ᴏɴᴅᴇ So-mun parte para o exterior para treinar caçadores ao longo dos meses.
ᴏɴᴅᴇ Luna, uma caçadora Brasileira morando na França aprende a treinar com o famoso anjo da morte.
Deitada na minha cama olhando o teto branco a cima penso em tudo que aconteceu ontem comigo, eu poderia ter morrido, eu nunca havia encontrado um espírito maligno do nível três, se o So-mun não tivesse me ajudado...eu nem queria pensar.
Olho para minhas mãos e penso no poder de psicocinese que So-mun disse, todos os caçadores tem. Me sento na cama e olho para a caneta em cima da minha escrivaninha, estico minha mão tentando me concentrar apenas na caneta para que ela flutue.
Mas não acontece nada.
Bufo e me levanto da cama e vou fazer meus afazeres de casa, não posso ficar sem fazer nada.
(...)
Ando até o meu armário escondido que fica atrás de um quadro qualquer na sala, abro e observo as armas a minha frente, facas, espadas, uma pistola, um soco inglês.
Sim, espadas de verdade.
Pego uma delas e coloco no meu cinto, tranco meu apartamento e desço até a garagem. Fazia tempo que eu não mexia nela, minha moto.
Limpo um pouco da poeira em cima dela e me ergo pra sentar, ligo a moto que é uma musica pros meus ouvidos, sempre gostei de motos desde criança e pude comprar uma com o meu cartão que todos os caçadores ganham.
Saio da garagem e acelero a moto pelas ruas de Versalhes com rapidez. Gosto de sentir o vento em meu rosto e a adrenalina de ir atrás de alguns espíritos malignos fodidos.
E é isso que to indo fazer.
Aquele espírito de nível três me deixou com raiva, uma raiva por não conseguir matar-lo, por não conseguir aprimorar meus poderes e mandar ele pro inferno.
Fecho meus olhos e continuo andando na moto, eu precisava tentar sentir algum deles.
E eu achei.
Abro meus olhos e sinto o arrepio em minha nuca, paro a moto por um momento e olho para todos os lados, e os vejo.
Um homem e uma mulher juntos.
O homem tentava se livrar da mulher mas a mesma corria atrás dele falando palavrões, estavam discutindo, algum dos dois era um espírito mas parecia que ainda não estava manifestando, ainda não era nem um nível um.
Saio da moto e me escondo atrás de um poste grande, fico os observando para ver se vai acontecer algo, eu conseguia sentir a energia ruim mas não conseguia saber de quem era.
O homem e a mulher discutiam até que a mulher puxa uma arma da cintura e aponta para o homem que levanta a mão rapidamente e fica assustado.
Era a mulher.
Meus olhos ficam azuis e eu começo a ver a fumaça preta surgindo através da mulher. Fico alerta e saio de trás do poste e vou andando devagar até a mulher sem que ela me veja mas o homem acaba me vendo e olha para mim.
— Me ajuda! — O homem grita e a mulher acaba atirando no mesmo.
— NÃO. — Corro até os dois mas a mulher saiu correndo.
Me abaixo vendo o homem caído no chão com o ferimento de bala no peito, eu não ia conseguir tirar aquela bala sem acabar o matando.
Ligo para a ambulância e digo o endereço da rua que estávamos mas ela demorava demais, eu não ia conseguir curar ele sem tirar a bala mas era impossível, eu não conseguia ver-la.
— Por favor. — O homem diz chorando de dor.
— A ambulância já vai vir, por favor, tenha calma. — Digo tentando estancar o sangue segurando com a minha mão.
O homem estava ficando fraco e pálido.
Não, não, não.
— Não morre, por favor. — Digo arregalando os olhos.
Eu precisava tentar, estico minha mão em seu ferimento e foco apenas nela tentando tirar a bala com a minha mente, faço força, grito mas nada acontece.
— Merda! — Grito e vejo que o homem não se mexia, checo seu pulso.
Ele morreu...
— Não. — Digo baixinho o olhando.
Eu não consegui salvar ele.
Eu odiava tanto quando eu não conseguia salvar ás vítimas dos espíritos, eu me sentia um lixo, uma inútil, pra que tenho poderes se não consigo nem salvar as pessoas?
Se eu soubesse a psicocinese eu teria conseguido tirar a bala e ter salvado ele com meu poder de cura, e nesse meio tempo a ambulância nem tinha chegado.
Me levanto deixando o corpo ali e corro para minha moto tentando ligar, vejo minha mão suja de sangue e começo a tremer e as lágrimas escorrer.
— Luna, me escuta! — Hoseok diz.
— Eu não consegui salvar ele Hoseok, não consegui. — Grito subindo na moto e olhando minha mão.
— Você precisa ficar calma pra dirigir, Luna, respira por favor. — Hoseok diz.
— Não. — Digo ligando a moto. — Hoseok, eu não posso mais ver as pessoas morrendo, eu não consigo...não posso.
Digo chorando enquanto a cena não saia da minha mente, dirijo com rapidez para meu apartamento e subo as escadas, tento abrir a porta mas minha mão ainda tremia.
— PORRA, ABRE. — Grito girando a chave e entro em casa fechando a porta.
Corro até o banheiro e ligo a pia tentando lavar minha mão com o sangue um pouco seco mas com algumas partes ainda molhadas, eu esfregava com força enquanto as lágrimas desciam.
O sangue não saia e eu ficava desesperada, entro de baixo do chuveiro e ligo me jogando em baixo da agua com roupa e tudo, só queria tirar logo aquele sangue.
Tudo isso me lembrava aquele dia, ele...
Fico horas de baixo do chuveiro até conseguir me acalmar e boto uma roupa qualquer e me sento no sofá cruzando as pernas e olhando para o nada.
Eu nem consegui ir atras do espírito maligno que agora era um nível um já que matou uma pessoa, eu precisava ir atrás dela.
— Luna, você sabe o que você tem que fazer. — Hoseok diz depois de um tempo.
— Eu... — Digo sem conseguir completar.
Eu preciso de ajuda.
— Eu vou atrás do So-mun. — Digo — Eu preciso da ajuda dele.
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oq vocês acham que aconteceu com a Luna no passado? :(
