Capítulo 11.

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Anahí tentou abrir a porta do quarto uma, duas, três vezes, mas a porta nada de abrir. Ela percebeu o que Alfonso tinha feito e ficou louca. Não acreditava no tamanho do abuso dele. Quem ele pensava que era? Aonde ele queria chegar com aquilo? Quanta falta de respeito, pensou ela. 

 Ela estava parada de frente para a porta, quando sentiu Alfonso se aproximar. Ele colou o corpo junto ao dela, mas ela não se virou. Permaneceu de costas. Ela precisava acima de tudo, manter a calma: 

- Não vai abrir. - Ele disse em seu ouvido. 

- Abre essa porta, Alfonso! - Ela ordenou. 

- E se eu não abrir? 

- Eu tô mandando, Alfonso. Abre essa porta! - Ela ordenou novamente. 

- Eu não vou. Não posso... - Anahí suspirou ao ouvir aquilo. Manteve a calma e pediu mais uma vez. 

- Abre a porta, Alfonso! 

- Já disse, não posso. Não consigo... - Anahí percebeu então que ele não abriria. 

- O que você quer? 

- Você... Quero que você volte... - Ele respondeu com sofreguidão. - Olha em volta, Annie. Você não se lembra de tudo o que vivemos nesse quarto? Você não pode ir embora assim. E todos os sonhos que tínhamos? Todos os planos que fizemos juntos bem aqui nesse quarto. Tudo o que vivemos nessa cama... Você esqueceu? 

- Eu não me esqueci. Assim como também não esqueci de ter te pego nessa mesma cama com uma vagaba qualquer. - Anahí suspirou - Agora abre a porta, Alfonso. - Alfonso jogou a cabeça pra trás se sentindo derrotado. Cada vez que ela falava daquele jeito, era como se um caminhão o atropelasse. 

- Algum dia você vai me perdoar? 

- Já disse que vou, mas não significa que voltaremos a ficar juntos. 

- Dizem que o amor supera tudo. 

- Também dizem que quem ama não trai! - Mais uma vez foi como se um caminhão passasse por cima dele. 

- Você não acha que eu me arrependi? 

- Não o suficiente, já que foi capaz de fazer mais de uma vez. Se arrepender depois que o estrago foi feito é sempre mais fácil. Mas se eu não tivesse te pego no flagra, quem me garante que você não continuaria me traindo? Quem me garante que você não estaria me traindo agora? - Alfonso não disse nada pois não tinha resposta para aquilo. Ninguém poderia responder aquela questão. 

Ele sempre amou ela, e mesmo assim foi capaz de trair mais de uma vez. Ninguém poderia dizer que caso ela não o flagrasse, ele deixaria de trair: 

- Abre a porta, Alfonso! - Ela pediu novamente, mas dessa vez ele abriu. 

Ele a viu sair com as caixas, olhou em volta e já não tinha mais nada dela ali. Nada a que ele pudesse se apegar. Nada que ele pudesse agarrar. Nada para ao menos fingir que a presença dela ainda estivesse ali. Nada que a fizesse voltar... 

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