Presa

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\Duas semanas depois/

O clima na casa estava um caos, Ren e Bo não suportavam ficar nem no mesmo cômodo, e surtavam quando um deles via o outro perto de você, eles obviamente brigaram mais de uma vez, normalmente você ignorava eles dois, mas algumas vezes eles tiravam sua paciência e você brigava com eles de longe, fazendo eles se calaram... por uma hora...

- CARALHO, QUANTAS VEZES EU JÁ MANDEI ESSE CACHORRO PULGUENTO LIMPAR A PORRA DO RALO DA BANHEIRA DEPOIS DE TOMAR BANHO. - Ren reclama descendo as escadas o suficiente para olhar para Bo na cozinha. - TU TEM NOÇÃO DO TANTO DE PELO QUE VOCÊ TEM, SARNENTO?!

- EU SEI O SUFICIENTE PRA SABER QUE SÓ UMA DAS MINHAS ORELHAS TEM MAIS PELO QUE O SEU SACO! - Bo bate as patas na mesa e se levanta para tentar intimidar Ren.

- SEU BRINQUEDINHO FURRY BARATO DE UM VIRA LATA CHEIRADOR DE BUNDA!

- MEU BRINQUEDO É MAIS CARO DO A TINTA QUE VOCÊ USOU PRA PINTAR ESSA SUA VASSOURA! VOCÊ TAMBÉM PINTOU OS PENTELHOS DO SEU-

Devido ao ambiente, depois da primeira semana, você resolveu se mudar para o sótão, já que era única porta que tinha chave, além de abafar bastante qualquer som nos andares de baixo.
A única janela do sótão leva ao telhado da casa, então lá estava você, com seu cobertor suspenso nos seus ombros e um caderno de desenhos apoiado nas suas pernas, você resolveu tentar desenhar um pequeno mapa da área em que vocês caminhavam, o centro era o mercado, a casa com uma cor diferente das outras era a que vocês estavam e o resto eram apenas casas iguais desenhadas de uma forma mais preguiçosa, mas estava faltando alguma coisa, o orelhão, você não lembrava bem onde era, mas poderia ser útil.

- ... Eu preciso achar aquela coisa. - você diz falando com você e engatinha até a janela, entrando no seu quarto.

Você está descendo as escadas com o maior cuidado possível, para nenhum dos garotos te notarem, você queria ir só nessa espedição, então você lentamente sai da casa sem fazer barulho, enquanto os dois brigavam.

- ... Idiotas... - você diz olhando pra porta fechada.

Você corre para o mercado com o caderno de desenhos, com o ar gelado do mercado te recebendo, fazendo você abraçar seu cobertor com mais força. Você começa a correr pelos corredores, até chegar nos fundos, olhando para as prateleiras, até você achar uma mochila de couro e pegá-la, chacoalhando para checar se não tem nada dentro e saindo dos fundos.
Você não é tão idiota assim, você pega tudo o que pode para se preparar para muito provavelmente se perder pra sempre, pegando comida, muita água, uma estranha adaga que você achou debaixo do freezer das carnes, a adaga não estava suja, mas parecia que já tinha sido usada, devido as lascas nela, por fim, você pegou uma lanterna junto de algumas pilhas e você guarda tudo na mochila, usa seu cobertor como capuz e segue o projeto de mapa que você fez.

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Você já estava caminhando por alguns minutos, é quase o mesmo tempo que você e Ren levaram pra achar a casa, então pouco provavelmente você estava no caminho certo. Casas iguais, chão de concreto frio e sujo de poeira, as latas de lixo com cheiro de cadáver putrefato, isso causava enjôo na sua mente, além da falta de postes de luz, que dizia nas entrelinhas que você precisa estar dentro de uma casa durante a noite, já que se esse não fosse o caso, a única luz que te guiaria era a da sua lanterna.
Em algum momento, você sentiu olhos sobre você, algo que atiçou sua ansiedade, fazendo você andar mais rápido, mas isso foi uma péssima ideia, já que isso fez o que quer que esteja te seguindo, saber que você sabe que ele está te seguindo, consequentemente, você começa a ouvir passos atrás de você, no desespero, você começa a correr, fazendo a coisa correr também.
Você começa a chorar, tentando ao máximo não desviar do caminho que você traçou, sua visão está muito turva para enxergar direito, todo obstáculo que você encontrava no seu caminho, você poderia apenas deduzir o que era, já que tudo estava embaçado e você desvia por desespero.
Toda a energia que você gastou, foi inútil, a coisa te derrubou na grama, e você começou a se debater.

- NÃO, NÃO, POR FAVOR, NÃO ME MATA, EU NÃO QUERO PROBLEMAS, EU POSSO TE DAR COMIDA, ÁGUA, EU TENHO UMA LANTERNA, SÓ POR FAVOR, NÃO ME MATA.

- Espera. QUÊ?! - era a voz de um homem.

O homem te segura debaixo dele e tira o cobertor da frente da sua cara, segurando suas bochechas para ele olhar melhor para você.

- Doe-eyes?

A voz levemente familiar faz você abrir seus olhos lacrimejados, para olhar para a imagem turva de um homem roxo. Ele enxuga seus olhos e começa a analisar melhor o seu rosto.

- Doe-eyes... É você! - Alan te abraça com força e acaricia seus cabelos.
- Que bom, eu achei que eu nunca mais veria você. Você 'tá bem? Eu te machuquei? Desculpa, eu não sabia que era você. - ele se levanta e te levanta junto.
- Você sabe onde a gente 'tá?

Você ainda estava em choque, você tremia e estava boiando enquanto seu cérebro raciocinava o que aconteceu. Alan nota isso, e te abraça, na tentativa de te acalmar.

- Shhh, calma... Me desculpa, eu juro que não sabia que era você. Eu vou te proteger a partir de agora. - ele acaricia suas costas, enquanto fala com uma voz gentil.

Isso não te conforta exatamente, mas te ajuda a raciocinar melhor. Você lentamente se afasta e olha melhor para o homem na sua frente, um homem alto e roxo, que te traz um sentimento de referência, mas sua heterocromia, suas cicatrizes e seu cabelo marrom com pedaços loiros tornam ele mais característico.

- Doe-eyes? - ele te chama, preocupado.

Essa voz... Você já ouviu em algum lugar. Um vídeo? Onde mostra como seria voz canônica de Alan, ou seria apenas um vídeo feito por um fã? Você não lembra, mas a voz, era a mesma.

- Doe-eyes! - Alan te chacoalha para você voltar à realidade.

- Ah! Okey. Alan, entendi. - você diz fazendo ele parar de te chacoalhar.

- Vem, Doe-eyes, vamos ficar em uma dessas casas até a gente encontrar uma saída. - Alan segura sua mão e começa a te puxar em direção a uma casa.

- NÃO TOQUE EM S/N!!! - Diz a voz de Bo.

Alan imediatamente te coloca atrás dele e puxa a machadinha para defender vocês dois.

- PUPPY, SAI DE PERTO DELE! - Novamente a voz de Bo, mas nem sinal dele.

Alan olha para você, percebendo que a fonte da voz vinha de você.

- Doe-eyes?

Você olha para seu peito, percebendo a imagem de Bo na tela do Tamagotchi que se ligou sozinho. Um emaranhado de pixels azuis sai disparado da tela do Tamagotchi, indo para o chão e se materializando em Bo.

- O QU- - Alan tenta puxar a machadinha novamente, mas Bo é mais rápido.

Novamente você vira plateia de uma briga de animais. Em algum momento, a machadinha de Alan se aproxima de seus pés, nesse momento você consegue outra oportunidade de apartar a briga, você pega a machadinha e pausa Bo como antes.

- *suspiro* Porra, é sério que essa vai ser a função pelo resto da minha vida? - você coloca a machadinha na sua mochila enquanto tira uma garrafa de água e bebê um gole.

- Doe-eyes, devolve minha machadinha! Eu preciso matar essa aberração! - Alan diz se debatendo.

Você olha para Alan, Bo acabou sendo pausado enquanto prendia Alan pelo pescoço, ele não parecia estar sendo sufocado, mais ainda estava preso. Você permanece em silêncio, enquanto bebia água.

- Doe-eyes, vamos! Por que você não me ajuda, vamos! - Alan se debate com mais violência.

- ... Agora não... - seu corpo estava exausto, você pega seu cobertor e o enrola para ser alto o suficiente para um travesseiro, você se deita e dorme.

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⚠️VOTAÇÃO ENCERRADA ⚠️

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[Capítulo não revisado]

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