Capítulo 4 - Embaixo das cobertas.

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A semana pareceu passar como a folhagem de um livro novo, a cada dia algo me deixava ainda mais interessado, tudo era divertido e a cada dia me sentia ainda mais admirado por novas vivências. A arte era um ótimo curso, e a maneira como era vista pela classe me vislumbrava. 

Por acaso Ochaco parecia ainda mais próxima de mim, como um grude. Não reclamo, era até fofo a maneira como insistia para que eu a acompanhasse na festa. Aparentemente seria realmente divertido, já que quase implorava pela minha presença. A gente criou um tipo forte de conexão, mesmo que fosse o penúltimo semestre dela e meu primeiro, éramos como amigos de décadas.

Quando o sábado chegou eu não estava desesperadamente ansioso pela festança, todavia ainda sim me preocupei com minhas vestes. No armário do dormitório eu não tinha nada novo e atual. Receei chegar de maneira cafona ou sem ‘senso algum de moda’. Mas o que posso fazer? To sem grana! 

Já estava cogitando não comparecer à festividade quando ouvi leves batidas no amadeirado da porta de meu dormitório, me pergunto quem seria o doido, além de mim, a acordar antes das 7:00 em pleno final de semana. A resposta veio assim que abri a passagem, era Uraraka.

- Izuku!! - Seus braços foram direcionados ao redor de meu pescoço.

Passei por uma forte onda de timidez, desviando minha visão para qualquer localidade do cômodo.

- Oe… - Não pude evitar rir sem graça. 

- Está ansioso para essa noite?

- E se eu te contar que não vou…?

- Como não? - Ela me segurou pelos ombros.

- Bom, acabei de ver que não tenho vestes…

- Sério? - Ela pareceu pensar por instantes. - Aposto que não fez compras desde sua chegada a Tokyo.

- Realmente.

- O que acha de sair hoje, para comprarmos uns mimos?

- Foi mal, tô sem grana!

- Ah… calma aí, eu dou um jeito! - A garota se virou e saiu depressa.

Não estou curioso, não faço ideia do que ela irá fazer. Voltei até o meu quarto, ligando meu smartphone e conectando em um filme qualquer. Espero conseguir passar o resto do dia assim, debaixo das cobertas.

A quebra de expectativa veio cerca de 3 horas depois, quando a mesma adentrou em meus aposentos sem ao menos bater na porta. Me assustei saindo depressa das cobertas, acabei dormindo com o filme que era de época extremamente chato. Respirei desesperadamente, achando que estava em meio a um assalto, mas tudo o que vi foi a castanha com os olhos vidrados em mim enquanto regulava a própria respiração. Como se estivesse a sair de uma maratona, talvez ela tenha corrido até aqui.

- Você quer me matar!? - Mesmo que ligando o Windows, consegui transparecer minha frustração/susto.

A garota me encarou corada, antes de jogar a sacola em minha cara. Com o impacto me deitei novamente na cama, o que deu nela?

- Você está louca? - Sentei-me novamente de maneira desajeitada.

- E-Ei! Está sem camisa!

Encarei meu abdômen nú, antes de soltar um grunhido fino. Usando a coberta para cobrir a parte inferior do meu tronco. Oh é mesmo, eu mal reparei nisso! Retirei a minha camisa um pouco antes de adormecer, o quarto estava extremamente quente.

- Não se entra no quarto das pessoas sem bater.

- Que seja, vamos nos arrumar juntos para a festa!

- Ainda são 9:40 da manhã.

Enquanto Houver Nós - BakudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora