Feitiços.

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Hermione franziu a testa para o pergaminho aberto em suas mãos. As contínuas reuniões secretas em salas de aula abandonadas minariam completamente sua estratégia de gerenciamento de Malfoy. Fragmentos de seu gráfico de prós e contras flutuavam em sua mente. No final, ela decidiu ir. Talvez ela pudesse mitigar os riscos de uma interação prolongada.

Ela o encontrou deitado na mesa do professor, com o roupão sobre uma cadeira. O sol do fim da tarde entrava pelas longas e estreitas janelas góticas da sala. Ele estava com a varinha em punho, provavelmente desfigurando o teto alto acima com runas degeneradas. Hermione propositalmente não olhou para ver.

— Você está atrasada, — disse ele, sentando-se. Uma franja de cabelo louro-claro caía sobre um dos olhos e ele jogou a cabeça para trás, impaciente.

— Acabei de ver o bilhete, — ela respondeu. — Por que não depois do jantar?

— Treino de quadribol.

Hermione assentiu, corando ligeiramente. — Deve estar na sua... — Ela colocou a bolsa sobre uma mesa e tentou parecer severa. — Esvazie seus bolsos, Malfoy.

Ele ergueu uma sobrancelha. — Certamente você não apenas me mandou esvaziar os bolsos.

— E deixe-me revistar sua bolsa.

— Isso é uma invasão da minha privacidade.

— Diz o homem que jogou minha bolsa naquela mesma mesa.

Malfoy fez uma careta. — Você estava retendo minha propriedade, Granger.

— Você me emboscou com uma substância mágica escondida, — ela respondeu.

Eles se entreolharam até que Hermione falou novamente. — Eu escolhi minha primeira poção experimental, — disse ela. — Magia de sangue.

Ele piscou. — Magia de sangue, — ele repetiu. O que ela queria dizer era clara: ela o deixaria ajudá-la com o caso "MORRAM SANGUE-RUINS". Ela não achava que ele escreveu a mensagem.

Malfoy desceu lentamente da mesa. — Por que olhar nos meus bolsos, então? — ele perguntou, sorrindo. — Talvez você devesse revistar minha pessoa também. Parece justo. — Aproximando-se, ele habilmente desenrolou a gravata verde e prata, tirando-a, e Hermione se viu olhando fixamente.

— Não. — Hermione pigarreou. — Não, — ela repetiu em seu melhor tom de McGonagall. — Isso não será necessário.

A mão de Malfoy apertou a gravata, então ele a jogou na mesa ao lado deles e esvaziou os bolsos. Não havia muito para ver: uma varinha, alguns galeões, um anel pesado. Ela olhou para o último item. Era uma pequena obra de arte, prata e ônix, gravada com dragões prateados e um grande M no centro. O lema no brasão fez sua pele arrepiar. Sanctimonia Vincet Semper. A pureza sempre conquistará.

— Por que você não usa? — ela perguntou, olhando para ele. Draco era agora o chefe da família, já que a sentença de prisão perpétua de Lucius em Azkaban despojou o Malfoy mais velho de todos os títulos, direitos e fortuna.

— Você usaria? — ele perguntou, seu sorriso desapareceu. Ele desviou o olhar. — Você usaria esse nome se não fosse necessário?

— Não, — Hermione disse. Ela deu um passo para a direita para poder ver os olhos dele novamente. — Você vai usar?

Seu rosto estava completamente fechado agora, seus olhos eram apenas vidro prateado. — Um dia, — ele disse friamente. — Um dia esse nome significará algo novamente. — Ele guardou o anel, a varinha e as moedas no bolso e colocou a bolsa na mesa diante dela.

Hermione olhou para a bolsa de couro macio – provavelmente custava mais do que todo o conteúdo de seu malão – pensando nas palavras dele. Como Malfoy faria para resgatar o nome de sua família? Isso poderia ser feito?

The Gloriana Set | Dramione Onde histórias criam vida. Descubra agora