Capítulo 3 - Primeiro Dia

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Narrador's POV | Segunda-feira, 24 de Novembro de 2023, Goiás, Brasil.

Acordar cedo era um dos costumes no Instituto Onça-Pintada, então Lauren despertou 6:30 da manhã e encontrou seus pais no café, ambos já despertos e prontos para o início do dia. Serviu seu próprio café e se sentou ao lado de seu pai, que já conversava com sua mãe sobre as tarefas do dia.

— Já sabe no que vai pôr a novata? - Sua mãe, curiosa, perguntou.

— Por mim, jogaria ela nas onças. - Respondeu sem fingir uma gentileza que não existia em si, não com a patricinha.

— Mas..

— Mas não posso pôr ela com as onças já que as onças estranhariam, obviamente, então ela vai começar com as araras.

— Certo, confiamos em você pra isso. - Seu pai falou, sorrindo para a filha que apenas arqueou as sobrancelhas e deu um sorrisinho. — Como foi dormir na rede por uma noite inteira?

— Eu gosto, não é confortável como minha cama, mas não é ruim. - Deu de ombros. Camila roubou seu quarto, logo sua cama estava indisponível pra si, o que resultou em Lauren dormindo em uma das redes na parte de fora da casa.

— Ótimo! Agora eu tenho uma reunião com alguns representantes do IBAMA, resgataram um filhote de macaco e um de onça, provavelmente vão mandar pra cá. - Mike comentou enquanto se levantava, após finalizar seu café.

— Me avise se precisar de mim quando for buscá-los. - Lauren falou e ganhou um aceno de seu pai, que beijou sua cabeça e saiu da cozinha. — Bom, eu vou terminar de tomar café e ir acordar a patricinha.

— Lauren, tenta pegar leve com ela, por favor! - Ouviu a voz de sua mãe pedindo e se virou pra ela.

— Eu tento, mas ela é muito...sei lá, mimada. - Argumentou. E Não, ela não havia tentado e sua mãe sabia disso.

— Ela é uma boa menina, tenho certeza. Só nasceu em berço de ouro, na verdade, de diamante. É difícil pra ela entender outras realidades.

— Mãe, você viu como ela tava vestida ontem? A roupa dela custava uns dez mil pra cima. E ela tava vindo para um sítio! Ela não entende nem a realidade dela. - Rebateu, tinha um ponto forte e acreditava veementemente nele.

— Não estou pedindo pra beijar os pés dela, só estou pedindo pra tratá-la como trataria qualquer outra pessoa. Pode começar chamando ela pra tomar café com você e a chamando pelo nome.

— Até posso chamar pro café, mas o "patricinha" permanece!

Clara riu, negando com a cabeça e levantando os braços em rendição. Entendia a implicância que sua filha tinha com a mais nova, Lauren sempre odiou pessoas mimadas, não seria diferente com Camila. O problema é que com Camila seria diferente. Tinha que ser.

Como prometido a sua mãe, Lauren subiu até seu quarto e bateu na porta, não demorou muito para a porta se abrir e Camila aparecer com a cara amassada e um robe que batia em suas coxas e ainda carregava uma pequena abertura em suas pernas, deixando-as ainda mais visíveis. Lauren respirou fundo e levantou o olhar, graças ao sono, Camila não notou seu olhar esverdeado em seu corpo e logo cruzou os braços acima dos seios.

— O que quer?

— Vim em paz, patricinha. O café tá na mesa e temos coisas pra fazer. Quero você na cozinha em quinze minutos, no máximo. Entendeu?

— Acha que manda em mim? - Questionou, desafiadora. A cena era até fofa porque Camila tinha a cara amassada do sono que estava tendo até então, mas mantinha uma pose ereta e os braços ainda cruzados.

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