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Sinto um pequeno calor em meu rosto e abro meus olhos com dificuldade por causa da claridade, olho ao redor e vejo que estava em um dos quartos do galpão, me sento na cama e me lembro de tudo o que aconteceu ontem.

Os desabafos, os choros...

So-mun ficou ao meu lado a madrugada inteira e logo após eu dormir ele provavelmente foi para o quarto dele.

Me levanto e abro a porta do quarto olhando o corredor silencioso e vazio, ando até o banheiro e fico de frente pro espelho olhando minha aparência horrenda, eu estava com o cabelo bagunçado e os olhos inchados. Lavo meu rosto e prendo meu cabelo em um coque e ando até o centro do galpão, estava vazio.

Entro no corredor novamente e ando até o quarto do So-mun e olho pelo vidro redondo da porta, ele ainda estava dormindo e eu não iria acorda-lo. Pego um papel e escrevo para So-mun o agradecendo por me escutar a noite toda e me entender e escrevo que eu voltarei amanhã, eu não estava com cabeça pra treinar hoje.

Pego minha mochila caída no chão desde ontem a noite e saio do galpão em silencio indo direto para minha moto e saindo do local, mas eu não estava indo pra casa e sim para outro lugar.

(...)

Desço da minha moto após estacionar na calçada e tiro meu capacete olhando para o lugar a minha frente, respiro fundo e entro pelos portões de ferro que estavam abertos, procuro por ele e eu acho...

— Oi meu amor. — Digo me agachando em frente ao túmulo dele. — Faz muito tempo que eu não venho aqui, eu simplesmente perdi a coragem depois de um tempo, eu fui egoísta. Eu sinto muito a sua falta, você foi tão de repente e tão novo, tinha uma vida pela frente.

Olho para as datas, a do seu nascimento e a da morte e logo seu nome a cima.

— Você acha que eu devo me permitir ser feliz novamente? — Pergunto sabendo que ele não responderá.

Respiro fundo e me levanto do chão encarando o túmulo por mais alguns minutos em silêncio e depois saio do cemitério voltando para minha moto.

Chego em casa e vou direto para o banho e dessa vez passo horas de baixo da água com os olhos fechados e os pensamentos longes.

— Luna. — Hoseok me chama.

— Hoseok. — Digo feliz. — Eu posso ir ai te ver?

Já tinha terminado meu banho e estava sentada no sofá comendo uma pizza.

— Você sabe que sempre pode. — Hoseok diz e eu sorrio.

Me deito no sofá largando a caixa de pizza no chão e boto a mão no peito me fazendo subir para o além.

— Hoseok. — Digo indo até sua direção e o abraçando.

— Oi minha lua. — Hoseok diz e eu dou um sorriso.

— Eu...eu quero conversar. — Digo depois de um tempo ainda em seu abraço.

— Vem. — Hoseok segura minha mão e nos sentamos no pequeno e aconchegante sofá.

— Eu visitei ele hoje. — Digo olhando para o chão. — Depois de 5 meses.

— Eu sei, mas não queria me intrometer nesse seu momento. — Hoseok diz e eu dou um sorriso triste.

— Será que ele está bem? — Pergunto.

— Eu tenho certeza que sim Luna, e ele também gostaria que você estivesse bem e feliz também. — Hoseok diz.

— Eu tenho medo. — Digo.

— Você terá medo a sua vida inteira se você não conseguir seguir em frente Luna.

— Eu sei Hoseok. — Digo respirando fundo. — Eu sei.

𝐀𝐧𝐠𝐞𝐥 𝐨𝐟 𝐝𝐞𝐚𝐭𝐡 | 𝐒𝐨 𝐌𝐮𝐧 Onde histórias criam vida. Descubra agora