— Bom dia, meu filho! — Cumprimentou-me, sorridente, como sempre, envolvendo-me num abraço caloroso. Quase me esmagando, pra variar.
— O que faz por aqui, pai? — Indaguei, logo que ele me soltou.
— Não parece muito feliz em me ver.
Não é como se odiasse meu pai, mas ele tinha um sério problema: se intrometia demais. Ele tinha completa ciência de minha capacidade, reconhecia meu mérito em ter feito o nome do escritório de Busan crescer tanto. No entanto, era ansioso demais e temia que eu falhasse.
— Só não esperava te ver tão cedo. Não faz nem uma semana que estou aqui. — Disse da maneira mais calma que consegui. Tentei até mesmo esboçar um sorriso.
— Fiquei sabendo que você esta tendo alguns contratempos. — Sorriu novamente, passando o olhar por Chanyeol antes de chegar a mim novamente.
Antes que pudesse reagir àquela informação, senti os braços longos de Kris me envolverem. Sua respiração quente chegou próxima demais a pele exposta de meu pescoço, causando-me um arrepio. Segurei um gemido quando uma de suas mãos acariciou minha nuca. Maldito!
— Estava com saudades. — Disse-me, sem se importar em ser minimamente discreto. Ele não costumava a se importar com o que os outros pensavam dele.
— Vamos almoçar, lá poderemos conversar melhor, pai. — Livrei-me dos braços de Kris, dirigindo-me à porta, tentando ignorar o fato de minhas bochechas estarem coradas e de meu corpo estar respondendo aos mínimos toques de meu ex-namorado.
Nem esperei para ouvir a resposta de meu pai, simplesmente deixei o escritório e caminhei até meu carro. Sabia que Yifan me seguia, mas não me importava com isso no momento. Estava extremamente irritado por meu pai manter contato com Chanyeol pelas minhas costas. Parecia que eu era um garoto irresponsável que precisava de supervisão.
— Aonde vamos almoçar, meu filho?
— Qualquer lugar. — Respondi secamente.
— Conheço um ótimo restaurante e ele não fica muito longe.
Nem me dei ao trabalho de respondê-lo, apenas entrei em meu carro. Revirei os olhos quando percebi Kris ao meu lado. Não é como se não pudesse prever suas atitudes, só me surpreendia o fato dele ser tão obvio em suas escolhas. Girei a chave na ignição e liguei o radio num volume alto o suficiente para que não ouvisse sua respiração.
Ao contrário do que imaginei, ele permaneceu calado e, das vezes que espiei, parecia distraído com a paisagem da cidade. Devia estar aguardando um momento mais oportuno para me importunar.
— Eu não sabia que seu pai estava te supervisionando através daquele cara.
— Não imaginei que soubesse. — Bufo, sem saber o que levou meu pai a fazer algo do tipo. Não era mais criança e ele sabia disso, pelo menos fazia parecer que sabia.
— Ele quer que eu fique aqui por um tempo. — Ele desliga o rádio, para que possamos conversar melhor. Sinto o clima pesar dentro do carro, mas acredito que só eu tive essa sensação.
— Não me importo. — Dou de ombros, sem encara-lo.
— Como? — Pergunta, aparentemente incrédulo.
— Eu deveria me importar? — Arqueio uma das sobrancelhas, e continuo: — Já trabalhei com você antes e não tivemos problemas. Além do mais, vamos apenas trabalhar juntos, nada mais. — Tento não dar tanta ênfase à ultima parte, mas não tenho certeza de que fui bem sucedido.
Kris apenas solta apenas um suspiro, e volta a ficar em silencio.
Vejo o carro de meu pai entrar no estacionamento de um elegante restaurante. O sigo. Não havia reparado neste estabelecimento, sua arquitetura era primorosa. Não era exatamente moderno, mas também não parecia nenhum prédio antigo comum. Era uma bela mistura entre o passado e a modernidade.
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Sexercize (Romance Gay)
RomanceReprimir sentimentos sempre fez parte de minha vida, desde pequeno sempre reprimi a mim mesmo por ter sentimentos e desejos mais livres que os outros. Em minha adolescência reprimi minha sexualidade, meus desejos; tudo para não decepcionar de alguma...