LISBETH SULLIVAN
Eu não via a hora de encontrar com Mae.
Quando ela me disse que estava voltando no final de semana, comecei a contar as horas para vê-la. Sentia saudades e precisava desabafar com alguém depois que perdi meu emprego.
Há anos eu trabalhava na Goose Creek Elementary School. Praticamente desde que havia me formado na faculdade, todos os meus colegas, inclusive a diretora Kelly Sherman pareciam me adorar, especialmente por eu ter dupla qualificação, pedagogia especializada em psicologia infantil. Ganhei inúmeros prêmios de melhor professora. Em todos os finais de anos letivos, meu carro ficava abarrotado de presente dos alunos e constantemente eu era citada nas redes sociais de alguns pais como uma excelente profissional. Meus antigos alunos passavam por mim e me abraçavam dizendo que sentiam saudades.
Obviamente nada daquilo foi levado em consideração quando fui demitida, graças à vadizila dor na minha bunda da Nadeene Prize, agora conhecida como Nadeene Tahoe, esposa do conselheiro administrativo do Condado de Berkeley. Incrível como eu consegui manter duas coisas completamente opostas desde o segundo grau.
Minha amizade com Mae Stanford.
E minha rivalidade com Nadeene Vadizila Prize Tahoe.
Ou melhor, a rivalidade dela comigo. Tudo ia muito bem e eu apenas recebia olhares furiosos em minha direção enquanto crescíamos e envelhecíamos na mesma cidade. De alguma forma, eu não acho que ela saiba o que aconteceu entre seu ex-namorado, Beckett Stanford e eu, no baile de formatura, mas ela sempre foi amarga com relação a minha presença e de alguma forma se intensificou quando Becks foi embora. As vezes ainda me pergunto se ela sentiu que havia alguma coisa entre o irmão da minha melhor amiga e eu.
Mesmo que ela desconfiasse ou soubesse que Beckett e eu estivemos juntos por uma noite e ficasse brava com aquilo em algum momento a maturidade deveria resolver aqueles sentimentos. Não? Ela deveria ter superado, entendido que: a) Eles não estavam mais juntos quando ficamos e b) Pelo amor de Cristo, foi há doze anos! Eu nem sabia que cara Beckett Stanford tinha depois de tantos anos.
Tudo bem, isso não é verdade! E não estamos falando sobre isso!
O fato é que Nadeene não superou e eu estava bem enquanto ela apenas ronasse em minha direção. Eu estava feliz em apenas ignorá-la.
Mas então o fruto de seu casamento, Cooper Tahoe, virou meu aluno.
E, diga-se de passagem, Cooper totalmente puxou a mãe. Com apenas cinco anos de idade, o garotinho era um valentão com os seus amiguinhos do jardim de infância e constantemente ele ia com uma observação em sua agenda. Nadeene nunca apenas assinava a observação. O comportamento de Cooper era sempre justificado ou era sempre culpa do amiguinho ou, impressionantemente, minha.
Quando o garoto mordeu outra criança na bochecha, foi a gota d'água. Chamei ela e o esposo, Julius Tahoe, para uma conversa. A educadíssima chegou colocando tudo a perder logo de cara e eu perdi a minha paciência. Falei várias verdades para ela sobre a educação do seu filho.
"E por que eu deveria ouvir uma punk ladra de namorados?"
A pobre mulher, frequentadora assídua do dermatologista para deixar seu botox em dia, disparou contra mim. Como se me chamar de punk fosse alguma ofensa. E eu não roubei Becks dela. E bem, naquele momento tive certeza de que ela sabia que ficamos. Não importava. Ele estava solteiro e foi apenas uma noite.
Uma noite.
A noite que eu sempre recordava com um sorriso nos lábios.
Deixa pra lá.
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UM AMOR DE BABÁ
RomanceBeckett precisa de uma babá para o seu filho e a pessoa mais qualificada para o trabalho é Lisbeth, a melhor amiga da sua irmã e a garota que ele teve apenas uma noite há doze anos, antes dele partir para a faculdade e cada um seguir com a sua vida...