KARLENA - Royal Bodyguard

Capítulo 20

Kara deixou o Range Rover enquanto a princesa e o príncipe deixavam os portões do palácio e se dirigiam para o grande parque público da cidade ao lado do palácio. Ela trabalharia a pé agora, em contato por rádio com o resto da equipe de segurança. Seguindo à distância. Perto o suficiente para se mover rapidamente em caso de problema, longe o suficiente para dar privacidade ao casal.

Ela observou os jornalistas aparecerem, ela havia sido informada da situação junto com o restante da equipe de segurança pelo rádio. Ela cerrou os dentes enquanto observava a mão direita perfeitamente cuidada de Lena alcançar a mão do príncipe. Lena em um lindo vestido justo de verão azul. O príncipe, sempre elegante, de calça e camisa aberta no pescoço. Eles caminharam de mãos dadas pelo parque, Kara os seguindo a uma distância respeitosa, com o estômago embrulhado.

Lágrimas brotaram dos olhos de Kara. Ela estava sempre grata por ter escolhido usar óculos escuros. Não foi assim que ela pensou que seria. Ela pensou que ficaria bem em ver Lena assim. Ela conhecia a situação o tempo todo. A verdade sobre quem era Lena e como ela foi forçada a viver. Os sonhos de Kara tarde da noite eram uma esperança ingênua de que ela pudesse fugir e viver feliz para sempre com a futura rainha. O que ela queria que Lena fizesse? Afastar-se de todas as suas responsabilidades?

Kara tinha sido tola por se apaixonar pela princesa. A regra número um de seu trabalho era permanecer profissional. Profissional não era se apaixonar ou transar com o cliente. Lena passou a noite anterior dizendo o quanto a amava. Mas o amor da princesa foi o amor mais doloroso que já existiu.

Nicolas e Lena sentaram-se em um banco no parque e ele se inclinou e beijou sua linda bochecha e as câmeras do mundo foram à loucura. Eles quase não tiveram nada da vida amorosa de Lena em dezesseis anos, desde que ela completou dezoito anos. Algumas aparições públicas com Lord Aaron que pareciam nunca levar a lugar nenhum. Aqui estava esse novo amor delicado que eles viram em Lena com o belo príncipe. Lena tinha razão, era tudo o que o público queria.

Quanto mais eles tirariam dela? Quanto mais ela estava preparada para dar?

Naquela noite, com segurança em seus respectivos quartos e a equipe dispensada, o telefone de Kara tocou. Era Lena.

Venha até mim.

Geralmente nunca doía para ela, mas doía agora, ser convocada como um cachorro e ter que ir. Querer ir e não querer ir de uma vez, mas a Princesa era a função dela e quando convocada ela tinha que ir.

Abriu a porta dos aposentos de Lena e entrou. Lena ainda estava com o lindo vestido de verão, que se ajustava aos seios fartos e à cintura fina e depois esvoaçava como uma bailarina ou uma fada. Ela ficou perto da janela, banhada pela luz dourada do sol poente.

"Sente-se," ela disse.

Kara se sentou no sofá ornamentado. Era mais decorativo do que confortável, mas não importava. Nada realmente importava agora. Ela pôs a cabeça entre as mãos.

"Eu não acho que posso fazer isso," Kara murmurou em suas mãos. "Eu conhecia o ponto da questão. Claro que sim. Mas não fazia ideia de que doeria tanto."

"Sinto muito, Kara." Lena manteve-se à distância. Ambos sabiam o que aconteceria se chegassem muito perto. "Gostaria que as coisas fossem diferentes. Existe uma maneira de trabalharmos, você sabe. Se você puder encontrar uma maneira de aceitar o resto da minha vida. Meus compromissos. As coisas que tenho que fazer são muito maiores do que eu e meus próprios desejos."

Lena suspirou e olhou pela janela. Olhar para Kara talvez fosse muito doloroso.

"Fui cruel com você. Para atrair você para minha vida difícil e esperar que você possa se tornar parte dela. Percebo o quanto lhe pedi e, por isso, sinto muito. Tenho sido egoísta ao persegui-la e me apaixonar por você. Sinto muito, Kara. Por favor, diga-me do que você precisa."