1 - PROCURA-SE UMA BABÁ DESESPERADAMENTE

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BECKETT STANFORD

— O que pode me dizer sobre suas atividades extracurriculares? — questionei a candidata número sei lá... vinte? Perdi as contas depois das dez primeiras que não se encaixavam na vaga de emprego. Harry merecia o melhor. Ele teria a melhor. Só que o melhor parecia estar escondido em algum lugar longe do meu alcance.

Enquanto isso, meu filho sofria com corridas ao daycare, escola, e babás aleatórias que a agência enviava.

— Eu tenho aula de caratê todas as terças, quartas e sextas — respondeu ela. Frida Lewis, candidata número... não sei. — Nas terças é à noite, começa às seis. Nas quartas e sextas é pela manhã.

— Uhum... — Anotei as informações dadas. — E há alguma chance de você mudar seus horários? — A mulher me olhou um tanto espantada, como se eu estivesse sugerindo transplante de córneas para ela e não uma mudança em sua rotina, uma vez que o salário era absurdamente bom e eu precisava de alguém que desse toda a atenção que meu filho pudesse ter. E o que deveria ser óbvio: Ela respondeu ao anúncio da agência e nele não dizia "criança disponível para mudar a sua rotina em prol do seu caratê".

— Bem... eu posso tentar, senhor Stanford, mas na sexta-feira fica um pouco impossível para mim. Eu estou treinando para competir este ano e...

— Obrigado pelo seu tempo, senhorita Lewis. Eu entrarei em contato assim que avaliar as outras candidatas.

Ou sentaria no canto da sala e choraria como um bebê.

Meu tempo estava acabando, Mae precisava voltar para a Carolina do Sul, ela tinha a sua vida lá. E eu precisava dar alguma estabilidade a Harry. Desde que Ella foi embora, as coisas não tinham sido fáceis para o meu garotinho. Ele precisava de rotina e eu precisava voltar ao trabalho. Tinha clientes me esperando e se eu não agisse rapidamente, meus jogadores começariam a se bandear para o escritório de representação de atletas esportivos da concorrência.

Assim que Frida, a carateca, se foi, fui até a sala de estar e me deparei com mais duas candidatas, uma mulher por volta dos quarenta anos e uma jovem com provavelmente metade da idade me olhando como se eu fosse algo para comer.

Jesus, pedi uma babá na agência, não uma esposa ninfeta. Puta que pariu!

Chamei logo a mais jovem para que eu pudesse dispensá-la, eu queria uma babá de tempo integral para Harry, não uma madrasta.

A mulher de cinquenta anos, tinha na verdade quase cinquenta. Era elegante, carismática, atenciosa e muito simpática. Seria perfeita para o cargo se não fosse casada com veterano de guerra e se mostrasse completamente apaixonada pelo marido.

Quando a questionei sobre os dias, incluindo finais de semana com poucas folgas, ela me fitou tristemente e respondeu:

— Estou disposta. — Percebendo a minha incredibilidade, continuou: — Tenho necessidades, senhor Stanford, meu marido precisa de remédios, uma vez que tem falência renal e não pode mais trabalhar.

Meu peito se apertou ao ouvir as palavras daquela mulher.

Nora Galaha não se encaixava para a vaga de emprego, mas eu não precisava apenas de uma babá, mas também de uma governanta, alguém que cuidasse dos assuntos da casa já que quando Ella foi embora levou sua mãe junto, que era quem cuidava disso. Aquela manhã não havia sido tão improdutiva, afinal, eu não tinha resolvido o meu principal problema, entretanto tinha uma governanta que trabalharia de segunda a sexta e cuidaria de tudo. A senhora Galaha também me prometera dar uma olhada em Harry enquanto eu não encontrasse alguém exclusivamente para ele, porém, minha saga continuaria... eu só rezava para que não perdurasse por muito tempo.

UM AMOR DE BABÁOnde histórias criam vida. Descubra agora