete de pistache. — Ele debocha de mim.

Dou um beliscão no braço dele.

— Ai.

— Bem feito por debochar.

E nós dois rimos.

Chegamos na sorveteria e pedimos o sorvete, durante a espera eu falei:

— Então, o que gostaria de falar comigo?

Ele franzi o cenho dando de ombros.

— Nada demais.

— Como assim "Nada demais"? Felipeeeee?

— Mari???

Nesse meio tempo chega nosso sorvete gigante de pistache, meu favorito.

Pego a colher com um pouco e levo a boca.

— Hmmmm

Felipe ri da minha cara que acabei de sujar.

— Você parece uma criança comendo sorvete, Mariana.

Ele pega um guardanapo ficando de pé para dar a volta à mesa e ao sentar do meu lado leva o papel que tinha nas mãos no meu rosto para limpar.

Sinto meu coração acelerar quando ele toca na minha pele. E notei que ele para um pouco, tira a mão sentando com o corpo para frente.

— Mari... — Felipe respira fundo. — Vou ser direto, tá? Não aguento mais enrolar.

Fico preocupada.

— Fala logo, Felipe Almeida. Aconteceu alguma coisa?

Ele me olha e ergue a mão colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Fecho meus olhos brevemente.

— Eu... estou apaixonado por você desde que éramos crianças.

Chego a engasgar. E ele pego eu mesma o guardanapo.

— Felipe... eu não sei o que dizer. — Declaro.

— Não precisa dizer nada agora — Ele baixa os olhos fixos na mesa.

Levo minha mão até o rosto dele virando para mim.

— Vamos caminhar e daí tento dizer algo, acho que preciso de ar. — Rio e ele também.

— Claro, vai indo lá fora que só vou pagar os nossos sorvetes no caixa.

Assinto e sigo na direção da porta de saída, e fico esperando por lá, angustiada, com aquele frio na barriga tentando entender a situação.

Me concede a última dança?Onde histórias criam vida. Descubra agora