Â꧑bᥲr - (Gᥙᥲρ᥆dᥙ᥆)

16 - Dois olhares

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Aos poucos mesmo com muita dor, eu tirava minhas roupas, o sangue seco em minha pele fazia com que a dor fosse mais insuportável ainda

Eu e aquele imbecil tinhamos combinado de eu ficar dentro do box (que era embaçado, então ele não conseguia ver nada) e quando eu precisasse, era só pedir pra ele entrar no banheiro

Termino de me despir e entro no box do chuveiro, logo em seguida ouço Roier se encostar do lado de fora da porta

Com minhas mãos latejando, ligo o chuveiro e sinto a ardência da água quente atingir nas costas, me fazendo fechar os olhos com força e soltar um grunido de dor enquanto pequenas lágrimas saem de meus olhos

Aos poucos a temperatura deixa de ser um problema, e eu começo a aproveitar a sensação da água quente passando pelo meu corpo e aliviando a dor das feridas, sangue começa a escorrer fazendo com que o chão fique inteiramente vermelho

Lembranças, memórias e Pensamentos horríveis passam pela minha cabeça, fazendo com que mais uma vez lagrimas caiam de meus olhos

Começo a limpar as lagrimas que já haviam se misturado com a água do chuveiro

Pego um dos shampoos que Roier havia me dado e começo a lavar meu couro cabeludo

Até que em certo momento, sem querer eu bato com o cotovelo em um dos condicionadores que estavam em uma prateleira e ele cai no chão, fazendo um barulho estranhamente auto

Assim que o barulho é feito, ouço a porta do banheiro se abrir

- ¿Gatinho? ¿Estás bien? - Roier diz desesperado enquanto entrava dentro do banheiro

- VIRA - digo cobrindo minhas partes íntimas com a mão, enquanto olhava para o mesmo por trás do box

Roier no mesmo momento vira em direção a porta novamente, fazendo com que o mesmo ficasse de costas para mim

"Involuntariamente" meus olhos começam a descer pelo seu corpo, passando pelos seus músculos, indo pra suas costas e ombros enormes, parando em suas pernas grandes e bonitas e em seguida indo em direção a seus glúteos perfeitamente redondos e durinhos

Ao perceber que eu estava o encarando, Roier vira a cabeça em minha direção, me fazendo olhar em seu rosto

(o box é daqueles que a pessoa que tá tomando banho consegue ver tudo do lado de fora e a pessoa que ta do lado de fora não consegue ver dentro)

- sabe que isso é injusto né? - ele diz se virando novamente para a porta - você pode ficar me secando daí enquanto eu não posso nem olhar direito pra você daqui

Eu fico em silêncio, e continuo levando meu cabelo

- ¿No irá me responder Penderro? - ele diz virando a cabeça novamente em minha direção, me fazendo ficar envergonhado

Não o respondo novamente e logo em seguida o mesmo se vira completamente e começa a vir em direção ao box

- O gato comeu sua língua é? Ahhh, é mesmo...- Ele diz como se tivesse se lembrado de uma informação valiosa e para no meio do caminho

- Então... a aranha comeu sua língua Gatinho? - ele andando novamente e chegando na frente da porta do box

No mesmo instante eu me afasto e encosto minhas costas na parede fria atrás de mim

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