Capítulo 4

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20 de dezembro - 00:45Quarta-feira

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20 de dezembro - 00:45
Quarta-feira.

    Estou acabado, passei a tarde ouvindo Tifanny falar sobre a pista que achamos, ela realmente está empenhada em encontrar esse tesouro. Depois que a deixei em casa, achei uma biblioteca e fiquei por lá trabalhando até ela fechar, depois fui até uma praça para espairecer, ficar naquela casa me sufoca.

   Acabei perdendo a noção do tempo e quando vi, já estava quase dando uma da manhã. Abri a porta devagar para não chamar a atenção mas o barulho de madeira velha soou alto pelo lugar, praguejei baixo fechando ela.

— Aonde você estava? — A voz séria de Blake soou atrás de mim. Me virei o olhando, ele estava no sofá, com uma caneca nas mãos. — Já está tarde, Derek. Aonde você estava? — Retornou a perguntar.

— E agora você se importa sobre aonde eu estou? — Debochei deixando o casaco no cabideiro.

— Não estou brincando, Derek, já viu que horas são? — Revirei os olhos caminhando até as escadas. — Derek, volte aqui e me diga aonde estava. Eu sou seu pai! — Parei abruptamente ao ouvir suas palavras.

— Pai? — Gargalhei sem ânimo o olhando com raiva. — Você é meu pai? Francamente, Blake, você sabe o que é ser isso? Algum dia soube o que é ser pai?

— Não começa, Derek. — Murmurou me olhando ainda sério. — Tudo que eu fiz teve um motivo.

— Ah, teve? — Me aproximei ficando cara a cara com ele. — Então me explica o motivo que teve para abandonar seu filho de dez anos, sem dar uma explicação ou motivos muito bons para isso. — Ele ficou quieto me olhando. — Eu fiquei esperando por você durante cinco anos, cinco! — Gritei sentindo meus olhos arderem. — Passei horas naquela varanda esperando o meu pai chegar, eu não tinha nada a ver com suas puladas de cerca ou problemas com a minha mãe. Eu era uma criança, Blake. — Funguei secando meu rosto de forma brusca. Me recuso a chorar em sua frente.

— Filho...

— Não se preocupe, eu sei me cuidar. — Andei até meu casaco o vestindo novamente. — E isso não foi graças a você. — Saí batendo a porta, o escutando me chamar.

    Andei em passos rápidos, sem rumo pela cidade agora quieta, as únicas luzes ligadas eram os pisca-piscas. Sentia as lágrimas descerem involuntariamente pelo meu rosto, lembrar de tudo que o Derek de dez anos passou, esperando pelo pai, faz com que um enorme soco seja desferido em meu coração. É uma dor absurda que há anos eu carrego.

   Queria muita, de verdade conseguir perdoa-lo, mas não consigo. Algo me prende e isso só me traz mais mágoas, está aqui faz eu me sentir o mesmo Derek de quando tudo aconteceu, e eu odeio me sentir assim. 

   Bufei chutando um bolo de neve amontoado no meio do caminho, andei sem rumo por entre as árvores e me assustei ao ver uma luz, me escondi atrás de uma das enormes árvores e fiquei apenas observando. Uma careta de confusão tomou conta em meu rosto quando percebi ser a Tifanny, ela estava com uma mochila nas costas, toda encapuzada e com uma lanterna nas mãos.

O tesouro de natal Onde histórias criam vida. Descubra agora