(Capítulo 1)

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Havia sido uma noite chuvosa e fria, dormir ouvindo o som das gotas divinas de água escorregarem em meu telhado, e o vento parecia sussurrar em minhas janelas "Santo, escolher ama-lá é, e sempre será a maior forma de não julgas o passado de quem busca redenção. Foi o ato mais puro e de maior amor para você." Claramente o vento não soprou tão forte para dizer tudo isso, mas de forma suave o bastante para me fazer pensar assim.

Mal acordo e vou em direção a cozinha buscar um pote de geleia. Ouvi o barulho da porta do meu banheiro abrir, era ela. Hilda, ela saiu sorrindo e veio até mim, como pode? Depois de um anos que fugimos juntos ela ainda tem o mesmo sorriso, percebo que estou a encarando então paro, às vezes gostaria de saber oque ela pensa, oque se passa em seus pensamentos. Às vezes penso que deve me achar um tolo, um completo bobo, de olhos brilhantes e coração acelerado.

-Dormiu bem querido?
-Sim, mas como não dormiria? Se você estava ao meu lado.

Ela para em minha frente, a centímetros de mim. O olhar dela chega a fazer meu coração palpitar, seus olhos carregam o olhar mais intenso que já vi, ela parece séria enquanto me analisa, aposto que deve está pensando do quão bobas foram as palavras que saíram genuinamente de minha boca, talvez esteja sentindo pena de mim. Esqueço tudo quando sua mão puxa meu pescoço para mais perto dela, sinto seus lábios nos meus, em um piscar de olhos ela para o "beijo" com as mais doces palavras -Sendo assim, deve ser difícil para você saber que eu o amo mais, então imagine o quão bem me sinto todas as noites.- Sinto meu rosto arder de vergonha, mesmo sabendo que as palavras, "Eu o amo mais" eram uma grande mentirá, já que jamais eu seria capaz de colocar em simples palavras o quanto a amava.

Ela se afasta perguntando oque iriamos comer, e logo falo que queria algo que envolvesse geleia, ela sorrir e fala de forma presunçosa que estou tentando me gabar de meus dotes culinários, eu apenas concordo.

-Dizem que homens são conquistados pela boa comida das damas, talvez eu esteja tentando a conquistar desta mesma maneira.
-Você já me conquistou.
-Irei continuar a tentar conquista-la todos os dias de manhã, até o sol se pôr.

Ela abre a janela da cozinha, haviam pássaros cantando lá fora, e nosso gato logo pula em seus braços a fazendo sorrir por causa do susto, sua risada era tão fofa e esquisita. Uma brisa fria entra pela janela e bate em seus cabelos, seus olhos brilham, como a luz do dia, e então o mundo havia ficado silencioso para mim, por segundos.
Até ouvirmos alguém bater na porta, -Eu atenderei, faça nosso café, estou morrendo de fome.- Ela sai em direção a porta segurando nosso gato no colo como se fosse um bebê frágil. Nem parecia que ela havia recusado quando dei a ideia de pegar o pobre gato em uma noite chuvosa a 2 meses atrás.

Me viro, e lavo as mãos, ouvi seus passos voltando, nossa casa não era grande mais nem de longe era considerada pequena, era aconchegante e espaçosa com móveis delicados e flores em algumas mesas, minha amada adora rosas, e eu a adoro, então sempre a presenteio com rosas.

-Malthus, fomos convidados para um "baile", algo com muita dança, música e comida. Aqui diz que devemos ir de máscaras.

Ela coloca o envelope em uma gaveta e se senta na mesa, talvez devêssemos ir, se ela se sentir confortável.

-Quer realmente ir?
-Sim, você está empolgada e será bom para nós.
-Suco?
-Perdão?
-Você deseja suco?, irei colher frutas e farei.
-Claro.
-Certo.

Volto a colocar a comida na mesa, depois dela voltar com as frutas e fazer o tão esperado suco, eu puxo sua cadeira e ela senta, logo em seguida me sento em meu lugar.

-Precisamos comprar sementes, Malthus.
-Sim
-Vamos hoje?
-Desculpa querida, hoje preciso ir sozinho.
-Por que não posso ir junto?
-Isso é... Porque não precisa, eu trago algo para você.
-Ah... Certo

Hilda furacão (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora