Capítulo Dois

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A traição

Acordo lutando para levantar da cama. Pego a toalha e sigo para o banheiro tomar banho, escovar meus dentes. Volto para o quarto pegando minha calça jeans e a babylook do uniforme da escola. Pego minha mochila jogando nas costas.

Passo pela cozinha com minha mãe, meu irmão e minha vó tomando café da manhã.

— Bom dia! — Declaro, forçando um sorriso.

— Bom dia, minha filha!

Sento na cadeira vaga e pego uma fatia de pão, alcanço a faca para passar margarina e em seguida um queijo. Praticamente engulo e levanto logo.

— Preciso ir — Falo. — E ah, o Bernardo terminou comigo — Aviso.

Eles ficam me encarando.

— O quê? — Todos falaram ao mesmo tempo.

— Tá tudo bem, pessoal. — Digo mesmo mentindo, porque eu queria que estivesse e eu quero.

— Seu irmão logo tá saindo e pode ir com ele — afirma minha mãe me olhando com aquele olhar que me conhece e desvio para não recomeçar a chorar e nego com a cabeça.

— Não é necessário — Digo. — Eu só quero tirar uma dúvida antes da aula.

Minha mãe assente.

Saio da cozinha chegando à porta abrindo-a e batendo atrás de mim.

Ao me aproximar da escola, me deparo com alguns olhando. Respiro fundo. E nesse instante alguém toca meu braço e dou um salto.

— Calma, Mari, sou eu Felipe. — Ele ri e fica sério ao ver minha cara.

Felipe chega mais perto e me oferece um abraço e aceito. Eu estou precisando de um.

Seguimos pelo corredor lado a lado. Ao chegar na frente da porta da nossa sala. Bernardo abraçado com a outra lá.

Me viro pra Lipe, e ele toca meu ombro como me dando forças.

— Eu tô aqui, tá? Não vou sair do seu lado.

Abro um sorriso para ele, passando pelos dois com a cabeça erguida.

— Parabéns pra vocês dois! — Em tom de ironia e sigo entrando na sala segurando no braço de Felipe como se eu fosse ter um ataque de pânico a qualquer momento. Respirei fundo e sentei perto da janela procurando ar.

Ao me ver agitada, meu melhor amigo se sente do meu lado.

— Tá tudo bem, Mari?

— Aham. — Meus olhos enchendo de lágrimas.

Ele me puxa em um abraço passando a mão pelos meus cabelos.

— Eu te prometo que isso vai passar, tá? Eu tô aqui com você.

Me afasto um pouco com um meio sorriso e assentindo me sentando ereta para frente assim que a professora chega para começar a aula.

Estou no último ano do Ensino Médio. E o Baile de primavera chegando que deveria ser o meu ano e só quero poder terminar tudo isso e ir para a faculdade. Ainda bem que eu tenho Felipe e me sinto menos sozinha, e me ajuda com as crises de ansiedade, me dando forças pra continuar e não desistir.

A aula terminou e fomos para minha casa. Lipe estava sempre comigo, preocupado com toda essa situação e eu sei que ele tinha uma raiva do Bernardo, mas se segurava sempre que passávamos pelo meu ex. 

Me concede a última dança?Onde histórias criam vida. Descubra agora