As horas se estenderam em meu relógio, e após algumas cochiladas, despertei quando já estávamos prestes a embarcar na balsa. O céu noturno nos iluminava, e as plantas ao redor já estavam encharcadas pelo sereno. Olhei ao meu lado, e os olhos cansados da minha amiga denunciavam sua exaustão. Era hora de oferecer ajuda.
- Que tal eu assumir um pouquinho a partir de agora? - propus.
- Sério? Só agora você se ofereceu? - ela respondeu, os olhos pesados.
- Eu também estava cansada. Não me julgue. E pense bem, mais 30 minutos de sono. O que acha?
Ela concordou, desafivelando o cinto e abrindo a porta do carro.
- Só porque estou morrendo - reclamou, já se acomodando no banco.
O carro assumiu uma nova direção sob o comando de minhas mãos, e Mari ajeitou-se no banco, buscando uma posição mais confortável. O barulho monótono da balsa se misturava com a melodia suave da música que ainda ecoava no rádio. Era como se estivéssemos em um universo próprio, flutuando entre as águas escuras, rumo a um destino que agora parecia mais perto do que nunca.
Aportamos na ilha, e a sensação de solo firme sob as rodas do carro trouxe um conforto bem-vindo. Continuei dirigindo por mais alguns minutos, percorrendo as tranquilas estradas, com as sombras das árvores contribuindo para a pacífica atmosfera noturna.
Ao chegarmos à casa da família de Joon, uma construção encantadora com paredes de pedra se erguia diante de nós, proporcionando uma vista deslumbrante para o mar. Estacionei o carro com cuidado e despertei Mari, que, sonolenta, abriu os olhos para se dar conta do lugar.
- Chegamos? - murmurou, esfregando os olhos.
- Sim! - respondi, sorrindo.
Ao olhar pela janela do carro agora parado, percebi a luz da entrada da casa se acender, revelando a estatueta de um homem. Descemos do carro, começando a descarregar as malas, e Joon se aproximou.
- Até que enfim chegaram - nos cumprimentou com um sorriso.
Quando ele se tornou visível, lancei-lhe um sorriso agradecido, indicando que precisávamos de ajuda com as bagagens. No entanto, seu olhar já estava em outra direção, fixado em minha amiga.
- Misericórdia, Alice, o que o filho do Chuck está fazendo com você? - indagou, olhando assustado para Mari, que o encarava com desdém.
A aparência dela estava um tanto assustadora, com os cabelos arrepiados devido à viagem e a maquiagem borrada pelas incansáveis tentativas de afastar o sono, coçando os olhos.
Mari ergueu uma sobrancelha em resposta ao comentário de Joon, lançando-lhe um olhar de desaprovação. Ela estava visivelmente cansada, mas seu jeito irreverente permanecia intacto.
- Filho do Chuck?! Você vai ver quando minha mão voar na sua cara! - Mari retrucou com um sorriso cansado. - Você, meu caro Joon, parece um zumbi perdido no apocalipse.Joon riu, um som rouco que ecoou na noite tranquila da ilha. Enquanto nos dirigíamos para a entrada da casa, ele ofereceu sua ajuda com as malas, mas a ruiva recusou com um gesto casual.
- Eu sobrevivi a piores - ela brincou, esboçando um sorriso. - Mas obrigada pela preocupação.
Entramos na casa, e fui imediatamente envolvida pelo calor e aconchego do lugar. O interior tinha uma mistura encantadora de elementos tradicionais e modernos, refletindo a identidade única da família de Joon. A luz suave das luminárias criava uma atmosfera acolhedora, e o cheiro de algo delicioso vindo da cozinha indicava que havia uma refeição especial sendo preparada.
- Sintam-se em casa! - Anunciou Joon, dando um giro gracioso enquanto apontava para o ambiente - Fiquem à vontade, e se precisarem de algo, estou na cozinha. Os quartos estão lá em cima. - Indicou, apontando para a escada que nos conduzia ao andar superior.
Cansada e com falta de jeito, equilibrei uma mala sobre a cabeça enquanto abraçava a outra, evitando ao máximo fazer mais uma descida até o andar inferior. O sedentarismo gritava em meu corpo, lembrando-me de que já fazia tempo desde a última vez que me exercitei. A cada degrau que subia, minhas coxas ardiam, implorando por um respiro ou piedade.
Finalmente, cheguei ao último degrau, encontrando-me num pequeno salão que se dividia em dois corredores. Mari me encarou, indagando silenciosamente sobre qual direção deveríamos tomar.
- Quero ficar com a vista para o mar! - Declarei, quebrando o silêncio.
A garota me lançou um olhar fulminante, estabelecendo que quem chegasse primeiro ficaria com o quarto. Aceitei o desafio, largando tudo no chão e correndo em direção ao corredor que, provavelmente nos proporcionaria uma visão do oceano.
Os primeiros dez segundos de nossa corrida foram cruciais, deixei minha amiga para trás enquanto ela parava para abrir a primeira porta, que, para minha sorte, eu sabia ser um banheiro. Enquanto a via franzir o rosto ao perceber minha estratégia, corri em direção à segunda porta, que estava fechada. Ao abrir, deparei-me com o quarto e entrei rapidamente antes que ela pudesse me alcançar. Poucos segundos depois, a ruiva parou à entrada, observando-me com uma expressão de desânimo, mas logo se pronunciou com um sorriso ladino no rosto.
- Tem mais uma porta! - disse, correndo na direção dessa.
O quarto ainda estava mergulhado na escuridão, iluminado apenas pela luz suave da lua. Caminhei em direção à cama provençal que decorava o espaço, jogando-me sobre ela e comemorando minha vitória.
- Aiiiiii! - uma voz exclamou abaixo de mim.
Sobressaltei-me, questionando se havia sido apenas minha imaginação ou se eu compartilhava o espaço com um fantasma. Caminhei de costas em direção à parede, tateando-a em busca de um interruptor, quando o abajur ao lado da cama se acendeu.
Sobre ela estava um rapaz de cabelos pretos desalinhados, no qual era iluminado pela suave luz do abajur. Sua boca levemente aberta buscava ar, roubando minha atenção, assim como seu peito nu, revelando um corpo esguio.
- JungKook... - Eu não sabia como agir, estava hipnotizada por meus próprios pensamentos, ou talvez pela beleza do homem à minha frente - O que você está fazendo aqui?
Ele piscou os olhos algumas vezes, como se estivesse despertando de um transe. Seu olhar se encontrou com o meu, e por um breve momento, o tempo pareceu parar. No entanto, a expressão confusa no seu rosto indicava que ele também estava a tentar processar a situação.
- Alice? - ele murmurou, como se meu nome fosse uma pergunta.Balancei a cabeça, tentando recuperar a compostura.
- Oii Kookie. O que... o que está acontecendo?
Ele esfregou os olhos, como se quisesse ter certeza de que não estava sonhando.
- Acabei de chegar de viagem... - Disse, passando pelas mãos pelos cabelos em uma tentativa de arrumá-los, mas apenas os deixando mais desalinhados - Joon foi me buscar no aeroporto e me trouxe para cá, dizendo que íamos descansar um pouco.
- Ah... - Caminhei em direção à cama, sentando-me sobre ela. - Me desculpe pelo susto. Eu não sabia que estava aqui. - Desviei o olhar para o edredom, tentando evitar encarar seu peito ainda exposto.
- Ta tudo bem - me acalmou.
Escutei passos vindo do corredor e direcionei minha atenção para ele, acompanhada de uma chave dourada em mãos estava Mari. Ela parou sobre o batente a balançando.
- Olha o que eu... - travou por alguns segundos, olhando o rapaz ao meu lado, no qual se cobriu rapidamente - JungKook? O que está fazendo aqui?
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.Oiii pessoal, como vocês estão? Espero que bem ❤️
Eai, o que estão achando da fanfic? Fiquem a vontade em opinar sempre que acharem necessário ou me corrigir, ok?
Um beijo de luz 😘😘
VOCÊ ESTÁ LENDO
Além do Estrelato
Fanfiction"Além do Estrelato" narra a história de uma garota comum que, por um acaso do destino, cruza o caminho de JungKook, um Idol do K-Pop amplamente reconhecido. À medida que suas vidas se entrelaçam, eles embarcam em uma jornada de amizade e descobertas...