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— Morre demônio desgraçado. — Digo apertando o pescoço do espírito a minha frente.

Acontece que antes de eu ir para o galpão treinar com So-mun eu senti um espírito maligno por perto e tive que ir atrás dele.

— Sua caçadora fracote. — O espírito diz rindo e eu arregalo os olhos com raiva.

— Fracote?? — Digo raivosa e chuto no meio das suas pernas e logo depois dando um soco em seu rosto fazendo o mesmo cair duro no chão.

Babaca.

Agacho perto do espírito e coloco a mão em seu peito o invocando, ele começou a me xingar e rir de mim me fazendo revirar os olhos e mandar-lo direto pro inferno.

— Rum, fracote... — Murmuro indignada.

(...)

— Cheguei. — Digo entrando no galpão vendo So-mun sentado na mesa da cozinha.

— Luna, você demorou, o que aconteceu? — So-mun pergunta.

— Encontrei um espírito maligno e tive que ir atrás dele. — Digo largando minha mochila na mesa. — Acredita que ele me chamou de fracote?

— E com isso você matou ele... — So-mun diz rindo e eu assinto sorrindo.

— Mandei direto pro inferno e espero que queime por lá. — Digo.

(...)

— Vamos Luna, um soco. — So-mun diz andando pelo tatame enquanto eu tentava dar um soco em seu rosto mas o mesmo desvia.

Ando até So-mun e tento dar um chute em sua barriga mas ele me lança pra longe com sua psicocinese me fazendo cair no chão e sentir todos os meus ossos doerem.

— Aí. — Gemo de dor fechando os olhos.

— Luna, meu Deus, me desculpa. — So-mun diz correndo até mim.

Sinto a raiva correr entre minhas veias. Abro meus olhos que estavam em um tom de azul super forte, olho para So-mun com raiva que tenta me levantar do tatame mas simplesmente o inesperado acontece.

So-mun é lançado do nada até a parede em sua frente, seu corpo bate na mesma com força e logo em seguida ele cai no chão desmaiado.

— SO-MUN. — Minha visão volta ao normal e eu corro com dificuldade até o coreano.

Balanço seu corpo desesperada mas ele não se mexia.

— Ai não. — Digo esfregando meu rosto até que eu começo a escutar uma risadinha.

Abro meus olhos e vejo So-mun rindo ainda com os olhos fechados.

— Seu idiota! — Saio perto de seu corpo me levantando brava. — Achei que tinha desmaiado.

— Luna. — So-mun levanta com dificuldade. — Você não percebeu?

— Percebi sim, que você é um idiota que me deixou preocupada. — Digo bufando e andando até o tatame me virando de costas com raiva.

— Luna... — So-mun chega perto de mim. — Você me jogou na parede com sua psicocinese.

— O...oque? — Gaguejo o olhando. — Eu...

— E você nem usou a sua mão, foi com a forca da sua mente, tem noção do quanto isso é raro pra um iniciante. — So-mun diz e eu dou uma lufada surpresa.

— Foi a raiva. — Digo e So-mun me olha confuso. — Eu fiquei com tanta raiva que com minha mente te lancei pra longe.

— Um gatilho... — So-mun diz. — Um gatilho despertou sua psicocinese e foi a raiva.

— Sim. — Digo surpresa e sorrindo.

Ando até So-mun e o abraço me sentindo feliz e forte.

Depois de alguns minutos abraçados afasto meu rosto de seu ombro para sair do abraço mas So-mun ainda segurava minha cintura, olho em seu rosto que estava perigosamente perto do meu.

Sinto seu aperto em minha cintura se intensificar e seu olhar cair para meus lábios em segundos, engulo a seco e seu olhar volta para o meu, em uma vacilada minha meu olhar acaba indo para seus lábios rosas e convidativos também.

So-mun apertava mais a minha cintura e colava mais os nossos corpos, em um momento de fragilidade coloco minhas mãos em seus braços fortes e os aperto transmitindo o que eu estava sentindo naquele momento.

Os corpos colados, as respiração fortes e descompensadas, as pupilas dilatas enquanto olhava uma para a outra e os apertos se intensificando cada vez mais.

Mas eu volto para minha consciência e me afasto de seu corpo rapidamente nos deixando envergonhados e confusos.

— Luna, eu... — So-mun tenta dizer.

— Vou embora So-mun, amanhã a gente se vê. — Digo sem conseguir olhar em seus olhos e pego minha mochila em cima da mesa já saindo do galpão subindo na minha moto.

Chego no meu apartamento em minutos e me jogo no sofá olhando o teto branco e sem graça a cima de mim.

— Luna. — Hoseok me chama.

— Você viu tudo né... — Digo cansada.

— Você sabe que precisa se deixar permitir. — Hoseok diz e eu nego com a cabeça.

— Não posso e não vou. — Me deito de lado no sofá e olho o retrato a minha frente.

Com ele.

— Ele iria querer que você fosse feliz Luna. — Hoseok diz.

— Hoseok, eu não quero falar sobre isso, nunca mais. — Digo com raiva.

Eu não podia me permitir ser feliz, eu não queria.

𝐀𝐧𝐠𝐞𝐥 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | 𝐒𝐨 𝐌𝐮𝐧 Onde histórias criam vida. Descubra agora