Capítulo 1.

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- Você precisa se acalmar, Annie. - Implorou Christian, perturbado ao ver a amiga de infância chorando inconsolável.

Pouco tempo antes, Christian havia recebido uma mensagem de Alfonso, pedindo para que ele fosse ao apartamento de Anahí o mais rápido possível; e assim ele fez. Ele correu como nunca tinha corrido antes até o apartamento da amiga, que ficava há poucos quarteirões do seu próprio apartamento.

Ao chegar todo esbaforido, ficou imaginando se não teria corrido demais, já que ninguém atendia o interfone. Depois teve um principio de ataque de panico, ao pensar que Annie poderia ter sofrido algum tipo de acidente domestico, e não estivesse atendendo por estar ferida.

O ataque de panico foi breve, e no lugar dele se fizeram presentes a pena e a compaixão, ao vê-la dobrar a esquina, de braços cruzados, tremendo, chorando:

- Annie! - Sem pensar nem uma vez, ele correu um pouco mais até chegar ao encontro dela, e a abraçou. Christian então se viu perdido, sem saber o que raios estava acontecendo. Ele queria perguntar, mas não foi preciso.

- Ele estava me traindo. - Ela disse, em um fio de voz. Essas quatro palavras doeram dentro dela, e a imagem ainda era clara na sua cabeça.

- Vamos. Em casa conversamos. - Anahí apenas concordou com a cabeça.

...

Alfonso também correu naquela noite. Primeiro ele correu para dispensar a garota da qual nem o nome conseguia se lembrar. A garota em questão não gostou de ser dispensada dessa forma, insistiu que eles terminassem o que começaram:

- Agora ela já descobriu mesmo - Ela disse - O que é que tem se a gente continuar?

Alfonso olhou para a garota com desprezo, sentiu nojo dela e de si mesmo. Lhe deu o ultimo aviso de que era melhor que ela saísse logo de sua casa, e quando finalmente conseguiu se livrar dela, ele correu pra mandar uma mensagem para Christian, pois não queria de jeito nenhum que Anahí ficasse sozinha nesse momento. Logo após ele se vestiu apressado e saiu correndo na esperança de conseguir encontrar Anahí.

Mas no meio da corrida um pensamento lhe abateu; afinal, mesmo que encontrasse Anahí ele não teria o que dizer. Ele foi pego no flagra, ela não o perdoaria.

...

Anahí também correu direto para o seu quarto.

Era correria demais para uma unica noite!

No meio das inúmeras tentativas falhas de tentar fazer a amiga se acalmar, Christian correu para atender o interfone. Pensou que poderia ser Alfonso, mas lembrou que ele tinha a chave. Chris lamentou a possibilidade de não ser ele, pois estava louco para meter a mão na cara dele. Nunca antes teve antipatia por Alfonso. Na verdade os dois acabaram se tornando próximos depois que ele começou a namorar sua melhor amiga.

Chris também deixou bem claro na época de que se Alfonso fizesse Anahí sofrer, ele faria questão de caça-lo e o quebraria pessoalmente, e estava lembrando a ocasião quando atendeu o interfone:

*Aló.*

*Abre aqui.*

*Já vou descer*

...

A primeira coisa que Alfonso sentiu foi alivio ao ver Christian se aproximando. Chris faria com que Anahí e ele conversassem, pensou.

A segunda coisa que ele sentiu foi o punho de Christian em seu rosto.

Doeu, o impacto fez com que ele cambaleasse, nos olhos de Chirstian ele viu a raiva, na calçada estavam apenas os dois, não havia ninguém por perto que pudesse apartar uma possível briga dos dois. Ele poderia revidar e os dois cairiam no chão, se atracando feito cães raivosos; mas Alfonso não faria isso, se Christian quisesse bater nele, ele deixaria. Ele conseguia entender a raiva, imaginava como não estaria Anahí naquele momento e se sentia merecedor de uma boa surra:

- É melhor você ir embora!

- Eu preciso vê-la, Christian. - Pediu, se sentindo meio zonzo e com um leve gosto de sangue na boca.

- Hoje não! - Alertou Christian - Eu não quero deixa-la sozinha, vá embora agora!

Assim Christian voltou ao apartamento. Alfonso permaneceu parado na calçada, estático, com a mãos na cabeça. Como pediria perdão se estavam lhe negando o direito de vê-la, pensou ele. E que maldita hora para esquecer a chave, se condenou...

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