Capítulo 7

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Música do Capítulo: Continuum - Tanerelle
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◂ ៹ Enid Sinclair ࣪˖ ◞

Uso um dos meus vestidos pessoais, com fendas até o quadril, tranço o cabelo, deixando fios soltos com a franja. Quando estou terminando de me maquiar, Yoko entra no camarim.

Yoko ─ Uma Mercedes está te aguardando na porta da boate.

─ Já estou terminando. - Respondo amarrando a máscara.

Yoko ─ Nunca te vi desta forma por um cliente, Nid.

─ Talvez por nunca ter conhecido um como ela. - Beijo seu rosto. ─ Me deseje sorte.

─  Não sorte, Nid, mas que tome cuidado. Se ela é realmente como você, deve tomar cuidado.

[...]

Um chofer abre a porta do SUV preto para eu entrar. Ele nos guia em direção ao centro comercial de Moscou. A todo o momento, me olha pelo retrovisor. Contudo, não esboça nenhuma reação. Meu coração dispara quando paramos em frente a Federation Tower. Expiro fundo antes de sair do carro.

? ─  Acompanhe-me senhorita. - Diz o segurança ao sair do carro.

Pensar que estive naquele saguão a três noites atrás, deixava tudo ainda mais interessante. Levava o contrato em uma das mãos, na outra uma pequena bolsa, que guardava uma arma carregada. Jamais sairia sem proteção. Despistar os meus guardas - Costas foi fácil, difícil mesmo era mantê-los ocupados.

Ao alcançarmos o elevador, a Soberana estava me aguardando, com uma rosa na mão.

Soberana ─ Está deslumbrante. - Sorrio pegando a rosa da sua mão.

─ Você também está bonita. - Ela sorri.

Enquanto esperamos, levanto um instante à cabeça para ela, que está me olhando. Sorrio e ela franze os lábios.

O Elevador chega e entramos. Entramos sozinhos. De repente, por alguma inexplicável razão, provavelmente por estar tão perto em um lugar tão pequeno, a atmosfera entre nós muda e se carrega de elétrica e excitante antecipação. Minha respiração acelera e o coração dispara. Ela olha de soslaio para mim, com olhos totalmente impenetráveis. Olha para meus lábios.

Soberana ─ Merda, que se dane.

Encosta em mim e me empurra contra a parede do elevador. Antes que me dê conta, me sujeita os dois pulsos com uma mão, levanta-os acima da minha cabeça e me imobiliza contra a parede. Com a outra mão me agarra os cabelos, puxa para baixo para me levantar o rosto e cola seus lábios aos meus. Gemo o que lhe permite aproveitar a ocasião para colocar a língua e me percorrer a boca com desejo. Minha lingua acaricia a sua e se une a uma lenta e erótica dança de sensações, de sacudidas e empurradas. Levanta a mão e me agarra a mandíbula para que não me mova. Estou indefesa, com as mãos unidas acima da cabeça, o rosto preso e seus quadris me imobilizando.

Sinto algo me reconfortante contra o meu ventre. Frazo as sobrancelhas durante o beijo me perguntado o que seria...

Soberana ─ Como você me enlouquece assim? - sussura em meus lábios.

O elevador se detém, as portas se abrem, e em um abrir e fechar de olhos me solta, tomando a sua posição anterior. Dois homens trajados de ternos nos olham e entram sorridentes. Meu coração parece um motor de um navio, a todo o vapor. Recolho a rosa que caiu no chão, e ao olhá-la, parece tão calma e serena como antes. Os homens descem no andar superior.

WENCLAIR - A FACE DO DIABOOnde histórias criam vida. Descubra agora