01: Vizinho

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O amor sincero é um sentimento extremamente bonito e na maioria das vezes desejado, mas quando não é recíproco, ele dói. Dói tanto que pode matar.

No caso do jovem Kim, esse sentimento literalmente poderia matá-lo.

Sunoo havia se mudado para um apartamento alguns meses atrás, onde dividia o aluguel com seu colega de quarto e melhor amigo de infância, Park Sunghoon. Ele só não imaginava que o simples ato de se mudar para aquele apartamento em específico, acabaria trazendo a sua ruína.

Assim que um jovem de cabelos loiros com pontas pretas e um sorriso maravilhoso, com uma pintinha em seu queixo e bem estruturado apareceu em sua porta, Kim Sunoo sabia que estava apaixonado. O garoto chamou sua atenção de um jeito que ninguém havia feito antes.

O problema é que não era correspondido. Não é como se ele fosse odiado, Riki apenas não acreditava nessa história de amor a primeira vista. E em uma de suas poucas conversas durante aqueles meses, o garoto contou a Sunoo um pouco sobre sua infância.

Riki vivia no Japão, seu país natal, em uma casa pequena apenas com sua mãe. Ela era uma mulher adorável, amiga de todos e era dona de um dos sorrisos mais verdadeiros que o jovem havia visto em toda sua vida. Toda tarde após seu serviço ela chegava em casa com flores para seu pequeno, que na época tinha cerca de sete anos. Eram sempre as mesmas flores, lírios vermelhos conhecidos como "Higanbana", que se tornaram as flores favoritas de Niki.

As mesmas flores que estavam prestes a fazer com que Sunoo perdesse sua vida.

Depois que sua mãe morreu em um acidente, Riki teve que morar com seus avós. Mas atualmente, ele estava morando em um apartamento grande com outros quatro amigos. Somando, eles eram sete jovens morando em um mesmo andar de prédio.

Sunoo estava cursando psicologia há pouco mais de um ano, diferente de Riki que estava prestes a iniciar seu curso de belas artes.

Assim que o Kim avistou o de cabelos claros com pontas escuras, sabia que queria passar o resto de sua vida ao seu lado, e a única coisa que ele queria e precisava, era ser correspondido.

Quando ele via Riki saindo ou chegando em seu apartamento com outras pessoas, Sunoo sentia uma sensação dolorosa, como se seu corpo estivesse sento rasgado por dentro, mas o que ele não sabia, era que em pouco tempo não seria apenas uma sensação.

Preso em seus pensamentos, sem que o garoto percebesse, a porta do apartamento foi aberta.

— Está pensando nele mais uma vez? — Sunghoon despertou o jovem Kim, fazendo com que ele quase caísse do sofá onde estava deitado.

Naquela tarde de sexta-feira, o sol adentrava o cômodo pelas grandes janelas que iam do início até o topo da parede. Seu apartamento se localizava no penúltimo andar do prédio, abaixo apenas da área de lazer na cobertura. Como era alto, o sol batia sem ser bloqueado por outros prédios, um privilégio em meio ao inverno rigoroso daquele ano.

— Você me assustou, idiota! — Sunoo tinha seu coração acelerado, pelos seus pensamentos e pela chegada repentina de seu amigo.

— Me desculpe. — o Park pendurou seu casaco em um cabide ao lado da porta — Aqueles incômodos que você estava sentindo, melhoraram?

Há cerca de uma semana, Sunoo sentia incômodos por todas as partes de seu corpo, como se ele estivesse sendo preenchido, mas não doía, apenas incomodava. Os incômodos eram mais comuns na região da barriga e peito.

— Não, só pioraram. — ele respondeu ao se sentar, encarando o mais alto — Como foi seu dia?

— Ah, foi monótono como todos os outros dias, tirando o fato que Jake e Heeseung nos convidaram para uma festa no apartamento deles amanhã à noite. — o garoto tinha um sorriso com seus dentinhos levemente pontudos estampado em seu rosto.

— O Jay aprovou isso? Ele sempre xinga os outros garotos por estarem fazendo muito barulho. — Sunoo se ajeitou no sofá, arrumando seus fios loiros bagunçados após ficar o dia inteiro deitado.

— Sim, ele mesmo que deu a ideia.

Sunoo logo se alegrou apenas por pensar que se encontraria com Riki, eles nem precisavam conversar, apenas vê-lo fazia com que a semana do acastanhado se tornasse ensolarada e muito feliz.

— Você pode me ajudar com a roupa?

Sunghoon era a pessoa mais estilosa que ele conhecia, sempre combinando as melhores roupas com os melhores acessórios. Sunoo ainda se lembra do dia que o Park chegou em casa literalmente pulando de felicidade por ter conseguido uma bolsa em uma das universidades de moda mais cobiçadas de todo país. Naquele dia, o jovem chorou até não ter mais lágrimas e gargalhou até não ter mais fôlego. Mas o importante é que ele estava feliz, e os dois estavam juntos.

Mas talvez não estariam juntos por muito tempo.

— Claro! Adoro quando você me pede ajuda com isso. — e lá estava novamente aquele sorriso bonito.

Se dependesse de Sunoo ele se vestiria apenas com moletons, não importa a hora, o lugar, ou a ocasião. Mas sempre que ele pedia ajuda para se vestir, Sunghoon insistia em colocar uma calça atraente, ou uma jaqueta estilosa nele.

Sunoo sabia que ficava maravilhoso nessas roupas, mas ele preferia o conforto dos seus bons e velhos moletons.

Desde que se mudou, Sunghoon estava apaixonado pelo casal de namorados do apartamento ao lado, Jake e Heeseung. Mas era impossível, pois os dois sempre deixaram bem claro que não estavam dispostos a incluir alguém em seu relacionamento.

Após o de cabelos pretos se jogar no sofá sem se importar em tomar um banho antes, os dois jovens ficaram o resto da tarde inteira conversando sobre coisas aleatórias enquanto esperavam ansiosamente para a chegada da festa. Mesmo que ainda faltasse um dia.

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Oii! Espero que tenham gostado do capítulo, eles vão ser curtinhos assim mesmo, mas toda semana vou atualizar. 🧡

Essa foi apenas uma introdução à história mas sexta que vem tem mais, no mesmo horário. (12:00)

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HIGANBANA | sunkiOnde histórias criam vida. Descubra agora