Capítulo cinco

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Pov Amity:

Eu olhava pela janela, eu estava quase debruçada. Daqui não dava para ver a entrada da caverna, as árvores estavam na frente.

Passei o dia todo pensando sobre a situação de mais cedo. Nunca imaginei que eu conversaria com um demônio muito menos que libertaria um... Eu vi ela voando quando anoiteceu, e depois de algumas horas ela voltou com outros dois demônios. A esse ponto da noite eles já deveriam ter dormido, diferente de mim, não consigo dormir...

Eu respiro fundo e afasto-me da janela. Decidi deixá-la aberta, vai que ela entra alguma hora..? Mesmo que fosse pouco provável...

Que merda... Eu quero tirar minhas dúvidas. Será que se eu me machucasse, de levinho, ela apareceria para conversar comigo? Nossa Amity... Você realmente tá muito sozinha né? E ela disse que doía quando eu me machucava, então isso não seria uma boa ideia

Me deito na cama e suspiro... Fecho os olhos e tento parar de pensar sobre isso, mas eu não consigo, muitas dúvidas atordoavam minha cabeça...

Que porra em Amity...

Eu viro para o lado contrário da janela, a porta do banheiro e a que leva para fora do quarto estavam fechadas. Até que a porta do quarto se abre, era meu pai.

Alador: ainda acordada?

Amity: uhum

Alador: eu conversei com a sua mãe sobre o seu castigo e ela diminuiu o tempo do seu castigo. Você sai do castigo depois de amanhã

Amity: sério? Como você fez isso?

Sento-me na cama.

Alador: eu tenho meus métodos de persuasão

Ele logo saiu do quarto, antes que eu pudesse perguntar mais... Bom sem castigo eu vou poder sair de casa

Acho que isso é bom, eu vou poder ir na caverna falar com a... Luz... Acho que vai ser meio difícil de me acostumar com o fato de que ela tem nome... Eu queria que meu pai ficasse mais um pouco para eu conversar com ele, será que ele acreditaria na história de que eu liberei um demônio? Não... Acho que não...

Eu olhei para a janela de novo... Me levanto da cama e decido olhar novamente...

Eu ando me sentindo sozinha ultimamente... Eu não sei o que fazer, não tenho absolutamente nada para fazer, minha mãe tirou todo o entretenimento de mim para garantir que eu sentisse cada minuto de castigo... Ela não costuma usar violência física contra mim, mas sim psicológica. Ela me afastou dos meus amigos e me deu amigos "do meu nível", segundo ela e isso só me fez sentir mais sozinha do que eu já sentia.

Eu sinto meus olhos se encherem de lágrimas. Eu logo enxugo-as, não queria chorar agora... Eu volto a deitar na cama e me cubro, eu estava em posição fetal, como eu costumava ficar...

Eu  fico ali, deitada... Apenas esperando o sono chegar para que eu conseguisse dormir

Quebra de tempo

Acordo. Eu não sonhei com nada, de novo, levanto e escovo os dentes. Eu troco de roupa e olho para a janela.

Os outros demônios só devem ir embora a noite...

Meu pai abre a porta do meu quarto, ele costumava vir conversar comigo.

Alador: bom dia Amity

Amity: bom dia pai

Eu viro para ele.

Alador: eu vim passar para avisar que o café da manhã tá servido, pode ir lá comer.

Amity: c-certo, já vou

Ele fecha a porta, eu respiro fundo e saio do quarto. Desço as escadas e logo vejo Odalia, meus irmãos e meu pai sentados a mesa. Eu pego minha comida e me dirijo para a escada.

Odalia: Amity, não vai tomar café com a gente?

Amity: achei que eu estivesse de castigo, não é mesmo?

Ela pareceu irritada, mas eu subi as escadas mesmo assim. Entrei no meu quarto e fiquei lá.

Eu comi o café da manhã e fiquei quietinha no meu quarto apenas fazendo nada. Nada não, fiquei olhando pela janela.

Eu não aguento mais isso, o castigo acaba amanhã, mas esse dia não parece passar... Ainda é de manhã, e eu senti cada minuto passando como se tivesse se arrastando por mim e quase me levando junto para o vazio do tempo onde eu ficaria presa para sempre, sozinha e abandonada... Acho que eu viajei um pouco

O céu estava nublado. Eu respiro fundo...

Será que assim os outros demônios vão embora logo e ela vem conversar comigo? Amity PARA, ela não tem motivo para vir conversar com você, para de ser assim... Que merda...

Mas eles realmente foram embora, saíram voando... Eu continuo olhando pela janela, sem olhar para nada em específico, apenas olhando pela janela... Acho que eu devo ter passado no mínimo uma hora olhando pela janela, mas os sem nada pra fazer dos meus irmãos vieram me atrapalhar

Edric: MITTENS

Amity: o que foi?

Me viro para os dois sem vontade nenhuma de conversar com eles

Emira: você anda muito cabisbaixa mittens

Amity: hum, sério? Pena que eu não perguntei

Eles parecem surpresos com a minha resposta. Euem, parece que não me conhecem mais, eu sempre respondo eles assim... Mas para a minha sorte eles simplesmente foram embora... É incrível, vinte anos e continuam infantis para um caralho.

Ainda bem que foram embora, a voz deles me incomoda...

Me deito na minha cama e olho para o teto, como se eu quisesse que viesse alguém e me puxasse para longe desse lugar...

Notas do autor
Desculpa a demora para escrever, fiquei sem ideia (de novo), enfim, esse capítulo foi um pouco mais curto, e é isso ai né, não sei mais o que falar. Beijo :D

Acompanhante Demoníaca (Lumity)Onde histórias criam vida. Descubra agora