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Já haviam se passado dois dias desde o piquenique no parque, era uma terça-feira. Como Sunoo não tinha nenhuma aula na faculdade, significava que ele teria o dia inteiro livre.
Na segunda-feira, ele havia vomitado mais uma vez. Desde a madrugada daquele sábado, não teve nenhum dia em que o jovem se viu livre daquelas pétalas. E a cada dia, elas vinham em maior quantidade. O que estava lhe deixando com mais medo.
Sunghoon estava conversando diariamente com todos os meninos. Eles estavam tentando encontrar uma maneira de fazer com que Niki se declarasse para Sunoo. Mas para o Kim, isso era impossível. Ele não acreditava que um dia seu amor seria correspondido.
Ele já estava aceitando a morte de braços abertos, como se ela fosse uma velha amiga.
— Hoje... — Sunghoon entrou de uma vez no quarto de seu melhor amigo — Niki vai vir aqui, às 14:30. — Sunoo o encarava confuso enquanto estava deitado em sua cama, mexendo em seu celular — Jake vai pedir para ele buscar um macarrão instantâneo que eu estou o devendo, e você vai enrolar ele aqui.
— Não vai funcionar assim. — Sunoo protestou enquanto voltava a mexer em seu celular.
Sunghoon se aproximou e tirou o celular das mãos do mais novo.
— Não temos nada a perder, não custa tentar.
O Park estava com medo de perder seu melhor amigo. Sunoo havia se tornado a sua família, então ele não saberia o que fazer sem aquele garoto de bochechas rosadas e sorriso adorável.
O mais baixo estava vestindo uma calça de moletom preta, mais justa no corpo e um moletom com capuz na cor cinza. Sunoo ficava uma graça com aquele moletom pois era algumas numerações acima da sua, então ele batia no meio de suas coxas e suas mãos só apareciam se ele dobrasse a manga.
— Você está fofo. — Sunghoon disse e se sentou na beirada da cama, devolvendo o celular para Sunoo.
— Achei que estivesse cansado dos meus moletons.
— Mas Niki vai gostar. — o Kim sorriu com a fala de seu amigo.
O mais baixo assim que pegou seu celular, foi se sentar na cama encarando a vista da cidade pela sua janela.
— Hoje meu abdômen e garganta estão doendo mais. — suspirou — Acha que estou no segundo estágio?
Sunghoon então parou de encarar o chão e direcionou seu olhar preocupado para Sunoo.
— Temos que esperar para ver... Mas infelizmente é possível. — os dois suspiraram.
Sunoo estava tentando focar na faculdade pois quanto mais ele pensava em Niki, mais ele sentia as flores. O problema é que ele não parava de pensar naquele garoto, após o início dos sintomas tudo fazia com que ele pensasse no japonês.
Sunghoon estava pronto para se levantar e cozinhar alguma coisa. Mas no mesmo momento, Sunoo sentiu uma pontada em sua garganta e uma dor tremenda o invadir, fazendo com que lágrimas brotassem em seus olhos. Ele logo recebeu um olhar muito preocupado de seu amigo.
Ele tentou gritar, tentou dizer algo, mas nada saía. O de cabelos castanhos caiu da cama de joelhos no chão e apoiava seu corpo com as mãos no piso. Os únicos barulhos que saiam de sua boca eram ruídos, junto com algumas gotas de sangue que ele cuspia.
Ele estava no segundo estágio da doença.
Estava mais difícil para vomitar, pois as pétalas agora eram flores inteiras. Quando Sunoo conseguiu abrir os olhos e focar no chão de seu quarto, conseguiu ver o que era aquela pontada que sentiu em sua garganta. No chão, tinha as flores, espinhos e muito sangue. Suas lágrimas de dor caíam no chão se misturando com o líquido vermelho. Sunghoon não pensou duas vezes antes de se aproximar e abraçar Sunoo, esse que sentia uma dor imensurável.
— Vou buscar um pano pra limpar o chão. — Sunghoon disse após ajudar Sunoo a ficar sentado na cama, limpando as lágrimas do rosto dele — Lave sua boca. — sorriu fraco tentando amenizar algo, mas acabou recebendo apenas um balançar afirmativo de cabeça como resposta.
Deixando toda aquela bagunça no chão, Sunoo se direcionou ao banheiro, onde antes de lavar sua boca, se olhou no espelho. Seus lábios e queixo estavam repletos de sangue, o sabor de ferrugem do sangue se misturava com o das flores em sua boca, o deixando tonto. O Kim estava com mais medo do que nunca. Aquela foi uma dor que jamais foi sentida por ele.
Ele não sabia se iria aguentar mais aquele sofrimento. Espinhos tinham acabado de sair por sua garganta, com certeza não era algo agradável. Pensou até mesmo em retirar sua própria vida naquele momento.
Mas ele ainda tinha um pouco de esperança, essa esperança era Sunghoon. Sunoo não queria desapontar seu amigo que por ele tanto fazia.
Ele ligou a torneira da pia e limpou seu rosto, sentindo-se cada vez mais fraco por culpa de seus pensamentos.
Quando voltou para o quarto, Sunghoon já se encontrava ali, limpando o chão.
— Me desculpe por isso. — Sunoo disse cabisbaixo e se aproximou.
— Não é sua culpa, eu vou dar um jeito nisso. — o Park respondeu decidido.
Tirando a dor na garganta, o mais novo conseguiu almoçar bem assim como todos os outros dias e naquele momento, por volta das 14:30, se encontrava deitado no sofá. Sunghoon saiu sem um destino ao certo, para deixar Sunoo e Niki sozinhos.
Cerca de uns cinco minutos após o esperado, a campainha tocou. O Kim então se levantou do sofá em um pulo, e ajeitando seus cabelos ele foi em direção à porta.
Assim que girou e puxou a maçaneta, seu coração errou uma batida. Niki estava ali, extremamente bonito aos seus olhos. O mais novo tinha um sorriso gigante e se vestia com roupas confortáveis em tons escuros, como o de costume.
— O Jake me pediu para buscar um macarrão instantâneo... — ele disse um pouco desanimado, provavelmente com preguiça e sono.
— Ah claro, pode entrar. — Sunoo respondeu tentando conter o nervosismo — O Hoon me disse sobre o... macarrão.
O mais baixo foi até a cozinha, para procurar o macarrão enquanto Niki se sentou no sofá, esperando pacientemente. O mais novo encarava todos os cantos do apartamento, estava perplexo com o bom gosto de seus vizinhos.
Sunoo, com o macarrão em mãos, retornou para a sala, onde entregou o produto nas mãos do japonês.
— Você... quer ver um filme comigo aqui, hoje à noite? — perguntou, torcendo mentalmente para o Nishimura aceitar.
E assim o fez, Niki aceitou com um gigantesco sorriso no rosto.
— Claro que quero, hyung. — sorriu — Como poderia negar? Nos vemos mais tarde, agora preciso ir...
Agradeceu, se curvou e saiu prestando atenção para não tropeçar de nervosismo. Por algum motivo, Niki se sentia ansioso perto de Sunoo.
O Kim suspirou aliviado, mas logo voltou a sentir uma pontada em sua garganta, vomitando mais flores e espinhos. A parte que mais lhe assustava, era a dor e a quantidade de sangue que caía no chão da sala. Ele estava morrendo aos poucos, de dentro para fora.
O jovem já sentia sua respiração pesar mais. Pela explicação de Sunghoon, as flores já começavam a se instalar em seus órgãos vitais, como em seu pulmão. Por isso estava ficando cada vez mais difícil respirar, e ele também estava ficando cansado cada vez mais rápido.
Sunoo precisava de ajuda... Precisava do amor sincero de Niki.
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Perdão pelo atraso, mas saiu mais um capítulo! Muito obrigada pelo apoio que a fic vem recebendo, obrigada também pelas 400 visualizações! 🧡
Não se esqueçam de votar e um feliz ano novo à todos! Que 2024 seja um ano bem melhor. ⭐
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HIGANBANA | sunki
Fanfiction𝐇𝐈𝐆𝐀𝐍𝐁𝐀𝐍𝐀 | Infectado com a "Doença de Cuspir Flores", Kim Sunoo tem apenas duas opções: Conquistar a sua pessoa amada, ou morrer sabendo que nunca será correspondido. sunki | short fic