Minciuni está localizado no sudeste da região do Mar de Psiquê e faz divisa unicamente com Nikaés e Dewa. Seu idioma oficial é o minti e o LIMINS (Língua Minci de Sinais), e as pessoas que nascem dentro do território ou foram naturalizadas pelo país são minci. A capital de Minciuni é a cidade de Faravisa e a moeda corrente é o biani.
ORIGEM E HISTÓRIA
Minciuni foi criada a partir de uma província de Nikaés alguns séculos depois da Ascensão: com a dominação e escravidão da espécie humana, foi necessário que a coroa de Nikaés dividisse seu extenso território — que hoje equivale à faixa territorial de Shaanti até Dewa — em várias províncias, comandadas por diferentes nobres. Como os descendentes das Sete Famílias fazem parte da linhagem real, a coroa preferiu passar o comando desses territórios para primos e irmãos do monarca em corrente exercício — pessoas que, por lei de Nikaés, nunca teria direito legal ao trono.
A família Paznic foi incumbida de cuidar do território que hoje é o país de Minciuni e eles cumpriram sua tarefa por séculos com competência e submissão à coroa. Mas com o sucesso cada vez maior das revoltas humanas, um pensamento de libertação começou a se infiltrar nas mentes da elite e, em especial, em Drakul Paznic, que era responsável pelo território de Minciuni. Paznic, conhecide hoje como ume protetore e símbolo nacional, começou então a planejar a emancipação de Minciuni.
Assim que a coroa de Nikaés ficou sabendo dos planos de Paznic, no entanto, ela retaliou violentamente: só no primeiro ataque contra o território de Minciuni, os nikaésios mataram quase duas mil pessoas, segundo a contagem oficial da Província de Minciuni[24]. Mas dessa vez, a coroa de Nikaés havia mexido com a pessoa errada: Drakul Paznic, com a notícia de que seu povo estava ferido, atacou a Nikaés com tudo o que tinha, massacrando brutalmente qualquer soldado nikaésio que seu exército podia capturar até que o rei Plutarch Ypéroch foi obrigado a ceder o território oficialmente para Paznic com medo de uma insurreição por parte de seu próprio povo.
Segundo relatos da época, compilados pela pesquisa da diretora Myrina Savva, da Academia Lethe[25], as mortes nos fronts nikaésios naquela época chegou à contagem de dez mil corpos, grande parte deles empalados ou pendurados pelo pescoço nos muros de suas próprias fortalezas. Furtivos, os soldados de Paznic atacavam apenas durante a noite e dizia-se que sua elite de guerreiros, os Lilieci, podiam se infiltrar em qualquer lugar que quisessem e matar quem quer que fosse. O medo de Drakul por seus feitos praticamente impossíveis se tornou tão grande que a coroa nikaésia se rendeu a ele — a primeira e única vez que Nikaés cedeu seu controle em toda a História de sua existência nesse mundo.
Com a declaração de independência de Minciuni, Drakul Paznic foi nomeade regente interine do país, e foi apenas depois da sua morte sem filhos que o país finalmente decidiu se tornar uma república parlamentarista democrática. Até hoje, o Parlamento de Minciuni, elegido democraticamente, comanda todo o país, sendo que o primeiro-ministro é incumbido da tarefa de coordenar as decisões do Parlamento e executá-las da melhor forma possível dentro do espaço social a nível nacional.
GEOGRAFIA
As Montanhas Alpésia dividem o território de Minciuni e Nikaés, por isso a presença de rios e lagos é bastante comum pelo território do país, que também tem uma vegetação bem preservada e protegida, principalmente em suas zonas do interior, longe dos rios que são a base de sua economia. O clima minci é bem separado, com estações definidas e suas cidades principais, como Vize e Cosmaruri tendem a ser construídas à beira de rios de importante navegação. Ironicamente, a cidade de Faravisa, onde fica localizada a cede do Parlamento de Minciuni, fica no interior, afastada dos rios do país.
Com sua grande quantidade de bacias hidrográficas, a principal especialidade econômica de Minciuni é seu mercado, fortíssimo no transporte de produtos, e em sua indústria de bebidas. Assim, a maioria da população minci reside nas cidades à beira dos rios, grande parte dela trabalhando no setor de transporte hidrográfico ou no comércio de mercadorias — em principal o vinho e o açúcar, uma vez que os acordos comerciais de Minciuni e Bellum, principal produtora de cana de açúcar e uva no Mar de Psiquê, são bastante fortes desde a Conquista de Bellum.
É importante ressaltar que, enquanto a nação minci é extremamente voltada para o comércio, eles também têm um fonte de energia elétrica baseada no uso de usinas hidrelétricas pelos últimos dez anos — uma inovação arriscada e perigosa, que muitos encararam com desconfiança a princípio, mas que parece ser uma fonte de muitas vantagens para o povo minci, se as pesquisas governamentais são qualquer indício: na última década de utilização, as hidrelétricas passaram de fornecer energia elétrica à 1,34% da população de Minciuni, para fornecer energia elétrica para mais de 74,86% da população minci em sua totalidade.
Como já citado acima, Minciuni é uma Republica Parlamentarista Representativa, em que há eleições democráticas para a escolha de membros deste parlamento, mas isso, infelizmente, não garante que haja a diversidade necessária no governo para que a representação seja justa, como publica o jornalista Andrei Pavelescu, no principal jornal de Cosmaruri, o Ziar Cosmare[26]: segundo a pesquisa realizada, as Espécies Originais ocupam 96% dos cargos governamentais mais altos dentro de Minciuni, enquanto que a maior parte da população minci, cerca de 58%, faz parte das Espécies Derivadas.
Ainda, uma peculiaridade social de Minciuni, é que o país é separado entre duas classes socioeconômicas muito rígidas: a Sali, que englobam os nobres, pessoas abastadas que herdaram suas fortunas a partir de seus serviços para o governo de Drakul quase um milênio atrás; e a Strazi, que engloba os mais pobres, aqueles que formam a maior parte da população e são obrigados a trabalharem por salários absurdamente pequenos. Desse modo, em paralelo com a pobreza e a falta de leis de proteção aos trabalhadores, a criminalidade do país vem crescendo através dos anos.
Voltando à pesquisa de Pavelescu, é importante também ver os dados da esfera política sob essas novas lentes: segundo o jornal, dos representantes do povo no parlamento, 96,78% deles são da Sali, enquanto que apenas 3,22% faziam parte da Strazi. Essa pesquisa revela, é claro, uma correlação esclarecedora e perigosa sobre quem governa e para quem se governa em Minciuni.
CULTURA
Como citado, a grande maioria dos cidadãos do país são de Espécies Derivadas, o que revela uma grande miscigenação de culturas e espécies, incentivadas e cada vez mais comuns, por causa do comércio, como aponta a pesquisa da professora Stefania Golea, da Universidade Federal de Minciuni (UFMi)[27], ao indicar uma correlação entre o aumento do registro do nascimento de crianças de Espécies Derivadas nas mesmas ocasiões em que o comércio ia bem, assim como uma queda quando este ia mal.
Desse modo, a diversidade — e a grande influência demoníaca — trouxe a Minciuni uma desconexão generalizada com religiões, embora quem tenha alguma crença seja livre para praticá-la. No mais, algumas coisas em comum que as espécies de Minciuni trocam é seu amor por uma boa festa e boa bebida — seja na Strazi ou na Sali, as festas minci são inigualáveis.
No caso da Sali, suas festanças e eventos sociais normalmente acontecem sob a luz do dia — chás, cafés da tarde, sociais, comemorações, tudo isso é tradicionalmente feito de dia e apenas os Sali mais importantes quebram essa regra social com facilidade. Quando se fala da Strazi, no entanto, seu horário de festejar é a noite: bailes com músicas instrumentais e muita bebida são a coisa mais comum de se encontrar, assim como salões que oferecem seus espaços para as mesmas.
Mas a festa mais importante do ano em Minciuni é, com toda a certeza, a Festa de Micamare, que é uma celebração da chegada da primavera — um eco cultural da celebração da Isiméria de Primavera nikaésia. Nessa época, é comum que as festas e paradas durem dias inteiros, reunindo a Sali e a Strazi em uma raríssima mistura de classes dentro do território como um todo. A celebração envolve comidas típicas como as nasipas, um bolinho frito com creme doce dentro e frutas vermelhas —; trabu ce branza, um charuto de queijo e carne de peixe, embora outras possam também ser utilizadas, como a carne de porco, que é comum em algumas regiões do país; e peixe à doré.
Outro hábito durante o feriado é compartilhar pulseiras com seus queridos e parentes, todas elas trançadas nas cores vermelho, que representa o sangue, e preto, que representaria suas origens demoníacas, um eco de sua tradição demoníaca dominante e sinal de lealdade à figura de Drakul Paznic.
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Guia de Mundo - Todas as Criaturas da Terra
General FictionAgora você pode conhecer todos os detalhes do mundo de Adra e Damian, ou Cora e Dolos, ou Khaos e Amélia, desde todas as espécies apresentadas e não apresentadas na história, como também conhecer a História por trás dos países do Mar de Psiquê, com...