Recuperação.

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Hermione parou do lado de fora da porta principal da enfermaria e desdobrou o Mapa do Maroto de Harry. — Eu juro solenemente que não estou tramando nada de bom, — ela sussurrou, batendo no pergaminho com sua varinha.

O ponto de Malfoy era o único ponto na enfermaria e o ponto de Madame Pomfrey ficava em seu escritório, perto da enfermaria principal. Hermione entrou cautelosamente, desejando poder acender sua varinha, mas a enfermaria agora estava protegida por proteções que impediam feitiços não-médicos. Hermione aprovou as medidas de segurança, por mais inconvenientes que fossem agora.

Ela deslizou de sala em sala, tateando na escuridão, até chegar à enfermaria principal. A única luz era uma fina linha amarela brilhando sob a porta fechada do escritório de Pomfrey e a luz da lua derramando-se sobre o único paciente da enfermaria pela ampla janela leste. Ela rastejou até a cama de Malfoy, seus tênis não fazendo barulho no chão de pedra.

Malfoy estava estirado, parecendo impossivelmente comprido na cama estreita. Ele estava dormindo, mas os cobertores finos estavam enrolados em sua cintura e uma perna vestida de pijama e um pé descalço estavam para fora. A outra perna estava envolta em bandagens, assim como ambos os braços. Seu rosto parecia tranquilo, sem dor, seu cabelo desgrenhado. Um anjo caído caído na Terra.

Hermione balançou a cabeça e sentou-se na cadeira ao lado da cama, banindo o pensamento ridículo. Não havia nada de angelical em Draco Malfoy. Muito pelo contrário. Ele era um vaso de prata, brilhando por fora, vazio por dentro. Esse será o homem, disse a si mesma, pensando em Astoria. Redenção puro-sangue. Essa será a vida dele.

Ela não sabia quanto tempo ficou ali sentada, perdida em imaginações sombrias, quando ouviu uma voz baixa e rouca: — Granger.

Hermione se inclinou para falar em seu ouvido. — Quieto, — ela disse suavemente. — Pomfrey está no escritório dela.

Malfoy inclinou ligeiramente a cabeça para olhar para ela, os olhos brilhando – provavelmente por causa da poção para dor. — Veio cuidar de mim, Granger?

Hermione não disse nada, apenas se moveu para despejar água de uma jarra em um copo de lata. Ela estendeu a xícara para ele, mas ele balançou a cabeça. — Granger... — ele sussurrou.

Ela se inclinou novamente para ouvi-lo melhor, uma mecha longa e encaracolada de seu cabelo caindo sobre seu ombro. Ele sorriu levemente. — Não consigo mover meus braços, enfermeira.

Hermione assentiu e se levantou, pegando um travesseiro de uma cama próxima. Ela colocou a mão sob seu pescoço, levantando-o suavemente e colocando o travesseiro embaixo dele. Então ela deslizou a mão daquela pele quente e cabelo sedoso e pegou a xícara novamente, colocando-a contra os lábios dele. Os olhos dele fixaram-se nos dela enquanto ele bebia, mas ela ficou satisfeita ao ver que sua mão permanecia firme.

— Quão ruim é isso? — ela perguntou, inclinando-se em direção ao ouvido dele mais uma vez, seu cabelo caindo para frente.

Malfoy tentou encolher os ombros. — Poderia ter sido pior. Sem ferimentos na cabeça. O skele-Gro está quase pronto, graças a Merlin. — Ele estremeceu ligeiramente.

— Bom, — ela sussurrou. Ela se endireitou, afastando distraidamente o cabelo de Malfoy da testa enquanto olhava as bandagens mais de perto. O envoltório do braço direito parecia um pouco frouxo. Ele virou a cabeça, os lábios roçando a parte interna do pulso dela, e Hermione não conseguiu reprimir um pequeno arrepio. Ela olhou de volta para o escritório de Pomfrey e puxou a mão.

— Conte-me sobre as ameaças, — disse ela, olhando para ele.

Ele suspirou. — Não há nada a dizer.

The Gloriana Set | Dramione Onde histórias criam vida. Descubra agora