O cheiro de café despertara-me naquela manhã. Estava sozinho em minha cama, mas sentia em meu corpo as dores decorrentes da noite anterior. Cada canto de meu corpo doía de maneira diferente, meu maxilar e quadril me incomodavam, mas o incomodo maior era mental. Cada marca avermelhada fazia-me lembrar de minha fraqueza diante de Kris.
Levantei-me preguiçosamente e dirigi-me à cozinha, de onde vinha o delicioso cheiro de café recém-preparado. Não me importei em me vestir ou lavar o rosto, afinal, ele já havia me visto em momentos piores.
Yifan estava sentado numa banqueta junta ao balcão de granito negro, onde apoiava uma xícara e seu notebook.
— É ereção matutina ou tesão por mim? — Provocou-me, logo que me vira.
— A primeira opção, obviamente. — Revirei os olhos, enchendo uma xícara de café.
— Adoro quando você se faz de difícil. — Sorriu de canto.
— Eu adoro quando você fica de boca fechada. — Bufei, provando um pouco do café, que estava delicioso.
Apesar das provocações, Kris não prestava atenção em mim naquele momento, estava compenetrado em alguma coisa que não me importava. Estava sem camisa, deixando a mostra o tronco magro com traços delicados fazendo a forma de seus músculos pouco trabalhados. Sobre sua pele branca podia-se ver algumas marcas avermelhadas, decorrentes de arranhões e mordidas minhas na noite anterior.
— Eu consigo perceber você me olhando, sabia? — Ele arqueou uma das sobrancelhas, mas sem tirar os olhos do monitor. — Você sabe que não precisa ficar só olhando...
— Kris, não precisa ficar me dizendo pra te tocar o tempo todo. Se eu quiser, vou fazer. — Bufei, mas não estava irritado com ele. Eu havia sido fraco e sucumbido ao desejo de foder com ele – isso sim me irritava. — O que você está vendo de tão interessante? — Tentei mudar de assunto.
Yifan não me respondeu, apenas fez sinal para que me aproximasse dele. No computador, estava aberto um projeto muito parecido com o da equipe de Chanyeol. Entretanto, apesar de parecidos, não eram o mesmo, estava bem melhor.
— Chanyeol me enviou o projeto agora de manhã.
— Por que ele te mandou? — Indaguei, já irritado por ele passar por cima de minha autoridade.
— Eu falei pra ele me enviar caso terminasse antes ou se precisasse de ajuda.
— Não faça como meu pai. — Disse entredentes.
— Iria te mostrar de qualquer maneira, só que fiquei curioso pra ver qual milagre ele faria.
— O projeto é decente, mas ainda é fraco...
— Ele me disse que respeitou as ideias dos colegas de equipe. — Informou-me, mesmo que isso não mudasse o fracasso daquele projeto.
— Bom, fingiremos que eu nunca vi isso. Deixarei ele me apresentar amanhã e decidirei sobre o futuro dos outros.
— Não entendo essa separação que você faz. — Franziu o cenho, voltando seu olhar para mim.
— Isso é ciúme? — Perguntei em tom de deboche.
— Talvez.
— Então trate de guardar para si, porque nós não temos nenhum compromisso.
Pude ouvir um resmungo vindo dele, mas nada mais que isso. Depositei minha xicara sobre pia e dirigi-me até meu quarto novamente. Precisava de um banho quente para amenizar as dores em meu corpo e também porque precisava sair daquele apartamento. Minha sanidade mental não duraria muito naquela situação, precisava me distanciar ao máximo de Kris.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sexercize (Romance Gay)
RomanceReprimir sentimentos sempre fez parte de minha vida, desde pequeno sempre reprimi a mim mesmo por ter sentimentos e desejos mais livres que os outros. Em minha adolescência reprimi minha sexualidade, meus desejos; tudo para não decepcionar de alguma...