Capítulo Oito

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O baile pt 2

Estava quase batendo às 19 horas. Eu estava pronta e linda com aquele vestido. Nada poderia dar errado. Descendo as escadas com minha mãe tirando várias fotos e eu não aguentando mais, a campainha toca. Parei no meio da escada estremecida. Era a hora, Felipe chegou. Quando ela quase abriu a porta colocando a mão na maçaneta eu alerto:

— Deixa que eu atendo. — Desço os últimos degraus e sigo até lá.

Minha mãe dá um passo para o lado. E abro a porta. E congelo.

Não era Felipe e sim, Bernardo.

— Oi! — Ele diz.

— O que tá fazendo aqui? — falo em um tom irritado, olhando para fora e procuro por Felipe que já deveria ter chegado.

— Vim te buscar pra ir no baile.

— O quê...? Como assim? — Quase me engasgo.

Ele vê minha cara confusa e surpresa.

— Sei que terminei com você, mas eu me arrependi, me dá outra chance, Mari?

Olho para ele incrédula, que audácia ele teria para ele vir até minha casa no dia do baile?

— E a Carla?

— Acabou.

— Hmm... — Olho para rua mais uma vez, já tinha passado da hora, onde estava Felipe? — Não, acabou, e não vou com você para o baile, se eu for ainda eu vou sozinha.

— Você está esperando alguém? — Ele olha para trás.

— Não te interessa.

Grito para dentro de casa antes que minha mãe perceba que estou pronta para explodir. — Mãe? Eu vou indo...

— Se cuida e se divirta...

Nem terminei de ouvir ela falar e bati a porta atrás de mim.

— Então, vamos juntos?

— Não.

Caminho na direção da calçada, descendo a escadaria que havia na minha casa.

— Por favor, se você vai pro baile, só deixa te acompanhar.

Eu estava de saco cheio. "Cadê você, Felipe?" Sentia meus olhos encherem de lágrimas. Mas não vou chorar. Eu sabia que esse vestido com salto alto para andar até a escola assim não ia dar certo. E não queria voltar para casa.

— Ok, pode me levar — vi o sorriso dele se formar, — mas só levar e depois cada um segue seu rumo no baile.

Ele concordou com a cabeça.

Bernardo abre a porta do carro para mim e reviro os olhos, mas estava tão cansada que só entrei me sentando no banco do carona. Fico esfregando minhas mãos no vestido.

Ao chegar no local do baile, nem esperei meu ex-namorado descer do carro, e abri a porta e saí andando. Com ele logo atrás de mim. Inferno!

Adentrando lá, fiquei procurando um rosto específico. Ao olhar para o bar e seguindo para questionar o que tinha acontecido eu o vejo conversando com Carla.

— O quê?

Sem perceber que o idiota do Bernardo estava atrás de mim e dei um salto me assustando.

— Que foi?

Ele gira o corpo para direção que eu olhava.

— Pois é...

Olho pra ele.

— Cala a boca. — Que arregala os olhos e ergue as mãos na defensiva.

Fico ali parada um tempo sem saber o que fazer. E vejo Felipe e Carla se direcionando até o meio do salão, meu estômago embrulha.

— Vamos dançar? — Bernardo cogitou.

Eu ia dizer que não, mas eu estava tão frustrada e furiosa que aceitei.

Enquanto a dança acontecia, fiquei pensando o que era aquilo tudo. Por que Felipe estava lá com justamente Carla? E depois da última mensagem à tarde que me enviou. Nada daquilo fazia sentido.

Meu coração acelerado. E eu precisava sair dali. Paro de dançar e Bernardo também me olhando, como que "Que foi?", dou de ombros.

— Preciso dar uma volta e pegar um ar. — Digo finalmente.

— Vou com você.

— Não. — Parando ele com a mão. — Preciso ficar sozinha e acabou Bernardo, não quero mais você na minha vida.

No mesmo instante ele vira as costas com a cara de debochado.

Saio do salão quase correndo, segurando meu vestido, procurando uma saída com ar fresco para poder respirar.

Me concede a última dança?Onde histórias criam vida. Descubra agora