encanto

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Quando os primeiros raios de sol chegaram entrando pela fresta da janela de madeira, ian já estava acordado.. aliás dormir era um hábito que o rapaz não tinha..

Talvez ele fosse esperto o bastante para se lembrar do passado ou inocente demais para tentar uma coisa nova em um possível futuro próximo.. mesmo sabendo que os pesadelos que tanto o perseguiam continuavam mais presentes do que nunca, e agora tinha vida..

ele se expreguissou com desgosto e passou as mãos no rosto tentando acordar por completo embora seu corpo implorasse por algumas longas horas de sono pesado, ele não tinha mais tanto tempo.. cambaleando desajeitadamente até o fogão ele resolveu coar um café...

Coisas estranhas estavam acontecendo ali naquela manhã.. A primeira delas é que sua pia estava coberta de um material branco, parecendo cola mais muito mais pegajoso.. A segunda.. era uma seringa nova esta ao lado do pote de sal onde ele jamais deixaria nada..

_ Sophia.. Você está acordada ?

ele Indagou ao sentir um vulto passando por ele derrepente.. mais não obteve nenhuma resposta então ficou imóvel.

_ vou passar um café para nos dois ok, tem pão no armário vamos venha comer..

Você já sentiu um arrepio subir por entre sua coluna até o último fio de seu cabelo ? Acompanhando de uma sensação ruim, como presságio.. por que era exatamente isso que ian provava naquela manhã.. medo..

Tentando se desvencilhar ele apanhou a chave da porta e caminhou rapidamente até ela... mais quando o mesmo abriu a porta foi surpreendido por três golpes certeiros com um objeto pontiagudo que provavelmente deveria ser una faca ou facão talvez... sem ter como se defender ian caiu no chão..

Ele não conseguiu ver nada além de uma túnica preta e olhos fundos dentro de algo parecido com uma máscara de caveira branca, o sangue banhava o chão.. O coração pulsava descompassadamente mal conseguindo respirar..
talvez tudo tenha sido invao afinal, às cartas deixadas na combida para sua mãe talvez nunca fosse entregues. Talvez nunca mais fosse possível ver o rosto de sua pequena irmã, ou sentir o cheiro forte de gasolina na mecânica improvisada de seu velho pai...

Às lembranças de uma infância, quase feliz passavam pela mente de ian, cenas que talvez estivessem esquecidas em alguma parte de sua cabeça eram agora revividas com todos os pequenos detalhes até mesmo os aromas, sensações e gostos estavam ali nitidamente..

_ ian, ian eu estou aqui peguei sua bike mais cedo.. comprei pão novo e um iogurte de morango.. Ian meu Deus..

de longe a voz de Sophia ecoava na mente dele, abafada demais para entender o que ela tanto gritava... logo depôs só restou o mais absoluto silêncio

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NAQUELE MESMO HORÁRIO, CASA DA MARIA CLARA 10;30..

_ alguém pode atender o telefone por favor estou no banho.. mãe o telefone.

_ já vou, já vou que desespero é esse até parece que aconteceu uma tragédia..

A mulher tirou o telefone do gancho segurando uma revista de fofocas na outra mão, estava tentando tomar seu café da manhã em paz mais pelo jeito não seria possível, não naquela casa..

Maria estava atrasada demais para aula naquela manhã e nem se deu conta de que seu celular ficou sobre a cama debaixo da toalha, que ela esqueceu também sua cabeça andava bagunçada demais..

_ Meu Deus! Pode deixar eu aviso ela sim, vamos para o hospital eu irei levar ela.. não se preocupe querida estamos a caminho agora.

Quando desligou o telefone a mulher estava mais nervosa do que antes, deixando de lado sua revista e o bendito café da manhã para trás.. sua voz estava esganiçada tremula demais.

PÂNICO: RESSURGEOnde histórias criam vida. Descubra agora