O começo

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Pergunte a um musicista o porquê ele gosta de música e receberá um TCC.

Pergunte Pac o porquê ele gosta de tocar e receberá um completo silêncio.

E não porque ele não sabia o que dizer ou que não odeia música. Ele amava pra caramba, para ele, música era seu oxigênio e por isso não conseguia escolher uma razão só. Ele não se lembrar um momento onde a música não se fez presente na sai vida. Ou foi a diferença nela.

Pac era muito pequeno quando sua mãe morreu e não se lembrava muito dela. Seu rosto ou voz eram espaços em braco na sua memória. A única coisa que se lembra vá era do velho violino que ela tocava para ele. As melodias calmas e apesar de simples era mágica pura para aquela pequena criança.

Suas mãozinhas não aguentavam o peso do instrumento que caia sempre que ele tentava imitar a mãe e nem se falava da espalheira.

E foi só isso que restou dela depois da sua morte. Um garoto pequeno demais para o mundo e um violino velho e com histórias demais.

Depois disso, o silêncio se tornou a nova música dele. Os primeiros dias no abrigo não foram muito bons. Ele estava sozinho, assutado e ninguém parecia tocar no mesmo tom que ele.

Mike foi o primeiro amigo de verdade. Eles não eram amigos ou irmãos, tinham virado almas gêmeas. Uma melodia sem dúvidas.Como as teclas pretas e branco de um piano

Pac ainda se lembrava daquela tarde de domingo que o abrigo. Tinha aceitado o financiamento da igreja para se manter em troca de missas semanais. Estavam transportando um piano vertical para elas. Sorrateiro, ele se aproximou e tocou uma das teclas brancas gastas. Um som simples na mente de muitos, menos para Pac. Uma nota só não foi o suficiente então devagarinho com medo do piano desaparecer ou que fosse um sonho. Ele evitou tocar a segunda para aproveitar mais o momento.

Se deliciando com aquele eco que fez na nova capela, Pac toca outra nota, uma preta dessa vez. Ela era pequena e diferente, as brancas tinham um padrão continuo, mas essa faltavam algumas. Outro som, parecido com a antiga, mas esse tinha algo maior. Ele não sabia explicar.

Porem antes que ele pudesse tocar uma terceira nota, uma das freias apareceu. Era seu fim, pensou, ele iria ser expulso ou coisa pior. Ela pegou a mão dele com força antes de arreda e senta no banco. Sorriu e tocou as teclas, mas não da maneira que Pac, hesitando e ainda descobrindo o mundo. Ela fazia diferente, com uma confiança e seus dedos indo de um lado com outro de maneira precisa, como se soube o porquê estava no mundo e seu caminho.

A música encheu a sala assim como a mãe de Pac fazia. Se perguntasse ao garoto, ele falaria que não chorou, o que não era verdade. Quando a senhora terminou perguntou para Pac, se ele gostaria de aprender.

Ele esqueceu como falava então só começou a pular e concordar. Mike chegou um segundo depois com um pedaço de pão doce dividido ao meio furtado. Pac correu para o irmão o abraçando e cantando com cada detalhe o que aquele instrumento poderia fazer e suas magias nas mãos certas.

Então a freira o chamou e perguntou se Mike também queria ajudar nas missas e tocar violão.

E foi assim que eles começaram. Durante a semana a irmã Ione ensinava os dois a teoria e a prática. E nos domingos e durante as manhãs 3 meses depois eles tocavam durante nas missas. Eles tinham muitas restrições, no entanto, só podia tocam o que era passado na igreja, mas quem ligava? Eles estavam juntos descobrindo um mundo novo.

Quando fizeram 18 anos, que era incrivelmente próximo à data de aniversário, foram encaminhados pela irma Ione ao um emprego de faxineiros em um teatro na região. Ela tinha apeado muito nos últimos anos aos dois rapazes. Pagava pouco, mas em troca eles tinham um local para dormir e comida quente de manha. Com algumas mudas de roupa, um velho violino um pouco quebrado e uma prótese que dava para o gasto, Pac seguiu Mike rumo a uma nova vida.

Melodias-HideduoOnde histórias criam vida. Descubra agora