As Espécies Originais

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É importante lembrar que, independentemente da origem, todas as espécies que habitam nossos países são igualmente valorosas e interessantes, mas uma pequena divisão em dois tipos me pareceu necessária para uma compreensão geral melhor dos fatores que levaram algumas dessas espécies a existirem.

Sendo assim, o primeiro trio de espécies que serão abordadas neste guia são as chamadas Espécies Originais, que englobam Anjos, Demônios e Seres Humanos. Eu escolhi esta classificação por questões históricas: como essas três espécies foram as primeiras a serem criadas — segundo mitologias diversas — e foram responsáveis por criar as outras três espécies ainda não comentadas aqui, elas receberão esse nome.

O segundo trio de espécies, por outro lado, recebe o nome de Espécies Derivadas, já que engloba um grupo de espécies advindas da miscigenação entre anjos, demônios e/ou humanos. São elas bruxas, nefilim e ouralasi.

I. ANJOS

Anjos são, provavelmente, a espécie mais antiga já conhecida por este mundo, se sua história pode ser acreditada. Tendo sido os primeiros a ser criados por seu deus, eles tinham como morada o Jardim do Éden até que a Queda os levou até a Terra e de volta para a humanidade que há tanto tempo haviam expulsado de seu lar.

Hoje, eles são uma espécie amplamente aceita nos países do Mar de Psiquê, com exceção de Nikaés, país dos demônios. Segundo sua própria cultura, Anjos seriam seres de luz e bondade cuja benevolência estaria diretamente ligada ao Divino, sua principal divindade e criador.

A Queda, acontecimento que os levou do Paraíso até a Terra, aconteceu nos cumes gelados das Montanhas Alpésia, no extremo oeste da região do Mar de Psiquê, no território da antiga nação humana chamada Vitali, lugar que ocupam até hoje como os soberanos do reino de Bellum.

É importante observar que, quando se fala de anjos, a imagem clássica de sua espécie está mais do que certa: anjos têm asas, o que normalmente pode representar um grande problema, tanto socialmente, quanto pessoalmente. Em países de origem demoníaca, é costume — ou proteção — que as asas sejam retiradas dos anjos quando eles nascem, um eco do tempo em que esses países não aceitavam a presença de anjos e eles eram obrigados a se esconderem. Se as asas forem preservadas, no entanto, anjos podem aprender a absorver seu poder e, assim, invocá-las apenas quando necessário, uma vez que as asas também representam um grande empecilho em casos mais domésticos.

O PODER DOS ANJOS

Os poderes angelicais variam de anjo para anjo, mas seguem uma linha clara: sua manipulação se limita ao que seja externo, mas imaterial, ou seja, a luz, o ar e, raramente, alguns outros elementos como o fogo — embora essa última habilidade seja extremamente limitada a um alcance curto e a poucas quantidades de matéria.

Obviamente, dentro desse contexto, é seguro afirmar que os anjos são dependentes do ambiente em que estão inseridos para poder acessar os próprios poderes. Ainda nesse ramo, anjos também podem sentir emoções alheias, mas, muito diferente de seus colegas demônios, não podem manipulá-las em nenhuma circunstância, com apenas uma exceção: Vida.

Segundo Argio Cozzalia[5], doutor especializado no estudo de potentilogia — o estudo científico dos poderes de diferentes espécies — angelical, os poderes dos anjos vêm de algo diferente em seu âmago — talvez alma, para aqueles que acreditam nela — e age principalmente como um músculo, atrofiando com o tempo, caso não sejam usados e exercitados constantemente de algum modo.

Não é comum que isso aconteça, no entanto, uma vez que a maior parte dos anjos pode usar seus próprios poderes com relativa segurança social. A maior parte dos anjos são treinados a controlar seus próprios poderes em casa a princípio por suas famílias, e não em escolas ou comunidades, sendo muito semelhantes aos demônios nesse caso.

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