A semana pareceu passar como a folhagem de um livro novo, a cada dia algo me deixava ainda mais interessado, tudo era divertido e a cada dia me sentia ainda mais admirado por novas vivências. A arte era um ótimo curso, e a maneira como era vista pela classe me vislumbrava.
Por acaso Ochaco parecia ainda mais próxima de mim, como um grude. Não reclamo, era até fofo a maneira como insistia para que eu a acompanhasse na festa. Aparentemente seria realmente divertido, já que quase implorava pela minha presença. A gente criou um tipo forte de conexão, mesmo que fosse o penúltimo semestre dela e meu primeiro, éramos como amigos de décadas.
Quando o sábado chegou eu não estava desesperadamente ansioso pela festança, todavia ainda sim me preocupei com minhas vestes. No armário do dormitório eu não tinha nada novo e atual. Receei chegar de maneira cafona ou sem ‘senso algum de moda’. Mas o que posso fazer? To sem grana!
Já estava cogitando não comparecer à festividade quando ouvi leves batidas no amadeirado da porta de meu dormitório, me pergunto quem seria o doido, além de mim, a acordar antes das 7:00 em pleno final de semana. A resposta veio assim que abri a passagem, era Uraraka.
- Izuku!! - Seus braços foram direcionados ao redor de meu pescoço.
Passei por uma forte onda de timidez, desviando minha visão para qualquer localidade do cômodo.
- Oe… - Não pude evitar rir sem graça.
- Está ansioso para essa noite?
- E se eu te contar que não vou…?
- Como não? - Ela me segurou pelos ombros.
- Bom, acabei de ver que não tenho vestes…
- Sério? - Ela pareceu pensar por instantes. - Aposto que não fez compras desde sua chegada a Tokyo.
- Realmente.
- O que acha de sair hoje, para comprarmos uns mimos?
- Foi mal, tô sem grana!
- Ah… calma aí, eu dou um jeito! - A garota se virou e saiu depressa.
Não estou curioso, não faço ideia do que ela irá fazer. Voltei até o meu quarto, ligando meu smartphone e conectando em um filme qualquer. Espero conseguir passar o resto do dia assim, debaixo das cobertas.
A quebra de expectativa veio cerca de 3 horas depois, quando a mesma adentrou em meus aposentos sem ao menos bater na porta. Me assustei saindo depressa das cobertas, acabei dormindo com o filme que era de época extremamente chato. Respirei desesperadamente, achando que estava em meio a um assalto, mas tudo o que vi foi a castanha com os olhos vidrados em mim enquanto regulava a própria respiração. Como se estivesse a sair de uma maratona, talvez ela tenha corrido até aqui.
- Você quer me matar!? - Mesmo que ligando o Windows, consegui transparecer minha frustração/susto.
A garota me encarou corada, antes de jogar a sacola em minha cara. Com o impacto me deitei novamente na cama, o que deu nela?
- Você está louca? - Sentei-me novamente de maneira desajeitada.
- E-Ei! Está sem camisa!
Encarei meu abdômen nú, antes de soltar um grunhido fino. Usando a coberta para cobrir a parte inferior do meu tronco. Oh é mesmo, eu mal reparei nisso! Retirei a minha camisa um pouco antes de adormecer, o quarto estava extremamente quente.
- Não se entra no quarto das pessoas sem bater.
- Que seja, vamos nos arrumar juntos para a festa!
- Ainda são 9:40 da manhã.
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Enquanto Houver Nós - Bakudeku
FanfictionApós um grave acidente de carro, Izuku Midoriya descobre ter contraído HIV através de uma transfusão de sangue. Enfrentando as incertezas de sua nova realidade, ele se muda para outra cidade e começa a vida universitária. Lá, conhece Katsuki, um jo...