Capítulo 7 - Quebradiço.

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Bom, acho que Katsuki estava certo quando disse sobre o resfriado. Hoje eu mal consegui levantar para beber um único copo d'água. O que eu deveria fazer, considerando que não tenho o número dos professores para alertá-los sobre a minha ausência?

Meus pulmões estão meio enfraquecidos, eu posso sentir toda a secreção acumulada nele. Estou com tanto frio, os três cobertores já não estavam sendo o suficiente para mim.  Certamente eu devo estar indo de mal para pior. Ouvi meu celular vibrar em minha mesa de cabeceira, eu podia ver o nome, borrado, de Ochaco. Ela deve estar preocupada agora.

Mas eu nem mesmo pude alcançar meu aparelho telefone pela enorme fraqueza que sentia. Ouvi algumas batidas contra a porta, fiz esforço para me sentar na cama, mas em meu primeiro passo fui ao encontro do chão.

- Izuku? Izuku, eu ouvi…eu ouvi esse barulho. Não te vi na escola, achei que deveria te encontrar aqui. Está tudo bem? - Não era Uraraka. - Ei izu, eu estou entrando! 

Observei a cabeleira loira caminhar apressadamente em minha direção, carregando uma feição preocupada.

- IZUKU! - Fui carregado para a cama. - Você está queimando de febre… eu vou tirar seus agasalhos! - O mesmo me despiu, deixando-me com uma regata branca e meu simples samba-canção (inclusive é uma péssima vestimenta para receber seu “quase algo” em casa). 

- Estou com frio. - Sussurrei.

- Calma, vai passar. Vou molhar essa toalha, tudo bem? - Correu.

O mesmo me pedia calma mas o único que estava preocupado era ele. Repentinamente tudo se apagou.

Eu dormi?

[...]

Abri meus olhos com uma claridade tremenda quase me cegando. Eu estava em um hospital? Ou seria o céu…? Eu morri? - Olhei em volta, vendo o loiro adormecido com suas mãos nas minhas, e logo atrás de si, passando pela porta…

- Vovô?

- Izuku, acordou. Irei chamar o médico. - O mais velho se retirou.

O vovô veio me ver? Como…o vovô!?

Meus olhos não conseguiram conter toda a emoção em ver aquele cujo tenho a imagem não apenas de pai ou uma mãe, mas também o único em que posso confiar.

- Izuku! - kat despertou, se levantando com um semblante preocupado. - É tudo culpa minha, se eu tivesse te dado meu casaco, talvez eu…

- Ei… - Sussurrei. - Eu estou bem, não estou? Não se culpe por tão pouco. Essas coisas acontecem por acidente.

- Perdão , Izuku. - Selou minha mão.

- O que estou fazendo aqui?

- Você passou uma noite aqui, estamos no dia seguinte.

Vovô voltou, junto do então médico que sorriu. 

- Vovô, senti sua falta! - Meus olhos timidamente deixaram as lágrimas suavemente percorrer por minhas bochechas. - Como soube?

- Seu amigo encontrou o meu número em seu celular, e me telefonou.

- Seu avô me orientou sobre o que fazer, quando eu estava quase surtando. - Levantei-me da cama.

Não contive a minha felicidade, lhe dei um abraço tão apertado que poderia desintegrar suas pobres costelas. O mesmo afagou minha cabeleira, selando minha testa. Logo o médico deu um passo à frente e então tomou a voz.

- Fico feliz pelo reencontro, mas é necessário conversarmos sobre algo.

Todos nós olhamos para o homem por alguns instantes, enquanto o mesmo encerrava algumas de suas anotações. O loiro agarrou firmemente a minha mão enquanto fitava o profissional da saúde.

Enquanto Houver Nós - BakudekuOnde histórias criam vida. Descubra agora