Bom, acho que Katsuki estava certo quando disse sobre o resfriado. Hoje eu mal consegui levantar para beber um único copo d'água. O que eu deveria fazer, considerando que não tenho o número dos professores para alertá-los sobre a minha ausência?
Meus pulmões estão meio enfraquecidos, eu posso sentir toda a secreção acumulada nele. Estou com tanto frio, os três cobertores já não estavam sendo o suficiente para mim. Certamente eu devo estar indo de mal para pior. Ouvi meu celular vibrar em minha mesa de cabeceira, eu podia ver o nome, borrado, de Ochaco. Ela deve estar preocupada agora.
Mas eu nem mesmo pude alcançar meu aparelho telefone pela enorme fraqueza que sentia. Ouvi algumas batidas contra a porta, fiz esforço para me sentar na cama, mas em meu primeiro passo fui ao encontro do chão.
- Izuku? Izuku, eu ouvi…eu ouvi esse barulho. Não te vi na escola, achei que deveria te encontrar aqui. Está tudo bem? - Não era Uraraka. - Ei izu, eu estou entrando!
Observei a cabeleira loira caminhar apressadamente em minha direção, carregando uma feição preocupada.
- IZUKU! - Fui carregado para a cama. - Você está queimando de febre… eu vou tirar seus agasalhos! - O mesmo me despiu, deixando-me com uma regata branca e meu simples samba-canção (inclusive é uma péssima vestimenta para receber seu “quase algo” em casa).
- Estou com frio. - Sussurrei.
- Calma, vai passar. Vou molhar essa toalha, tudo bem? - Correu.
O mesmo me pedia calma mas o único que estava preocupado era ele. Repentinamente tudo se apagou.
Eu dormi?
[...]
Abri meus olhos com uma claridade tremenda quase me cegando. Eu estava em um hospital? Ou seria o céu…? Eu morri? - Olhei em volta, vendo o loiro adormecido com suas mãos nas minhas, e logo atrás de si, passando pela porta…
- Vovô?
- Izuku, acordou. Irei chamar o médico. - O mais velho se retirou.
O vovô veio me ver? Como…o vovô!?
Meus olhos não conseguiram conter toda a emoção em ver aquele cujo tenho a imagem não apenas de pai ou uma mãe, mas também o único em que posso confiar.
- Izuku! - kat despertou, se levantando com um semblante preocupado. - É tudo culpa minha, se eu tivesse te dado meu casaco, talvez eu…
- Ei… - Sussurrei. - Eu estou bem, não estou? Não se culpe por tão pouco. Essas coisas acontecem por acidente.
- Perdão , Izuku. - Selou minha mão.
- O que estou fazendo aqui?
- Você passou uma noite aqui, estamos no dia seguinte.
Vovô voltou, junto do então médico que sorriu.
- Vovô, senti sua falta! - Meus olhos timidamente deixaram as lágrimas suavemente percorrer por minhas bochechas. - Como soube?
- Seu amigo encontrou o meu número em seu celular, e me telefonou.
- Seu avô me orientou sobre o que fazer, quando eu estava quase surtando. - Levantei-me da cama.
Não contive a minha felicidade, lhe dei um abraço tão apertado que poderia desintegrar suas pobres costelas. O mesmo afagou minha cabeleira, selando minha testa. Logo o médico deu um passo à frente e então tomou a voz.
- Fico feliz pelo reencontro, mas é necessário conversarmos sobre algo.
Todos nós olhamos para o homem por alguns instantes, enquanto o mesmo encerrava algumas de suas anotações. O loiro agarrou firmemente a minha mão enquanto fitava o profissional da saúde.
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Enquanto Houver Nós - Bakudeku
FanfictionApós um grave acidente de carro, Izuku Midoriya descobre ter contraído HIV através de uma transfusão de sangue. Enfrentando as incertezas de sua nova realidade, ele se muda para outra cidade e começa a vida universitária. Lá, conhece Katsuki, um jo...