Capítulo Quatro

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Indo para o encontro

Mal dormi aquela noite, ainda bem que era sábado e não precisava ir para a escola, mas os raios de luz do sol atravessando o vidro da janela direto na minha cara me fizeram acordar. Coloquei a mão esquerda nos olhos, tapando-os, e em seguida o despertador toca, resmunguei:

— Nãaaao, esqueeeci de tirar!

Deitada na cama olhando para o teto, resolvo levantar e neste instante ouço uma notificação de mensagem. Alcanço o celular e desbloqueio a tela, não sei o que acontece, mas abro um sorriso ao ver que era Felipe. "O que tá acontecendo comigo?"

"Bom dia, raio de sol!"

Começo a digitar.

'Bom diaaaa, e viu um passarinho logo cedo pra essa felicidade?"

"Pra ser sincero eu tô feliz mesmo."

"E posso saber o motivo?"

"Deve, podemos falar depois do treino de futebol, que acha? Eu tô querendo falar com vc mesmo a sós."

Mais um sorriso espontâneo surge em mim.

"Claro, quer que eu te encontre lá? Eu vou sair com a minha mãe depois do almoço."

"Pode ser sim, até depois, linda!"

Fico olhando para as mensagens, sentindo um arrepio na espinha, e tentando entender tudo isso, procurando achar as diferenças e semelhanças de outras mensagens entre nós. O máximo de conversa mais intimidadora, foi quando combinamos de nos casar depois do 40 se estivéssemos solteiros ainda. Mas isso é coisa boba. Não?

Deixo esses pensamentos se esvair. Fico em pé e começo me vestir, colocando minha blusinha branca, minha jardineira jeans, meu All Star. Sigo para o banheiro lavar meu rosto, e escovar os dentes, e em seguida desço para sala onde meu irmão fica no canto falando com a namorada, faço uma careta para ele e viro em direção a cozinha.

— Bom dia família! — Exclamei.

— Bom dia minha filha, e tô vendo que tá com um semblante melhor. — Afirmou, minha mãe.

— Acho que sim, mamãe. — Sorri.

— Senta e come alguma coisa e daqui a pouco já saímos.

Ao sentar peguei alguns biscoitos de manteiga que minha vó tinha feito, um copo de leite com nescau e comecei a comer.

— Mãe, depois consegue me deixar lá na escola? — Falo com a boca cheia.

— Na escola, Mari?

— Sim, fiquei de encontrar o Felipe depois do treino ele tem algo pra falar comigo.

Ela sorriu.

— Esse é um garoto que eu acho muito fofo, eu namoraria com ele se tivesse a sua idade.

— Mãaaaae!

— Não é nada demais, vamos conversar e depois voltamos pra casa.

Ela me olha de canto.

— Tá bom, depois te deixo lá. — Com uma piscadinha no fim.

Reviro os olhos e rio.

Passamos o resto da manhã e início da tarde fazendo as compras, tomamos sorvete, e enquanto minha mãe dirige até a escola ficamos ouvindo Taylor Swift da minha playlist do Spotify e cantando juntas o caminho todo.

Ao estacionar o carro, abro a porta e jogo um beijo de longe para ela e nós duas rimos. Eu amo essa ligação que temos e tenho muito orgulho dela por ter criado meu irmão e eu sozinha desde que meu pai nos abandonou.

— Obrigada, mãe, até mais tarde!

— Se divirta, e juízo.

— Sempre.

Giro nos calcanhares e sigo na direção do campinho onde Felipe me espera. 

Me concede a última dança?Onde histórias criam vida. Descubra agora